Cooperativistas discutem sobre o papel da mulher na comunidade

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Quando as mulheres ainda eram vistas como “propriedade” do pai ou esposo, Eliza Brierley mostrou seu papel na comunidade ao se tornar a primeira mulher associada a uma cooperativa. Para dialogar sobre essa construção histórica, o cenário vivido pelas mulheres no mundo e como o cooperativismo vem contribuindo para dirimir as diferenças por gênero, cooperativistas de diversos ramos se reuniram nesta sexta (08) na sede do Sistema OCB/PA. O evento foi promovido pelo Instituto Sicoob.

 

Na programação, houve uma roda de debates sobre o papel da mulher no cooperativismo e na comunidade em geral com o objetivo de consolidar o empoderamento feminino, criando novos agentes de difusão desses valores.

 

“Quando nos unimos e dialogamos, várias histórias surgem para dar visibilidade às situações que nos afastam da equidade de gênero; milhões de rostos mostram ao mundo a sua vulnerabilidade, mas também a sua força. Podemos agir, através do cooperativismo, para transformar realidades muito preocupantes e prevalentes, como a violência e o assédio sexual”, explicou a coordenadora da ação do Instituto Sicoob, Karlene Vasconcelos.

 

Destacou-se a história da mulher no setor, iniciada através da famosa Sociedade Cooperativa Equitativa dos Pioneiros de Rochdale na Inglaterra, líder do cooperativismo moderno. Esta permitiu, desde o início, que homens e mulheres fossem membros da mesma organização.

 

Nesse grupo, é reconhecido especialmente o papel de uma mulher ativista, que abriu as portas para transformar a vida de muitas outras mulheres: a tecelã Eliza Brierley. Em março de 1846, Eliza mobilizou-se para se converter em membro de pleno direito da recém-criada cooperativa, em uma época em que as mulheres eram “propriedade” do seu pai ou esposo, não tinham direitos legais nem civis e eram excluídas da participação econômica igualitária na sociedade.

 

“As mulheres são indispensáveis dentro deste cenário de consolidação das cooperativas no Pará. Ainda visualizamos um número bastante tímido da participação feminina no grupo geral de pessoas envolvidas no cooperativismo, mas os exemplos de guerreiras paraenses provam que, quando elas se empoderarem do princípio da cooperação, nosso Estado voará mais longe”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.