Chocolate que usa produção de cooperativas faz sucesso na Itália

 

A sofisticação e o sabor exclusivo da marca de chocolate Gaudens, que está conquistando o mercado europeu, leva o toque do cooperativismo paraense aos grandes centros.  Uma das criações de Fábio Sicilia, proprietário da marca, é a Cripioca, um chocolate feito com o cacau da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans) e a farinha de tapioca da cooperativa D´Irituia. O produto foi uma das sensações na 87ª Feira Internacional TARTUFO BIANCO D´ALBA, que ocorreu recentemente na Itália.

 

Fábio, como o Presidente fundador da Abrasel/PA e atual Diretor, cultiva o conceito do associativismo e do cooperativismo há anos. Em 2004, montou junto a outro sócio a primeira indústria de beneficiamento da amêndoa até a barrinha de chocolate. O passo seguinte foi em Medicilândia, município que mais produz cacau do Brasil e onde está sediada a Coopatrans. “Decidi apostar na cooperativa. O pequeno produtor organizado nesse modelo consegue gerar o volume necessário para acessar mercado, com capacidade de produção e um foco mais social. O desenvolvimento do país depende basicamente de fortalecer as pessoas da região. Comprando de uma multinacional, se tem uma evasão de capital. Parte desse lucro sai do país. Quando faço investimento em uma cooperativa, fortaleço a economia nacional e o pequeno produtor cresce, podendo assim formar a própria multinacional”.

 

Além da questão social, outro fator decisivo foi a qualidade do produto, que garante ao chocolate um sabor diferenciado. “O dono do negocio é quem cuida dessa produção, diferente da empresa de grande porte, na qual se perde identidade ao padronizar industrialmente. Na cooperativa, posso criar chocolates diferentes de acordo com a personalidade de cada produtor. Passo ter uma diversidade e riquezas de produtos muito maior”, completa Fábio.

 

A Gaudens foi a única estrangeira que entrou na tradicional exposição italiana. O Salão de Chocolate de Paris, na França, também teve a participação da marca que apresentou o chocolate sem leite, com 70% de cacau e os cremes de castanha do Pará com cacau e de baru com cacau. O baru, por sinal, é uma fruta típica do serrado também oriunda de cooperativa, sediada do Mato Grosso do Sul. A Gaudens ainda produz o chocolate ao leite, que só pode ser comercializado no Brasil.

 

“Foi surpreendente o nível de aceitação que tivemos. Foi um sucesso tanto na Itália quanto na França e no Principado de Mônaco. Estamos prospectando quem seria o distribuidor ou representante italiano. Já temos o primeiro pedido para uma loja em Mônaco, que pediu exclusividade de distribuição”, reiterou o empresário.

 

 

 

A perspectiva é que a parceria com as cooperativas cresça com a expansão da Gaudens, que está prospectando espaço também no mercado nacional, como em Belo Horizonte e Curitiba. Para isso, está reestruturando a indústria. Há uma possibilidade, inclusive, de intercooperação com a Coopatrans não apenas no fornecimento do cacau, mas também no beneficiamento. Estuda-se um acordo bilateral no qual se passaria o savoir-faire de tecnologia para que a cooperativa produzisse conforme o perfil da Gaudens.

 

O Sistema OCB/PA irá auxiliar nesse processo. “A parceria é totalmente viável. Só depende da cooperativa ajustar alguns fatores jurídicos e administrativos para entrarem em acordo, de modo a ser benéfico para ambas as partes. Iremos trabalhar neste sentido, fortalecendo a gestão e a governança cooperativa com a finalidade de solucionar os entraves para o desenvolvimento do cooperativismo no Pará”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

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