D´Irituia busca verticalização de oleaginosas

 

 

 

Irituia é rica em biodiversidade. Riqueza natural que pode trazer ainda mais desenvolvimento para o município, ao se garantir um valor agregado à produção. A cooperativa D’Irituia está justamente estruturando agroindústria para beneficiar o tucumã e outras oleaginosas, como ucuuba, mucajá, castanha-do-pará e piquiá. No último domingo (04), a SEDEME visitou a área em que se pretende instalar o projeto e apresentou as possibilidades de financiamento via crédito do produtor, do BanPará.

 

De acordo com levantamento feito pelo escritório regional da Emater junto com as cooperativas locais, a região apresenta forte potencial para produção de açaí, andiroba, buriti, bacuri, bacaba, cacau, castanha-do-pará, copaíba, coco, cupuaçu, inajá, maracujá, murumu, patuá, tucumã, ucuuba, mucajá e piquiá. O tucumã, por exemplo, tem uma produção anual de mais de 40 toneladas e uma produção de óleo de mais de mil litros; o piquiá com 249 toneladas e mais de 19 mil litros de óleo; andiroba, com 34,2 toneladas e 1.368 litros de óleo.

 

O planejamento de construção da agroindústria integra, além do beneficiamento de óleos, as casas de farinha e mel, assim como beneficiamento de polpas. Em 2012, a D’Irituia adquiriu a área para construção do complexo industrial, mas ainda busca fontes de financiamento do projeto. 

 

A comitiva que visitou a área foi formada pelo coordenador da DDICS na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), Mauro Barbalho, pelo empresário da Ação Sustentável da Amazônia (ASA Açaí), João Hermeto, pelo Presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol e pelo pesquisador da Embrapa Oriental, Oswaldo Kato. Também pretende-se utilizar o espaço como um ambiente educacional e de empreendedorismo para alunos, estudantes e professores.

 

 

 

“O ambiente acadêmico também terá a oportunidade de ver na prática que é possível fazer algo diferente. Não somente falar na teoria que a Amazônia é rica, mas mostrar, na prática que conseguimos transformar esse potencial de riqueza em alto valor agregado para a comunidade de Irituia e para a região”, explicou o professor doutor da UFRA e cooperado da D’Irituia, José Romano.

 

 

Conforme estimativas da diretoria da cooperativa, o projeto está avaliado em aproximadamente R$ 1milhão.  A Sedeme, que faz validação de carta consulta e submissão do projeto ao conselho deliberativo do recurso, sinalizou positivamente para a parceria por meio da linha “Crédito do Produtor”. Operado pelo BanPará, possui prazo máximo de carência de até 4 anos, com financiamento de até 85% do valor total do investimento para financiamentos entre R$500 mil e R$1 milhão.

“Por meio do BanPará, podemos apoiar empreendimentos como esse. Vamos repassar todo o regramento à cooperativa e, com a orientação do Sistema OCB/PA, a diretoria irá apresentar o projeto para que, dentro de alguns meses, tenhamos o crédito disponível para atendê-los. Também há um movimento muito forte na ALEPA e no Governo do Estado para estímulo a incentivos fiscais, no objetivo de atender todas a cooperativas. Creio que é possível aplicar isso também na D’Irituia em curto prazo”, reiterou Mauro Barbalho.

 

De acordo com a diretoria da D’Irituia, já foi feito estudo de mercado e de produção. A singular também possui documentação legal, certificação, licenças para instalação e está articulada com instituições parceiras para o suporte técnico e organizacional, como o Sistema OCB/PA, UFRA, IFPA e UFPA. Um dos parceiros econômicos e comerciais é o grupo ASA, que mantém o Restaurante Aprazível no Rio de Janeiro.

 

“Irituia tem uma vocação gigante, principalmente no tucumã que é a maior fonte de carotenóide e vitamina A no planeta. É inevitável que esses superalimentos ganhem cada vez mais relevância econômica e atraiam olhares de grandes investidores. Isso já é uma realidade que tenho acompanhado.  A ASA é programada justamente para isso, entender a vocação de uma localidade e investir nela”, explicou João Hermeto.

 

 

A COOPERATIVA

Com nove anos de fundação, a D’Irituia reuniu 20 produtores familiares que não eram atendidos por políticas de âmbito federal, municipal ou estadual para que juntos constituíssem uma organização comercial mais competitiva. Hoje já são 42 cooperados, sendo 23 mulheres. Os principais produtos, além das oleaginosas, há também as cadeias produtivas da mandioca, das hortaliças, dos produtos de origem animal e dos SAFs com ênfase nas frutíferas. As oleaginosas já são comercializadas com empresas como Natura e Amazon Oil.

 

“Nosso sonho é ter essa fábrica, evoluir economicamente e avançar na conscientização sobre o cuidado com o meio ambiente. É um sonho de muitas pessoas, muitas famílias que tentam trabalhar para que tenhamos dias melhores. Vamos continuar o contato com as instituições e dar prosseguimento ao processo de acesso ao crédito”, comentou o presidente da D’Irituia, Lázaro Lima.

 

Para o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, o avanço representará um exemplo para as demais cooperativas. “Temos trabalhado neste sentido, de proporcionar um ambiente adequado para o desenvolvimento da agricultura familiar, que representa responsabilidade social e ambiental ao reunir pequenos produtores e disseminar práticas sustentáveis de produção”.

 

 

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