Comandantes do Exército conhecem produtos de cooperativas

Um dos objetivos é proporcionar um melhor acesso dos agricultores ao Programas de Aquisição de Alimentos

 

 

 

Dos laticínios produzidos no Salgado Paraense, hortaliças de Irituia até as polpas de frutas de Tomé-Açu, a produção cooperativista no Estado é bem diversificada. Tamanha variedade chamou a atenção dos comandantes do Exército pertencentes ao Pará, Amapá e Maranhão. Eles estiveram na Feira da Agricultura Familiar organizada dentro da 8ª Região Militar, em Belém, na última terça (21). O objetivo foi ampliar o conhecimento acerca do que realmente é produzido pelos agricultores e adaptar os editais licitatórios da instituição voltados ao PAA de acordo com a realidade regional.

 

“Os comandantes dos Estados nortistas estão em Belém para reunião e aproveitamos a oportunidade. Todos ficamos impressionados com as possibilidades apresentadas na Feira através da grande variedade de produtos que poderão ser adquiridos para alimentação dos nossos quarteis e até em campanha. Destaco o esforço dos que estão trabalhando nesta vertente, apresentando à sociedade produtos com excelente qualidade”, afirmou o General Davi Oliveira, comandante da 8ª Região Militar.

 

O volume de mercadorias demandado pelo exército é bastante expressivo. Um exemplo é a chamada pública realizada também na terça (21). A aquisição de gêneros alimentícios referentes a agricultores familiares chegou a um valor de quase R$5milhões. Considerando as demais unidades espalhadas pelo Estado, o número de compras do Exército é ainda maior, o que motivou o Sistema OCB/PA a articular a programação. A partir da Feira da Agricultura Familiar, com a exposição de produtos das cooperativas, o segmento terá condições de elaborar editais voltados ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) com maior assertividade e beneficiar os produtores.

 

Foram expostas hortaliças, geleias, frutas, farinhas e algumas guloseimas produzidas a partir das matérias primas como bolos feitos de espinafre, macaxeira e banana, cachaça de jambu, mel, iogurtes e queijos. Participaram as singulares CASP, COOPABEN, CAMTA, D´IRITUIA e COOAPEMI. Na oportunidade, foi feita uma rodada de apresentação das cooperativas para os coordenadores e responsáveis pelas unidades descentralizadas que possuem autonomia para organizar a própria chamada pública.  Os comandantes degustaram os produtos, avaliaram a qualidade, conheceram a diversidade e o volume produtivo.

 

 

“A iniciativa foi provocada pelo próprio exército ao sentir esta necessidade de se aproximar dos agricultores. No último edital, por exemplo, o pedido de gêneros alimentícios inclui itens como açúcar cristal, arroz beneficiado polido, café torrado e macarrão, produtos que nossas cooperativas ainda não possuem condições de desenvolver.  Com a Feira, os comandantes já conhecem os tipos de mercadorias desenvolvidas pela agricultura familiar que se encaixam no perfil delas”, afirmou o gerente de desenvolvimento do Sistema OCB/PA, Vanderlande Rodrigues.

 

As cooperativas também puderam conhecer melhor os procedimentos para a participação nas chamadas públicas, que funcionam de duas formas. Na sigla QS, são demandados produtos em grande quantidade para armazenar e fracionados conforme as necessidades dos batalhões. Geralmente, são produtos industrializados. Na sigla QR, são demandados produtos com prazo de validade mais curto. São compras com maior sazonalidade nas quais a comercialização das cooperativas se encaixa melhor.

 

A primeira Feira da Agricultura Familiar foi resultado do Seminário de Compras Públicas ocorrido no final de junho, em Marabá, com a parceria do Ministério do Desenvolvimento Agropecuário (MDS) e da VALE. A coordenadora geral de Aquisição e Distribuição de Alimentos do MDS, Hetel Santos, assim como a NÓS Consultoria, também foram decisivos para o encaminhamento da ação. Outro resultado positivo é a articulação de uma espécie de Feira quinzenal a ser realizada dentro das vilas militares para aproximar as famílias à produção cooperativista.   

 

Segundo dados do MDS, que coordena o PAA, as compras de alimentos giraram em torno de R$ 2,7 bilhões em 2017. Em relação às compras da agricultura familiar, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas lideraram o ranking das compras institucionais no ano passado. Juntas, as duas instituições compraram mais de R$ 67 milhões. “Já acompanhamos essa demanda há um bom tempo, apresentado o cooperativismo agropecuário. A Feira é uma oportunidade que as cooperativas conquistaram de despertar negócio e se apresentar no cenário de um mercado muito bom, com valores de compra bastante atrativos. Por termos sido convidados, já mostra que estão abertos ao diálogo, interessados em estreitar essa relação”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

 

 

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