Do total das singulares participantes de levantamento feito pelo Sistema OCB/PA sobre os impactos da COVID-19, 37% tiveram perdas em seus negócios, 31% já tiveram suspensão de entrega de produtos e serviços e 7% já precisaram demitir colaboradores. O acesso a linhas de crédito é considerado a maior necessidade no momento para 52%, dos quais 46% buscam capital de giro.
No total, 90 cooperativas paraenses participaram da pesquisa durante os dias 06 a 08 de abril de 2020, possibilitando o mapeamento do atual cenário cooperativista. As informações consolidadas no documento foram estruturadas para apreciação de parceiros estratégicos, como o poder executivo e cooperativas de crédito. O Banco da Amazônia também recebeu o documento formalmente, reiterando o ofício enviado dia 13 de março que solicita o agendamento de reunião para apresentação das demandas específicas das cooperativas.
O levantamento será enviado para todos os parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Pará e à bancada paraense no Congresso Nacional. Para a articulação, solicitou-se apoio da presidente da FRENCOOP, deputada estadual professora Nilse Pinheiro, do deputado federal, Vavá Martins, e do senador Zequinha Marinho.
A maioria das cooperativas participantes (32%) busca financiamento de até R$ 50 mil, 30% de até R$ 100 mil e 26% acima de R$ 100 mil. Além de capital de giro, outras finalidades são custeio (22%) e investimento (20%). Além de acesso a crédito, 16% considera a entrega de produtos aos clientes como sendo a principal demanda e 15% busca novos mercados.
“Por sermos uma fábrica de chocolate, nosso comércio ficou totalmente comprometido, pois veio coincidir justamente no período de páscoa, período que movimenta nossa economia. Estamos tentando fazer vendas online através de redes sociais; fazendo promoção dos produtos com até 50% de desconto para dar vazão”, explicou uma das singulares participantes.
Do total, 49% das cooperativas continua trabalhando, mas com redução das operações e da produção. Já 29% estão com as atividades totalmente paralisadas e apenas 6% continua trabalhando normalmente. A maioria das singulares é responsável por atender a comunidade local (cerca de 41%) e 31% atende a municípios próximos.
A principal dificuldade enfrentada pelas cooperativas (57%) continua sendo a baixa circulação de usuários e consumidores. Também foram levantadas as limitações de não recebimento da venda da produção; Baixa comercialização; Inadimplência de associados; Impossibilidade de realização de eventos e capacitações; Queda na venda e na produção dos agricultores; A impossibilidade de aglomeração dos cooperados para fazer as atividades; O perfil de grupo de risco do quadro social.
As cooperativas de transporte também citam a redução de 70 % da frota. O consumo de diesel tem superado a receita arrecadada no dia pela baixa procura de passageiros. De 48 horários, algumas cooperativas reduziram para 11. O setor produtivo também está com barcos parados no porto pelo motivo de não ter compradores para sua produção de pescado. Já as cooperativas de reciclagem alegam dificuldade na coleta com a população e nas vendas dos materiais recicláveis.
“Com este levantamento, buscamos auxiliar o Governo Estadual e Instituições Financeiras na criação de linhas de crédito específicas para sanar as necessidades das cooperativas Paraenses. Somamos mais de 236 empreendimentos cooperativos com mais 90 mil pessoas que geram cerca de 4 mil empregos diretos”, enfatizou o presidente do Sistema OCB/PA.
Outros efeitos negativos foram a suspensão de eventos que geravam renda para as cooperativas; Atendimento bancário irregular; A baixa do preço de venda dos produtos; Nas cooperativas de transporte, a queda foi de 70% a na quantidade de passageiros e redução de 80% dos fretes; Aumento do custo de logística; Inadimplência dos responsáveis nas cooperativas educacionais.
Para superar as dificuldades da crise, as cooperativas estão adotando medidas para reduzir custos: Prorrogação de parcelas de financiamentos, redução do quadro de pessoal, diretores trabalhando no sistema de rodízio, negociação com produtores para prazos de pagamento de produção e negociação com clientes para a venda de kits para entregas aos alunos em casa.