Incorporação fortalece cooperativas de Santarém

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Dobrando a produção mensal de hortaliças, derivados da mandioca, frutas in natura e polpas, a incorporação de singulares na região oeste foi aprovada em Assembleia Geral ocorrida na última semana. A Cooperativa dos Produtores Rurais de Santarém (COOPRUSAN) incorporou a Cooperativa Mista Agroextrativista do Tapajós (COOMAPLAS) e a Cooperativa dos Produtores das Comunidades, Chaves, Prata, Açaizal do Prata, São Raimundo Fé em Deus, Fé em Deus e Sossego (COOPROMUBEL). Foi o primeiro processo de incorporação envolvendo singulares do ramo agropecuário no Pará.

 

A expectativa é ampliar a área de atuação de mercado com produção em escala. O número de cooperados agora é de 248, com 204 portando DAP. A produção mensal chegará a mais de 10T de frutas, 15T de polpas e 5T de derivados da mandioca. Os estabelecimentos integrados de produção contemplarão uma casa de farinha com maquinários e agroindústria de beneficiamento de fruta. Serão compartilhados agora terrenos, dois caminhões e câmara fria com capacidade de 50T.

 

Os eixos produtivos, de hortaliças, são cebolinha, couve, coentro e alface. De frutas in natura, são banana prata e verde, melancia, abacaxi, mamão, laranja, tangerina, jerimum, goiaba, maracujá, acerola, taperebá, muruci, cupuaçu e caju. Já os clientes atendidos são supermercados da região, hospitais, prefeituras municipais, padarias, mercados e feiras.

 

A iniciativa foi uma das indicações do Diagnostico do Cooperativismo Paraense, elaborado em 2016, assim como de outros trabalhos técnicos de capacitação. “Identificamos um número excessivo de cooperativas em Santarém e Região competindo pelo mesmo mercado, na venda do mesmo produto e às vezes de modo desleal. Se preciso da produção na mesma linha, por que não unir as forças? A tendência é melhorar a qualidade, quantidade, escala de fornecimento da produção e diminuir despesas de todos”, explicou o gerente de desenvolvimento do Sistema OCB/PA, Vanderlande Rodrigues.

 

Na assembleia, foi apresentado o relatório final da comissão de incorporação, que fez o levantamento de documentos, pendências financeiras e fiscais. Cada cooperativa identificou a viabilidade e 100% dos cooperados votou favorável à incorporação. A incorporadora assumiu todos ativos e passivos das incorporadas. As três definiram que o melhor CNPJ a permanecer seria o da COOPRUSAN, pela estrutura física, SIF e mercado que já possui.

 

Como foi feito um acordo à cavalheiro, será escolhido um novo nome para a cooperativa que seja mais comercial e representativo aos 3 municípios nos quais as singulares estão localizadas. O mandato da atual gestão foi suprimido, havendo formação de novo conselho com representatividade de duas pessoas de cada cooperativa. A eleição dos novos conselheiros fiscais e administrativos também foi feita na ocasião. O arquivamento do processo já está sendo finalizando na JUCEPA e Receita Federal.

 

Para dezembro, está programada a aplicação do GESCOOP já com a cooperativa unificada. O programa do Sistema OCB/PA visa construir, junto com dirigentes e cooperados, um planejamento de ações estratégicas para o futuro, dando direcionamento de qual caminho os cooperados deverão seguir. “A cooperativa deve pensar de modo competitivo, sem esquecer, é claro, de que é uma cooperativa. A incorporação é um dos caminhos mais viáveis, a exemplo do que fizeram grandes instituições para se fortalecerem. Antes, as cooperativas se enxergavam como concorrentes, sendo que os atravessadores eram o principal competidor. Nunca houve um processo de incorporação do setor agro. A iniciativa já é um modelo e será objeto de estudos para o Estado, tendendo a acontecer com mais volume no Pará”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.