DGRV irá auxiliar CCAMPO em projeto de energia solar

Esta é uma alternativa planejada para minimizar os impactos ambientais da produção

 

 

O custo anual do consumo energético na agroindústria de polpas de fruta e na casa de farinha da CCAMPO é de aproximadamente 110 mil. Com a parceria da Confederação das Cooperativas Alemãs (DGRV) e do Sistema OCB/PA, esse custo pode reduzir drasticamente com uma economia de cerca de 90%, o que irá possibilitar o projeto de verticalização produtiva para a expansão da cooperativa.

Com atividades na América Latina e no Caribe, a DGRV é um dos parceiros de projetos financiados pelo Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ). A sua atuação no Brasil é focada na região norte e nordeste em três setores de cooperativa: fomento do ramo crédito, energias renováveis no cooperativismo e agricultura familiar.

Com as cooperativas agropecuárias, a Confederação trabalha o programa junto com o Sistema OCB/PA  por meio do programa AceleraCoop nos pilares de Governança, Gestão, Mercado e, em Santarém, estão executando um projeto piloto com eficiência energética e produção de energia renovável.

Nesse primeiro momento, foi feito um mapeamento de como a energia é utilizada na cooperativa e a identificação das possibilidades de diminuição de consumo, analisando equipamentos utilizados, iluminação e instalação. Também se identificou quem são os vilões da conta de energia e o quanto a cooperativa podem reduzir seu consumo energético. A DGRV irá viabilizar toda a assessoria para esse processo de eficiência energética.

O próximo passo é, com todos os dados de eficiência energética, definir qual o consumo real e o consumo ideal de energia para iniciar o projeto de geração renovável. A intenção é estruturar usina solar de energia fotovoltaica para que a cooperativa possa produzir a própria energia e utilizá-la em seu processo produtivo.

O consumo de energia da agroindústria de polpas mensalmente é de 7,5 mil kWh a 8 mil kWh, com um custo que varia entre R$ 9 mil e R$ 11 mil por mês. Já a casa de farinha não possui energia trifásica e é uma das demandas levantadas junto à Sedeme. Atualmente funciona a motor que gasta por dia, dependendo do funcionamento, em torno de 50 a 60 litros de óleo diesel, um custo diário de R$ 300. Também há uma demanda grande dos cooperados que trabalham com irrigação, a maioria por motor. Não possuem energia elétrica para usar as bombas de irrigação e, assim, dar vazão à água para molhar a produção.

Em levantamento feito anteriormente pela própria cooperativa, inicialmente apenas para a indústria de polpa, um financiamento com duração de 5 anos teria o mesmo valor do que pagam de energia hoje. Após esse período, usufruem por mais uns 20 anos da energia solar.

Nesse levantamento preliminar, seriam necessárias para a indústria de polpas cerca de 188 placas para a geração média de 8 MWh. Caso trabalhem com a indústria de beneficiamento de derivados de mandioca e atendam a demanda energética de alguns cooperados, seria necessário produzir aproximadamente 12 MWh. O interesse é implantar a mini-usina de energia no terreno da cooperativa, em Santarém.

“Com a economia gerada e o recurso em caixa, a cooperativa pretende investir em outras modalidades e desenvolvimento de outros produtos. O principal objetivo é a instalação de cozinha industrial para processamento de frutas para produção de doces, geleias e derivados de mandioca. Muitas frutas in natura se perdem em dois ou três dias. Com o beneficiamento, é possível preservar a mercadoria de seis meses e até um ano”, explicou o presidente da CCAMPO, Mário Zanelato.

A DGRV fará uma tentativa de captação de recurso na Alemanha, por meio do Ministério Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento, para tentar apoiar a CCAMPO na aquisição das placas solares. Como possível contrapartida, os próprios cooperados da CCAMPO irão fazer a instalação da usina em Santarém.  A Confederação busca fomentar a capacitação dos próprios cooperados, familiares e, possivelmente, da comunidade em geral, de modo que aprendam a montar a usina. Posteriormente, também poderão fazer a manutenção, limpeza ou correção de algum equipamento necessário.

O projeto de eficiência energética será concluído no próximo mês. A intenção é que, até o final deste ano, os cooperados já tenham sido capacitados e a usina já esteja produzindo. A DGRV está procurando empresas que possam ministrar o curso de instalação e manutenção aos cooperados, assim como fornecedores locais de placas solares para a construção da usina.

“Buscamos o fortalecimento da cooperativa e a melhoria de vida dos cooperados, pensando que, depois de todo o projeto de aprimoramento da gestão, da governança e com a produção de energia limpa, a vida do cooperado possa ter se tornado melhor do que era antes”, afirmou a diretora-Brasil da DGRV, Camila Japp.

ACELERACOOP

O projeto da DGRV em parceria com o Sistema OCB/PA também tem buscado a eficiência e sustentabilidade do negócio das cooperativas agropecuárias. A unidade estadual selecionou algumas cooperativas, entre elas a CCAMPO, em que é feito um trabalho de diagnose, levantando quais os pontos de soluções emergenciais para a elaboração de um futuro plano de ação. A partir disso, mapeia-se eventuais consultorias para aportar conhecimento e auxiliar na ampliação de mercado, verticalização e gestão das cooperativas.

De forma paralela, também se trabalha com o pilar da Governança das cooperativas. A proposta é dar impulsionamento às cooperativas para que tenham um bom resultado socioeconômico em um menor espaço de tempo e sustentá-los ao longo do tempo.

Santarém tem sido pioneira no Programa. O projeto foi iniciado no final de 2019 na CCAMPO com diversas ações, entre elas a consultoria de precificação para análise dos custos e estabelecimento de competividade no mercado, assim como pesquisa de mercado para se posicionarem diante das necessidades e demandas do consumidor. Na governança, os resultados foram bastante positivos, chegando a uma evolução de 150% de aumento em indicadores.

“Daremos continuidade ao trabalho de governança, apresentando alguns pontos estratégicos para 2022, como sucessão e preparação de novas lideranças dentro do quadro de cooperados; a ética dentro dos ambientes da cooperativa; educação cooperativista; organização do quadro social e prestação de contas”, explicou Silvio Giusti, consultor da DGRV.

Na ocasião, o consultor apresentou pesquisa de mercado que identificou para a cooperativa as oportunidades que tem dentro do mercado regional e trouxe informações sobre oportunidade para atuar com produtos demandados pelo consumidor na região, embalagens diferenciadas, pontos de venda e estratégia de mercado.

 

“Agradecemos profundamente a parceria da DGRV, quem tem feito um trabalho espetacular junto às cooperativas paraense. Já éramos parceiros no fomento ao ramo crédito e, ao levar esse aporte de conhecimento ao setor agropecuário, tão importante para o Pará, eleva ainda mais nossa esperança de ver um cooperativismo cada vez mais forte aqui”, enfatizou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

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