Dia C no Pará beneficiou mais de 500 pessoas no Marajó

 

Gestos simples, como um sorriso de criança, fazem todo o esforço valer a pena. E em 2020, o Dia de Cooperar já seleciona vários sorrisos, em especial, na comunidade Santo Ezequiel Moreno, no arquipélago do Marajó. Só a comunidade de Portel recebeu 75 cestas básicas, 64 kits de higiene e, o melhor, o carinho da cooperação. Melgaço também foi beneficiada com 52 cestas.

 

Parecia ser um simples lápis, mas, para o garoto de 6 anos, Rafael, representou bem mais. Não pela inovação de uma semente na ponteira, mas porque alguém se importou em presenteá-lo. Ele e sua família foram beneficiados pela campanha que está arrecadando suprimentos para cooperativas e comunidades em situação de vulnerabilidade social.

 

Em 2019, houve uma visita prévia ao local com os alunos do mestrado profissional, promovido pela parceria entre o IFPA Castanhal e o SESCOOP/PA. Na ocasião, se identificou as necessidades e as potencialidade da região.

 

A localidade receberia a celebração estadual do Sistema OCB/PA em alusão ao Dia de Cooperar em 2020, mas a pandemia do novo covid-19 impossibilitou a ação presencial que leva atendimentos médicos, serviços de cidadania, cultura e lazer. A intenção é que o projeto ocorra no próximo ano.

 

Com a pandemia e a proibição de deslocamento dentro do município, a comunidade teve perda de comercialização da produção, tanto do açaí quanto da mandioca, ocasionando a baixa na renda dos agricultores. A doação de cestas básicas auxiliou neste momento de diminuição.

 

 

“Queremos agradecer em nome da comunidade Santo Ezequiel Moreno e do assentamento Acutipereira, a todos os parceiros que ajudaram com as cestas por meio da OCB/PA. É um momento de todos darem as mãos. Sem união não há desenvolvimento. Precisamos nos unir para fazer o bem ao próximo. Por isso, deixamos as portas da comunidade abertas para continuarmos o trabalho de desenvolvimento no Marajó”, afirmou o vice-gerente da comunidade e coordenador do Maneja Aí, Téofiro Gomes.

 

A comunidade possui baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH). Das 43 famílias lá residentes, apenas 12 possuem acesso a fossas sépticas, menos de 28%. A tecnologia social de baixo investimento é formada por bombonas e serragens que possibilitam o processo de compostagem ao passar do tempo. Posteriormente o resultado é utilizado como adubo para produção.

 

O acesso à água potável na comunidade também é precário. Captam água do rio para tratar, o que nem sempre atende às adequações exigidas para o consumo humano.  Recentemente, conseguiram acesso à energia elétrica. Em relação à educação, a comunidade possui uma escola que desenvolve o ensino básico (infantil e fundamental). A estrutura física está em condições precárias para atender as necessidades dos estudantes.

 

A base da economia local é o agroextrativismo manejado do açaí. Fazem a colheita com o mínimo de interferência humana da produção. A comercialização abrange o Pará e o Amapá por meio associação ou venda direta com a figura de atravessadores. Fora da safra do açaí, os comunitários produzem mandioca e seus derivados.

 

 

“O ideal é que pudessem diversificar a cadeia produtiva, trabalhando o desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais (SAFs) com outras árvores frutíferas, galináceos e suínos. Junto com outros parceiros como IFPA, EMATER e EMBRAPA, já estamos sensibilizando a associação local que, por meio da cooperativa, conseguirão estruturar essa diversificação”, explicou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.

 

A Associação local já executa um projeto socioeconômico de desenvolvimento social, separando R$ 2,00 a cada rasa (2 latas) de açaí para a estruturação de infraestruturas como as fossas sépticas, cozinha comunitária, agroindústria para o beneficiamento do açaí, construção de pontes e de poço artesiano que abastece uma área de mais de 800 metros quadrados com água potável.

 

“Nosso sentimento é um misto de gratidão e satisfação ao ver até onde o Dia de Cooperar chegou, atendendo regiões tão necessitadas da nossa cooperação. Isso só foi possível exatamente porque todos deram as mãos. Por isso, agradecemos a cada parceiro que acreditou nessa causa, vestiu a camisa e fez sua parte para construirmos um mundo melhor”, concluiu o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

 

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