Artigo: "Por um cooperativismo cada vez mais forte"

Ao longo desses anos, todo o nosso trabalho visa ampliar e fortalecer o cooperativismo paraense e isso também se faz por meio da representação política. Sem dúvida, tivemos grandes momentos, como a aprovação da Lei do Cooperativismo Estadual, a reativação da Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo (FRENCOOP/PA), que atualmente temos a honra de contar com a competente deputada estadual Professora Nilse Pinheiro como presidente da FENCOOP/PA.

 

Também conseguimos deferimentos fiscais para algumas cooperativas, nos aproximamos e estabelecemos credibilidade junto aos mercados institucionais, que hoje representam uma das principais fontes de renda das cooperativas da agricultura familiar. Formalizamos acordos de cooperação técnica e isso, certamente, gerará ainda mais frutos, a exemplo do que mantemos com a Universidade Federal Rural da Amazônia, que desde 2018, já abriu várias portas para as cooperativas, desde programas de estágios em cooperativas, em que os graduandos têm a vivência na prática no dia a dia de uma cooperativa, ao programa de residência do Ministério da Agricultura, em que a Universidade selecionou várias cooperativas.

 

Este ano, realizamos pela segunda vez o lançamento das nossas propostas para o desenvolvimento do Estado e abrimos as portas para todos os candidatos interessados em conhecer mais sobre o cooperativismo e implantá-lo em suas respectivas plataformas de campanha. Percebemos uma procura bem maior do que na edição anterior, em que muitos viraram a cara para as nossas ideias.

 

Hoje, o cooperativismo paraense se mostra cada vez mais maduro, cada vez mais seguro do que se quer e de onde se pretende estar daqui a 10 anos.

 

Já estamos distante daquela realidade de 2010, quando assumi um Sistema, deteriorado pelo tempo e pela ausência. Corremos muito atrás de recuperar as cooperativas, betemos na porta de cada uma delas, levamos muitos “nãos” na cara. Tivemos a honra de contar com a presença de profissionais e parceiros que fizeram a diferença em cada momento, nos ajudando a construir o que é hoje o maior Sistema Cooperativo da Região Norte no ranking nacional.

 

Enfrentamos muitas dificuldades, cortes de orçamento e riscos reais ao nosso sistema, mas não paramos. Investimos em conhecer melhor a nossa realidade, lançamos dois diagnósticos do cooperativismo, o que nos permitiu chegar a caminhos cada vez mais claros para poder sugerir políticas públicas e elencar o que queremos para os próximos anos para as cooperativas do estado do Pará.

 

Em âmbito estadual, conseguimos estreitar parceria com vários braços essenciais, como as secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) e de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), com a Junta Comercial do Pará (Jucepa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA), Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Pará (Emater-PA).

 

Só para se ter uma ideia, desde 2019, realizamos uma espécie de intercâmbio entre os nossos técnicos e os da Jucepa para que ambas as casas conheçam um o trabalho da outra e assim o nosso trabalho em conjunto possa fluir e beneficiar a todas as cooperativas. Isso facilitou muito os processos, principalmente, quando iniciou a Jucepa 100% digital, em que pode nos acompanhar em atividades nas demais cidades do interior.

 

Hoje, o Sistema OCB-PA está presente em todas as cinco regiões de integração do nosso Estado e comporta mais de 300 mil pessoas ligadas direta e indiretamente às atividades cooperativistas, sendo o transporte, o agro, o crédito, a saúde e a mineração, os principais segmentos. São atividades produtivas que respeitam e se orientam pelos princípios da democracia, da sustentabilidade ambiental e social e – de quebra – atendem aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas.

 

Isso está nos evidenciando um aspecto que ainda é válido maturar: precisamos de representantes verdadeiramente cooperativistas. Representantes que conheçam, que se dediquem a causa do cooperativismo e que sejam eleitos pela força do cooperativismo. Certamente assim, avançaremos ainda mais em nossas necessidades que – em muitos aspectos – ainda se limitam a regulamentações que estão paradas e são essenciais para o avanço das cooperativas.

 

Acreditamos que 2021 será um ano melhor, será um ano de muita semeadora ainda, mas também que já vamos começar a colher bons frutos de todo esse trabalho feito pela união de pessoas que tem um mesmo objetivo: a cooperação para crescer, se sustentar e obter cada vez mais qualidade de vida para todos. É nesse cooperativismo que acreditamos.

 

 

Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB-PA

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