Pesquisa aponta que não há ocorrência de intoxicação por mercúrio em garimpo de Itaituba

 

Uma pesquisa realizada pela Doutora Zuleica C. Castilhos, que faz parte da equipe do Laboratório de Especialização em Mercúrio Ambiental (LEMA) do Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), apontou que não há ocorrência de intoxicação por mercúrio em região garimpeira de Itaituba.


O estudo foi desenvolvido no distrito de Moraes Almeida, onde, primeiramente, houve a coleta urinária voluntária de 29 pessoas, mas que apenas 23 amostras foram analisadas. As demais, um total de seis, sofreram danos durante o transporte, e não puderam ser examinadas.


A coleta das amostras foi realizada de modo “stop”, ou seja, no horário possível e não a primeira urina da manhã (ou a urina de 24h), como é geralmente recomenda por ser mais confiável, uma vez que é mantido por cerca de 8 horas no organismo, não sofrendo diluição. Por isto, a mostra “spot” pode revelar menores teores do que a primeira urina da manhã.



Segundo a pesquisa, das amostras analisadas, todas apresentam dosagem que é considera normal, isto é, não mostram qualquer risco de ocorrência de intoxicação por mercúrio nas condições em que se encontravam. Entretanto, vale ressaltar, que o resultado da urina de uma criança ficou acima da média, onde foi recomendado uma nova coleta de urina e análise de mercúrio para confirmação do resultado.



Os resultados da pesquisa foram confirmados através de comparação de valores. Existindo os valores considerados normais, chamados de Valores Referenciais ou simplesmente VR para pessoas não expostas ocupacionalmente, e valores limites, chamados de Índices Biológicos de Exposição ou IBE, para exposição em situação ocupacional, ou seja, quem trabalha com mercúrio, como garimpeiros, queimadores e pesadores de ouro.



Nesse sentido, houve comparação com os valores da cidade de São Paulo (2007), onde os números normais para a população se mostram da seguinte forma:  homens acima de 19 de idade o valor é de 17,9 µg/L, e para mulheres dessa mesma idade, o valor é 17,0 µg/L.



Nas amostras de Moraes Almeida, a média geral dos resultados ficou na faixa de 0,60 µg/L, sendo que o valor mínimo foi 0,03 µg/L e o valor máximo 1,5 µg/L. Desta forma, observa-se que valores estão bem abaixo da média nacional, mas isso pode ter ocorrido por conta da interferência em relação ao período de atividade dos garimpeiros, que não estavam 100% ativos no momento visitado.



O assunto em questão, foi tema da matéria veiculada no dia 30 de agosto, no Fantástico, a revista eletrônica da Globo, que vai ao ar todos os domingos das 21h às 23h, que mostrou como toneladas de mercúrio entram clandestinamente no país para abastecer garimpo de ouro, incluindo a região do Tapajós, em Itaituba.

Fonte: Portal Giro

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