UNICA e COOAFAV combatem mudanças climáticas

 

Recuperação de solos e o estímulo a sistemas agroflorestais são atitudes simples, mas que podem ter um grande significado para o clima do planeta.  Em trabalho de intercooperação com a COOAFAV, a cooperativa UNICA está executando projeto sobre mudanças climáticas e os impactos na produção agrícola das propriedades rurais do assentamento Abril Vermelho, em Santa Bárbara do Pará.

 

O projeto também conta com o apoio do apoio da Fundo Casa Socioambiental e beneficia cerca de 60 agricultores e agricultoras, que trabalham direto e indiretamente com a cooperativa. O objetivo é levar a conscientização da reserva legal e a sua importância para manutenção do clima, proporcionando mais qualidade para o meio ambiente.

 

A Cooperativa da Agricultura Familiar do Assentamento Abril Vermelho (COOAFAV) tem como principais produtos o açaí, hortaliças, mandioca e, com o apoio da Cooperativa UNICA, o trabalho se expandiu para realização de oficinas de manutenção da biodiversidade, treinamento de proteção de nascentes e recuperação do solo.

 

“Também está sendo realizado o mapeamento das reservas legais, delimitando as áreas de preservação na Amazônia”, explicou Alyson Carvalho, diretor presidente da cooperativa UNICA.

 

Outra ação que está sendo desenvolvida e que favorece as questões ambientais e climáticas é o projeto “Conversando sobre o clima: Conscientização ambiental e utilização de estratégias adaptativas frente às mudanças climáticas enfrentadas pelos produtores da Associação do Mari Mari II”. É desenvolvido pela Cooperativa UNICA, em parceria com a Associação dos Pequenos Agricultores do Mari Mari II (APAMM), no distrito de Mosqueiro e também conta com o apoio do Fundo Casa Socioambiental.

 

 

O projeto beneficia diretamente 32 agricultores e cerca de 80 agricultores e agricultoras indiretos. “São desenvolvidas estratégias de valorização ambiental para que possamos fazer modificações nesse cenário da Associação APAMM. As ações são realizadas através da implantação de um viveiro de mudas de espécies nativas que estão sendo cultivadas e posteriormente trabalhadas para recomposição florestal dessa região, que foram afetadas por ações antrópicas ou por queimadas”, explicou Alyson.

  

A Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Agrárias do Estado do Pará (ÚNICA) nasceu em Belém em outubro de 2019, dentro do projeto IncubCoop, do SESCOOP/PA, através de uma iniciativa de 20 sócios, profissionais de Engenharia de Pesca, Engenharia Florestal, Engenharia Ambiental e Agronomia, contendo um portfólio de serviços amplo e que inclui o serviço de elaboração de projetos para captação de recursos.

 

Seguindo o mesmo princípio de preservação ambiental, a Cooperativa Agropecuária dos Produtores Familiares de Irituia (D’IRITUIA), também realiza um trabalho socioambiental através do Sistema Agroflorestal, recuperando áreas degradadas e desenvolvendo uma nova cultura de árvores com cultivos agrícolas anuais.

 

“Esse sistema congrega a produção agrícola com grãos, frutíferas – com arbóreos e criações. Os sistemas agroflorestais são altamente diversificados, e garantem ao longo dos anos a produção para segurança e soberania alimentar de suas famílias e para o mercado, utilizando produtos naturais e preservando o meio ambiente”, explicou José Romano de Oliveira, sócio fundador da Cooperativa Agropecuária dos. Produtores Familiares Irituienses (D 'Irituia) e professor doutor da UFRA.

 

Vantagens – Para José Romano, o sistema agroflorestal utilizado na cooperativa D 'Irituia, possui diversas vantagens, entre elas a produção de alimento diversificado, serviços ambientais como sequestro de carbono, microclima local, proteção das fontes hídricas, combate a erosão, entre outras ações que combatem as mudanças climáticas. “Esses produtos não eram considerados como diferenciais, eram vistos como produtos comuns. Hoje a sociedade entende que esses produtos, oriundo de sistemas agroflorestais, possuem um valor agregado muito grande, pois além de saudáveis, são sustentáveis. Esses agricultores estão produzindo e preservando ao mesmo tempo”, explicou José Romano.

 

SAFS – O Sistema Agroflorestal (SAFs), é um sistema que reúne as culturas de importância agronômica em consórcio com a floresta. Um sistema agroflorestal é um sistema de plantio de alimentos que é sustentável e ainda faz a recuperação de uma floresta. “A sustentabilidade é pautada em dimensões ambientais, econômicas, sociais, culturais e religiosas. E os agricultores que praticam SAFs realizam e incentivam tudo isso. São agricultores inovadores e altamente sustentáveis, por que conseguem produzir e preservar”, finalizou Romano.

 

D’IRITUIA - Com nove anos de fundação, a D’Irituia reuniu 20 produtores familiares que não eram atendidos por políticas de âmbito federal, municipal ou estadual para que juntos constituíssem uma organização comercial mais competitiva. Hoje já são 42 cooperados, sendo 23 mulheres. Os principais produtos, além das oleaginosas, há também as cadeias produtivas da mandioca, das hortaliças, dos produtos de origem animal e dos SAFs com ênfase nas frutíferas. As oleaginosas já são comercializadas com empresas como Natura e Amazon Oil.

 

De acordo com o presidente do Sistema OCB-PA, Ernandes Raiol, a sustentabilidade sempre foi um dos focos e alvo das cooperativas paraenses. “O Sistema OCB/SESCOOP-PA vem investindo tudo o que pode na aquisição de produtos ecológicos, sustentáveis, orgânicos e naturais. Somente no Estado do Pará existem cerca de dez cooperativas trabalhando focadas apenas nesta linha de desenvolvimento sustentável e de produtos saudáveis e de qualidade. As cooperativas são especialistas em fazer o bem, com sustentabilidade e cooperação. Essa é a nossa grande busca, trabalhar a economia, o mercado e o meio ambiente, valorizando a vida das pessoas. Tudo isso com o apoio do Sistema Cooperativista e de parcerias como Universidades e outros órgãos públicos e privados”, disse Raiol.  

Shadow
Slider
  • Seg - Sex | 08h às 12h - 13h às 17h
SISTEMA OCB/PA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.