Amazônia tem a primeira Sociedade Garantidora de Crédito

 Ela é paraense e nasceu em berço cooperativista

 

Estabelecida no estado do Pará, a Sociedade Garantidora de Crédito Amazônia (SGC Amazônia) é a primeira nesse modelo a atuar na região amazônica e traz o conceito moderno inspirado no mercado de europeu de complementariedade e afiança garantias para tomadores de crédito. No Brasil, são ao todo 17 sociedades garantidoras de crédito. Atualmente, a SCG Amazônia é a maior em termos de cobertura de território no mundo.

A SGC Amazônia é uma Sociedade Garantidora de Crédito criada em 2016, que tem a finalidade é prestar garantia complementar para quem pretende tomar crédito na rede bancária. A ideia nasceu em berço cooperativista na cooperativa de crédito Sicoob Transamazônica, uma das cooperativas que mais crescem no Estado. A Sociedade possui um Conselho de Administração, cujo presidente é Antônio Henrique Gripp, formada pelas Federações da Agricultura e Pecuária do Pará, do Comércio, da Indústria, pelo Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (OCB-PA), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Pará (Sebrae-PA).

Além do Sicoob Transamazônica, a Sociedade possui convênio com a Sicoob Cooesa e com a Sicoob Unidas. Em âmbito nacional, mantém convênio com o Sistema Cressol. Também mantém tratativas com o Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Banpará. Esses últimos – em especial, participaram da criação da Sociedade.

Lacuna Fundiária

No Pará, principalmente no interior, há uma grande falta de documentação de imóveis rurais e urbanos e isso dificulta – não raro impede – que essas pessoas deem esses bens como garantia nas operações de crédito. “Isso é um importante parâmetro que mostra o porquê de o empresário rural e urbano paraense tomar pouco crédito no sistema financeiro nacional por conta da ausência de garantias. A SGC Amazônia nasce nesse sentido para preencher essa lacuna. É uma Sociedade que vai poder contribuir para o desenvolvimento do Pará”, explica Lucas Gelain, diretor executivo da SGC Amazônia.

Assembleia de Constituição da SGC Amazônia

 

Além de diretor executivo da SGC Amazônia, Gelain é diretor executivo da Sicoob Transamazônica, uma das cooperativas de crédito que mais crescem no Estado, também criada em 2016. Para se ter uma ideia da velocidade de expansão da Sicoob Transamazônica, em janeiro, a singular possuía 5 mil associados e R$50 milhões em ativos. Em seis meses, dobrou o número de ativos e ultrapassou o dobro de cooperados. A meta é associar mais 4 mil até dezembro. Para 2021, mais ousadia: 30 mil cooperados.

Recentemente, a Transamazônica foi autorizada a repassar recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), modalidade Emergencial à totalidade dos municípios paraenses, criada para ajudar na recuperação econômica da região, com taxa de 2,5% ao ano. O FNO pode financiar investimentos de longo prazo, capital de giro ou custeio. É destinado aos segmentos agropecuário, agroindustrial, industrial, comércio, serviços, turismo, cultural e infraestrutura.

Como funciona

A SGC Amazônia faz uma análise de crédito, emite a fiança, o associado de posse dessa fiança vai à instituição financeira – cooperativista ou não – a fim de tomar o crédito. Em caso de inadimplência, a SGC Amazônia garante essa operação. “Estamos em contato com o Sebrae-PA para aporte de recursos para esse fundo de risco, que garante as operações. O Sebrae Nacional foi apoiador na constituição das demais SGCs do país”, acrescenta Antônio Henrique Gripp, presidente do Conselho de Administração da SGC Amazônia.

A instituição é filiada à Central das Sociedades Garantidoras, com sede no Paraná, em que toda a área contábil, recursos humanos, análises é realizada nessa Central e – no Pará – as áreas operacionais e de comercial junto às cooperativas. “Estamos à disposição para credenciar com os demais sistemas de cooperativas e à disposição do Estado do Pará nesse sentido de contribuir para o desenvolvimento, no tocante à concessão de crédito”, enfatiza o diretor executivo.

Dados

O segmento cooperativista de crédito é um dos principais no Estado. Dados do Diagnóstico do Cooperativismo do Estado do Pará 2019, da OCB-PA, apontam o setor como o segundo maior em número de cooperados (associados), com 30.136 mil pessoas, o que corresponde a 32,22% do número total de cooperados no Pará.

As cooperativas financeiras disponibilizam serviços bancários devidamente autorizados pelo Banco Central, como conta corrente, poupança, consórcio, financiamentos, capital de giro, cheque especial, cartão de crédito, de débito, crédito pessoal, investimentos, aplicativo e internet bank. Tudo com taxas e juros, em média, até 30% mais baixos que as instituições bancárias convencionais.

“Ver uma iniciativa dessas, que permite desburocratizar o acesso ao crédito, tendo a SGC como avaliadora e garantindo o cumprimento dos requisitos estabelecidos pelo Banco Central, nos faz perceber a inovação e os benefícios reais e concretos para o nosso mercado e ainda sendo feito por uma cooperativa, é a evidência que podemos chegar muito mais longe cooperando e tendo a visão de futuro promissor para o Estado”, finaliza Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB-PA.

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