Banco da Amazônia libera FNO para cooperativas

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As cooperativas estão presentes em 95% dos municípios brasileiros, sendo que em 564 elas são a única forma de inclusão financeira disponível. Os dados do Banco Central demonstram a representatividade do setor e justificam a abertura do Banco da Amazônia para a inclusão do cooperativismo de crédito nas operações do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO). Singulares de todos os sistemas atuantes no Pará, assim como dos Estados do Acre e de Rondônia, estiveram em reunião com o presidente do BASA, Marivaldo Melo na última terça (20). Na ocasião, foi assinado o primeiro convênio do banco para a operacionalização do FNO com o SICOOB Confederação.

 

A Diretoria Técnica do Basa fez uma apresentação objetiva do que é o FNO, como é implementado e como funcionará a partir das cooperativas. Para o próximo ano, foram destinados R$ 5,1 bilhões aos sete Estados da Região Norte. O Banco é o administrador do fundo, permitindo que outras instituições operem em parceria na liberação de crédito direcionado ao setor produtivo, desenvolvimento e diminuição das desigualdades em pontos menos desenvolvidos. O capital é oriundo do IPI e do Imposto de Renda.

 

Participaram da reunião o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra, assim como os presidentes das unidades estaduais do Acre, Valdomiro Francalino e de Rondônia, Salatiel Rodrigues. Representando os sistemas de crédito, estavam o SICOOB Confederação, Central Sicredi Centro-Oeste, CredIsis e Cresol, assim como líderes e dirigentes das cooperativas Sicoob Cooesa, Sicoob Coimppa, Sicoob Unidas, Sicredi Verde e Sicredi Belém. 

 

O SICOOB foi o primeiro sistema a oficializar a parceria com o BASA, que concedeu inicialmente um limite de R$ 40 milhões. O recurso será voltado em um primeiro momento apenas para pessoa jurídica e PRONAF. Em 2019, a intenção é incluir também pessoa física. Serão trabalhadas duas linhas de financiamento: O PRONAF, voltado a agricultores e produtores rurais, pessoas físicas enquadradas no Programa Nacional de Agricultura Familiar. O segundo é o Amazônia Giro MPE, voltado a microempreendedores individuais, pequenas empresas que faturam até R$ 3,6 milhões por ano.

 

“O acordado é que em janeiro, dado o avanço das negociações, já consigamos fazer os primeiros pilotos, operando essa linha normalmente em fevereiro. Queremos aplicar os recursos rapidamente para nos habilitar a ampliá-lo em 2019. Era o que estava faltando. Já operávamos em todas as linhas do BNDES e FCO, mas não tínhamos acesso aos recursos de Fundo Constitucional do Norte. Começamos as tratativas com o Basa há alguns anos e finalmente conseguimos concluir esse processo com a assinatura do convênio. Isso nos permitirá oferecer mais uma alternativa importante no portfólio de negócios do Sicoob”, explicou Ênio Meinen, Diretor de Operações do Banco Cooperativo do Brasil (BANCOOB).

 

 

Para o presidente do BASA, Marivaldo Melo, a iniciativa foi uma ação estratégica do Banco. “Aproveitando a capilaridade das cooperativas que estão presentes em quase toda a Amazônia legal, buscamos pulverizar o recurso destinado à missão maior de desenvolvimento da região. Essa parceria vai atingir um maior número de pessoas, gerando emprego, renda e a inclusão do pequeno produtor e empresário. As cooperativas são um belo exemplo de negócio estruturado, provando que o cooperativismo dá certo”.

 

A intenção é ampliar o repasse para os demais sistemas. De acordo com o presidente da Central Sicredi Centro Norte, João Carlos Spenthof, as diretorias de crédito irão se reunir para iniciar as negociações já na próxima quinta. “Foi uma reunião muito produtiva e objetiva na apresentação das regras. Realmente, estamos muito contentes por esta conquista que marca a grande luta do Sistema Cooperativo na mobilização para o funcionamento do repasse às cooperativas. Na quinta, teremos a reunião com diretoria de crédito do Banco para finalizar os entendimentos e as cláusulas, de modo que no primeiro trimestre do ano de 2018 comecemos as operações. Estamos ansiosos e querendo contribuir ao máximo”.

 

Para acessar o recurso, é preciso seguir alguns procedimentos. Na primeira etapa, a cooperativas devem fazer o seu credenciamento, estabelecendo o primeiro contato com a instituição para a análise se estão aptas a operar o FNO. Na segunda etapa, se faz a elaboração do cadastro da instituição e dos representantes legais. Na terceira etapa, se faz a avaliação de riscos e do limite de crédito em relação ao ente que vai firmar contrato com o banco para, então, oficializar a habilitação e a assinatura do contrato com as bases de condições.

 

“É um momento histórico e muito importante. O FNO é um recurso absolutamente relevante demandado por muitos produtores e empresas. Negociamos e podemos dar essa resposta para as nossas cooperativas. Espero que consigamos rapidamente habilitar outros sistemas”, comenta o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.