Frente Parlamentar irá fortalecer o cooperativismo no Pará

Consolidar e expandir esses são os objetivos gerais da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) proposta pela deputada estadual Nilse Pinheiro e aprovada nesta quarta (14),  no plenário da Assembleia Legislativa.

 

Na tribuna, Nilce destacou a importância econômica e social da atuação das cooperativas no Estado. No Brasil, são 6.655 cooperativas que atuam em diferentes segmentos econômicos, como agropecuário, prestação de serviços, saúde e infraestrutura, e congregam 13,2 milhões de associados, gerando 376,7 mil empregos diretos segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB).

 

“Precisamos promover o desenvolvimento sustentável em consonância com os princípios do cooperativismo, como democracia, participação econômica e autonomia”, afirmou a deputada.

 

O deputado Dirceu Ten Caten lembrou do papel decisivo do cooperativismo no desenvolvimento econômico dos estados do sul do país e prestou apoio irrestrito à conformação da Frente. “O cooperativismo é uma forma factível de unir as pessoas em prol de um empreendimento coletivo”.

 

O cooperativismo é uma das apostas para a geração de renda e emprego, por meio do empreendimento coletivo.  Nele é possível a união de pessoas que tenham um objetivo comum em prol de um negócio próprio. “É muito mais fácil 20 pessoas se juntarem, compartilharem estrutura e custos e levantar um negócio do que uma pessoa sozinha. Essa é a base do cooperativismo”, explicou Ernandes Raiol, presidente Sistema OCB-PA.

 

A partir da criação da Frente, será possível regulamentar a Lei do Cooperativismo Paraense que irá abrir caminho para a participação efetiva das cooperativas em processos licitatórios, diferimentos e incentivos fiscais para determinados segmentos cooperativistas, a exemplo da Cooperativa Coostafe, a primeira singular formada por detentas no Brasil. “A Coostafe é um exemplo de como, na prática, o cooperativismo age na vida das pessoas. Por meio de uma inciativa inteligente do sistema penitenciário paraense reuniu-se 20 mulheres cerceadas de sua liberdade para que elas pudessem ter uma renda própria e ter uma renda, subsistência, significa ter dignidade”, ratificou Raiol.

 

Dados do Sistema OCB-PA apontam que o índice de reincidência criminal das cooperadas da Coostafe é zero.

 

Familiar

 

Outra importante vertente cooperativista paraense é o agropecuário: 80% das cooperativas agro no Estado são compostas por agricultura familiar. Uma delas, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta) é a primeira cooperativa estabelecida no Pará no início do século 20 por imigrantes japoneses. A Camta é conhecida mundialmente pelo Sistema Agroflorestal (Safta), que produz várias culturas no mesmo meio ambiente, como forma de propiciar as barreiras naturais da floresta amazônica.

 

“Quando chegamos aqui, observamos que o caboclo paraense plantava tudo junto e dificilmente a plantação sofria com pragas. Foi a partir desse modo de produção, que respeita a diversidade de culturas que estabelecemos o Safta”, ressaltou Michinore Konagano, cooperado da Camta.

 

Por se tratar de uma produção basicamente familiar, há maior diversificação de alimentos e a maioria de desses alimentos é que vai para a mesa das pessoas nos centros urbanos. “Isso impacta diretamente na questão da segurança alimentar de toda a população e no desenvolvimento do território onde estão as cooperativas, que ultrapassa a questão da geração de renda e emprego e passa a viabilizar riqueza, porque todo o território passa a ser beneficiado por essa cadeia produtiva e econômica”, finalizou Romier da Paixão Sousa, professor do IFPA de Castanhal.

 

Texto: Fernando Assunção e Ísis Margalho

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