Rainha da soja abre Seminário do Cooperativismo

 

Trocar a sala de aula e os afazeres de dona de casa pela roça foi um desafio que Cecília Falavigna jamais pensou enfrentar. Entretanto, após o falecimento do marido, ela ignorou a falta de experiência, de conhecimento sobre a atividade produtiva e o preconceito em uma área dominada por homens. Hoje, ela é simplesmente conhecida como a rainha da soja. Com esse exemplo de superação, o 1° Seminário do Cooperativismo de Paragominas apresentou o potencial do setor. O evento promovido pela COOPERNORTE e pela Sicredi Verde segue durante esta sexta no município.

 

Passados 10 dias da morte do marido, Cecilia foi para a fazenda, conhecer as áreas de produção e os empregados que não admitiam ser mandados por uma mulher. Arrendar, vender ou entregar a propriedade para um profissional da área administrar foram as opções que apresentaram para a antiga professora. A decisão foi tocar o negócio para frente.

 

“Comecei do zero, sem saber o que era produzido, como era produzido e como funcionava uma cooperativa. Foi a partir dela que me tornei quem eu sou hoje, pois aprendi tudo o que precisava a partir do encaminhamento que a diretoria me repassou.  Por isso acredito que o Cooperativismo é um sistema que precisa fazer parte do dia a dia”, enfatizou a agricultora.

 

O segredo de Cecília foi a humildade e perseverança para aprender sobre o negócio. Ela participava de capacitações técnicas, dia de campo, palestras. A partir disso, conseguiu trazer novas tecnologias para as suas propriedades e desenvolver um cultivo que nem o próprio marido conseguiu reconhecer potencial: a laranja. Substituiu o cultivo de trigo e de gado de cria para se tornar “rainha dos pomares", vencendo concurso de produtividade da laranja.

 

A produtora de soja de Floraí, Noroeste do Paraná, venceu por 3 anos consecutivos a categoria soja do concurso Plataforma de Produtividade Integrada (PIN) “Parceiros do Agronegócio”. Com um rendimento de 92 sacas por hectares, Cecília abocanhou o bicampeonato do prêmio. Em 2014/15, Cecília obteve a primeira colocação com a marca de 92,9 sacas por hectare - a média nacional é de 48,9 sacas por hectare, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

“O Brasil perde por não valorizar o que a mulher tem. Nós, mulheres, também precisamos lutar para sermos valorizadas. Não queremos ser mais do que os homens. Queremos somar. Seja parceiro do seu marido. Sofri bastante por não ter participado antes do dia a dia no campo. A família precisa trabalhar junta”, completou Cecília.

 

 

 

 

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