Em 1929, os primeiros japoneses pisaram em Tomé-Açu. Trouxeram consigo esperança, trabalho duro e uma tecnologia social que transformou a realidade do município: o cooperativismo. A colônia japonesa no Pará cresceu diretamente ligada às atividades da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), que hoje alcança cerca de 10 mil pessoas. As festividades dos 90 anos da imigração japonesa ocorreram na última sexta (13).
Em 1923, quando o Japão passava por uma crise provocada pelo inchaço populacional, o Brasil ofereceu 500 mil hectares de terra divididas entre 120 famílias. Para identificar qual seria a melhor área a ser colonizada, o governo japonês, em 1926, realizou pesquisas em diversos municípios do Pará e escolheu o Acará, devido a fertilidade, relevo e poucas áreas de várzea.
Em 1929, 43 famílias com 189 japoneses saíram do Japão no navio Montevidéu com destino à Tomé-Açu, onde receberam 600 mil hectares. O cacau foi o principal produto desenvolvido na época.
O projeto promoveu ao longo desses 90 anos a abertura de estradas e ramais, escolas, hospitais e hospedarias. Uma das principais contribuições da comunidade nipônica foi o desenvolvimento do cooperativismo. Em 1931, os japoneses criaram a Cooperativa de Verduras do Acará, o primeiro empreendimento constituído neste formato no Pará. Em 1949, foi transformada na atual Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-açu (CAMTA).
“É indiscutível o quanto os japoneses contribuíram para o desenvolvimento local através de práticas como a cooperação. É um povo honrado, trabalhador e guerreiro. Por isso mesmo merece todo o nosso reconhecimento. Esse legado vem sido perpetuado ao longo do tempo, gerando cada vez mais iniciativas à exemplo da CAMTA, que é referência para as demais cooperativas do ramo agro”, enfatizou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
PROGRAMAÇÃO
Participaram diversas autoridades na cerimônia, como o Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (SEDAP), Hugo Suenaga, o presidente da ALEPA, Daniel Santos, o Senador da República, Zequinha Marinho, o embaixador do Japão no Brasil, Akyra Yamada, entre outras autoridades políticas e diplomáticas.
Durante a cerimônia, o presidente da CAMTA, Alberto Oppata, pediu apoio aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para a pavimentação asfáltica da PA-256. “O asfalto dessa rodovia vai contribuir para o desenvolvimento do município e, principalmente, da Cooperativa que emprega mais de 10 mil pessoas, direta e indiretamente".
Em resposta ao presidente da CAMTA, o deputado Dr. Daniel Santos informou que a Alepa está apreciando os projetos enviados pelo Executivo que tratam sobre a contratação de empréstimos, para garantir a execução do Programa de Investimento nas Áreas de Saúde, Desenvolvimento Urbano, Saneamento e Mobilidade, Infraestrutura e Logística e Turismo; aplicação em projetos de implantação de sistemas de drenagem e pavimentação urbana em vários municípios do Pará, além de melhorias na malha rodoviária do estado.
“Tomé-Açu receberá investimentos importantes. Um deles é a pavimentação asfáltica de dois trechos da PA-256 e a ponte sobre o Rio Capim. Os serviços visam facilitar o escoamento da produção agrícola e pecuária, transporte escolar e mobilidade, além de garantir a segurança dos motoristas que passam por esses trechos”, explicou o deputado.