Dia C em Irituia: cooperação que vem do campo!

 

 

Com mais de 80% da população vivendo no campo, Irituia é um município rural que carece de políticas públicas para desenvolvimento da Agricultura familiar. No Dia C, o cooperativismo foi apresentado como uma tecnologia social capaz de mudar a realidade dos produtores. As cooperativas D'IRITUIA e COAPEMI mostraram esse diferencial em programação ocorrida na última sexta (28), próximo à Câmara Municipal.

 

Produtores, autoridades políticas, estudantes e, claro, a comunidade irituiense esteve reunida no centro do município. Na programação, as singulares expuseram sua produção em Feira da Agricultura Familiar, apresentando o que há de melhor na produção rural. Também houve atendimento em enfermagem com a parceria dos alunos da UNOPAR.

 

A variedade dos produtos encantou a população de Irituia. Farinhas, frutas, derivados da mandioca, hortaliças, cachaça de jambú, queijos e biscoitos foram alguns dos destaques. Apesar de serem reconhecidos nacional e internacionalmente, a região pouco conhece o que é desenvolvido localmente.

 

Mayara Lima, por exemplo, é estudante do quinto ano de Engenharia Florestal na UFRA. No entanto, não conhecia o cooperativismo e o trabalho desempenhado pelas cooperativas.  “Não sabia o que era esse movimento. Achei bem interessante o projeto do Dia C que trouxe para a cidade essas informações importantes do que é produzido aqui e não sabemos”. 

 

A Mestranda em Empreendimentos Agroalimentares, Jessica Silva, também está conhecendo o setor mais a fundo. Ficou tão interessada no cooperativismo que estruturará seu projeto de pesquisa com base na produção agroecológica de Irituia. “Sou aqui do município e fiquei encantada com o trabalho das cooperativas. Desde sua fundação, trabalham com a agroecologia, incentivando os cooperados a adaptarem sua produção. Irei avaliar como está sendo feita essa transição dos antigos métodos utilizados para os atuais. Assim, teremos dados concretos sobre o nível de sustentabilidade alcançado”.

 

 

 

 

Na abertura oficial do evento, participaram representantes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto Federal do Pará (IFPA) e Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Pará (OCB/PA).

 

 

AS COOPERATIVAS

Com nove anos de fundação, a D’Irituia reuniu 20 produtores familiares que não eram atendidos por políticas de âmbito federal, municipal ou estadual para que juntos constituíssem uma organização comercial mais competitiva. Hoje já são mais de 60 cooperados. Os principais produtos da cooperativa são polpas de frutas, farinha, goma, tucupi, leite, queijo, iogurte, hortaliças e oleaginosas.

 

“Agradecemos a participação dos parceiros, colaboradores e voluntários. Isso é o que buscamos: trabalhar em cooperação para melhorar a qualidade de vida de Irituia. Estamos muito satisfeitos e queremos agregar ainda mais pessoas para fortalecer o cooperativismo na região. Juntos somos mais fortes”, enfatizou o presidente da D'Irituia, Rubens Peniche.

 

 

A COAPEMI trabalha com as mesmas linhas de produto hortifrutigranjeiros, com destaque para a  farinha. São produzidas 20 toneladas mensais com capacidade para ampliação. Outro destaque são as sementes como a de malva que, em 2018, teve um volume produtivo de 33 toneladas comercializadas.

 

“O Dia C representa muito. É importante para mostrar que estamos unidos e para nos apresentarmos ao município. Fomos acostumados a trabalhar individualmente, mas apenas cooperando que poderemos promover o desenvolvimento regional”, reiterou Zezinho Santos, presidente da COAPEMI.

 

A CAMPANHA

O Dia C é um grande movimento nacional de estímulo às iniciativas voluntárias diferenciadas, contínuas e transformadoras, realizadas por cooperativas. Todos os anos, cerca de 1,5 mil cooperativas beneficiam mais de dois milhões de pessoas, por meio do trabalho de quase 121 mil voluntários.

 

“Nosso objetivo é auxiliar as comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas, fazendo com que a população reconheça o cooperativismo como a melhor alternativa de desenvolvimento socioeconômico”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

 

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