O Brasil ocupa o 94º lugar no ranking de desigualdade de gênero entre 146 países, de acordo com dados do Global Gender Gap Report do Fórum Econômico Mundial. Os números refletem a desigualdade de realização entre homens e mulheres em três dimensões: saúde reprodutiva, capacitação e mercado de trabalho.
O cooperativismo também tem contribuído para reverter esses dados, atendendo diretamente ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5, que visa a igualdade de gênero para todas as mulheres. O Sistema OCB/PA coordena o comitê regional de mulheres das cooperativas paraenses, conhecido como “Elas pelo Coop” conta com a participação ativa de 104 mulheres, refletindo o crescimento e a relevância desse movimento feminino no cenário cooperativista.
Implementado em 2022, o foco principal do comitê é promover o empoderamento de mulher ligadas às cooperativas, promover a capacitação para um melhor posicionamento no mercado de trabalho e incentivar a formação de novos comitês em diferentes regiões, para fortalecer a representatividade feminina internamente, em cada cooperativa.
Um dos bons exemplos, resultado do comitê, é a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Primavera (COOPRIMA), que tem desenvolvido diversas iniciativas de independência financeira e liderança feminina para o desenvolvimento socioeconômico da região do Caeté, no Pará.
A COOPRIMA, ao buscar infraestrutura para beneficiar seus produtos e obter certificações essenciais para a ampliação das vendas, não apenas fortalece a economia local, mas também cria oportunidades para que mulheres cooperadas tenham maior autonomia financeira e voz ativa no processo produtivo. Isso contribui para a redução das desigualdades de gênero no campo, promovendo inclusão e desenvolvimento sustentável.
Além disso, ao pleitear apoio para verticalizar a produção e expandir sua agroindústria, a COOPRIMA reforça o impacto positivo do cooperativismo na vida das mulheres agricultoras, possibilitando que elas tenham mais participação na cadeia produtiva e melhores condições de trabalho. Essa abordagem vai ao encontro dos princípios do ODS 5, garantindo que mulheres do meio rural tenham mais oportunidades de crescimento econômico e social, fortalecendo não apenas a cooperativa, mas toda a comunidade em que estão inseridas.
A COOPERNORTE é outra cooperativa que tem investido ativamente na valorização feminina no setor agroindustrial. Com iniciativas como o evento “Mulheres do Agro” e programas como COOPER+ e COOPER CONECTA, a cooperativa oferece capacitações voltadas para a produtividade, gestão e inovação no agronegócio, beneficiando diretamente o público feminino.
Essas ações reforçam o compromisso com a equidade de oportunidades, garantindo que mais mulheres tenham acesso ao conhecimento e ao protagonismo no setor. Dessa forma, não apenas fortalece a igualdade de gênero, mas também impulsiona o desenvolvimento sustentável do agro na região.