Coleta seletiva precisa ser tornar uma cultura

Fazer a destinação correta de materiais recicláveis também é uma forma de cidadania

 

 

Cidade morena, do cheiro de manga e sabor de açaí essa descrição poética dos apaixonados pela capital paraense deixa de lado um drama secular que persiste em se manter a vista de todos: o lixo. Está tão visível que se tornou “natural” ver pequenos ou médios aglomerados de detritos pelas esquinas, entulho jogado em canais, igarapés ou em terrenos abandonados. Apesar de toda a tecnologia, das informações sobre os benefícios da destinação correta dos resíduos e materiais recicláveis, da legislação que estabelece as normas e exigências de coleta e tratamento, o dia a dia da cidade evidencia que essa prática está longe de se tornar realidade.

 

Em um breve passeio pela Av. Mário Covas, que corta o bairro da Cidade Nova, em Ananindeua, é fácil enxergar amontoados de lixo, às vezes até espalhados nas calçadas ou no meio fio. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece uma série de ações com o objetivo de promover uma maior cidadania às pessoas. Dar destino correto para os resíduos é uma das formas de se gerar cidadania e também depende da participação das pessoas em separar em casa os resíduos”, explica da Noêmia do Nascimento, presidente da cooperativa de reciclagem COOTPA.

 

Cultura do lixo

 

Mesmo que seja grotesco, a cultura de descartar o lixo no meio ambiente ou na rua ainda é vista como algo normal, que se pode despejar tudo sem qualquer critério ou cuidado. Essa é uma as razões do hábito de se jogar objetos, entulhos em locais que aparentemente não irá mais incomodar. A pergunta é: não vai mais incomodar a quem? Ou: até quando não vai incomodar? Basta cair uma chuva que as repostas logo se apresentam.

 

Com a pandemia, esse problema se mostrou ainda mais preocupante, justamente por ser a higiene e o saneamento aliados poderosos no combate ao novo coronavírus. Só no Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (OCB/PA) estão cadastradas dez cooperativas que realizam a coleta seletiva em Belém, Ananindeua, Castanhal, Santarém, Vigia, Paragominas, Xinguara e Canaã dos Carajás.

 

“As cooperativas de reciclagem realizam um trabalho de extrema importância na inclusão social, educação e cuidado com o meio ambiente, mas para que esse trabalho se desenvolva e seja cada vez mais sustentável é imprescindível que tanto a sociedade com as gestões públicas façam cada uma a sua parte”, pondera Ernandes Raiol, presidente da OCB/PA.

 

Tendo em vista esse perfil e com o objetivo de aperfeiçoar e acelerar esse processo de inclusão social, há 10 anos cooperados da CONCAVES estão investindo na educação como forma de reposicionar a cooperativa. Antes, a maioria dos cooperados era composta por pessoas que estivam completamente excluídas do mercado de trabalho por baixa escolaridade e/ou idade avançada.

 

“Eles não conseguiam mais empregos, estavam com uma autoestima muito ruim, sentiam-se incapazes. Hoje, isso está mudando. Já somos três tecnólogos em Gestão Ambiental, um administrador e mais um que está graduando em Ciências Contábeis. Eles sabem da importância do nosso trabalho quanto agente prol meio ambiente tanto na coleta materiais como no descarte adequado. Imagine só se todos esses produtos ainda estivessem no meio ambiente, quanto de doenças, quanto de problemas estamos evitando para nós e para toda a região?”, expõe Débora Baia, tecnóloga em Gestão Ambiental e presidente da CONCAVES.

 

Em Icoaraci, a cooperativa de reciclagem COCAVIP alerta para o cuidado com a separação dos resíduos. “Já chegou aqui material que tinha até rato morto dentro. Imagine o período que isso representa para a nossa saúde. As pessoas precisam ter em mente que não recolhemos lixo. Lixo é aquilo que não serve para nada e esses materiais servem para sustentar 70 famílias, só aqui na nossa cooperativa”, conta Nádia Luz, presidente da COCAVIP.

 

Serviço: Conheça as cooperativas que fazem a coleta seletiva, entre em contato e agende a coleta. A sua participação pode fazer a diferença para dezenas de famílias em todo o Estado.

 

Agendamentos:

 

Belém

CONCAVES: (91) 98116-6185

FILHOS DO SOL: (91) 99728-9838

COCAVIP: (91) 98446-8585

 

Ananindeua

COOTPA: (91) 98076-4349

 

Castanhal

COOPENORTE: (91) 3711-0657 / 98867-2232

 

Vigia

RECICRON: (91) 98204-8133 / 99141-3858

 

Paragominas

COOMPAG: (91) 98860-4145

 

Santarém

COOPRESAN: (93) 99136-5489

COOPERCAT: (93) 99216-8779

 

Xinguara

COOPERLIMPA: (94) 99128-1764

 

Canaã dos Carajás

COOLETTAR: (94) 99134-9646

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