Tocantins planeja constituir cooperativa no modelo da Coostafe

 

Em um país de superlotação e péssimas condições carcerárias, encontrar jardins floridos e mulheres empreendendo através do cooperativismo parece ser improvável em um presídio, mas a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe) é uma realidade. O projeto chamou a atenção da unidade estadual do Sistema OCB em Tocantins, que visitou a sede da cooperativa nesta semana. A intenção é replicar o mesmo formato em um dos presídios do Estado.

 

A Coostafe é uma iniciativa da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) em parceria com o Sistema OCB/PA. É a primeira cooperativa do Brasil formada exclusivamente por mulheres presas.  Em cinco anos de constituição, não há nenhum caso de reincidência. Além da Coostafe, outros projetos sociais são articulados na unidade prisional, como Educação de Jovens e Adultos (EJA), panificação, aulas de jardinagem, eletricista, instalação elétrica e curso de pedreiro.

 

Visitaram o Centro de Recuperação Feminino a superintendente do Sistema OCB/TO, Maria Andrade e o analista de desenvolvimento de cooperativas, Rogério Dias. “Nosso propósito é conhecer projetos que dão certo. Tivemos notícias da forma como a Coostafe foi constituída e vimos que se trata de uma tecnologia sociológica que precisa ser espalhada por todo o Brasil. Esperava ver uma ação isolada, mas a quantidade de projetos desenvolvidos me impressionou. Está tudo muito enraizado na cultura organizacional de todos os servidores, em virtude do trabalho realizado especialmente pela diretora Carmem Botelho. Só vontade não basta para um projeto dessa magnitude ter sucesso. É preciso ter a mesma atitude”, afirmou a superintendente.

 

 

Toda a produção da cooperativa é comercializada aos domingos em feiras de artesanato em Ananindeua, na Praça da Bíblia, e em Belém, na Praça da República. Nas feirinhas é possível comprar acessórios, como chinelos e chaveiros, peças de vestiário, além de vasos, bonecas de pano, panos de prato, tapetes e canetas personalizadas, entre outros.  A renda adquirida com o comércio é dividida em três partes: pagamentos, compra de material e remuneração compartilhada. 

 

“Fomos procurados pela diretoria de um Centro Penitenciário no Tocantins interessada em constituir uma cooperativa do ramo e, agora, já temos informações para subsidiar nosso trabalho.  Construiremos um plano de trabalho em conjunto para traçar os próximos passos. Também convidaremos representantes do Sistema OCB/PA e da penitenciária para expor a experiência e nos auxiliar neste processo”, completou Maria Andrade.

 

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