Belém possui um sistema de transporte público que depende de linhas alternativas para alimentar as principais vias da cidade. Esse serviço complementar é desenvolvido em sua maior parte pelas cooperativas, que hoje transportam mais de 300 mil paraenses por dia. Para incluí-las no sistema integrado do BRT, a OCB/PA buscou o suporte técnico da UFPA, que indicou a professora doutora Maísa Tobias. Será construído um plano de ação com a participação de todas as singulares registradas na entidade.
Por solicitação da Cooperativa de Profissionais Autônomos no Transporte de Passageiros e Turismo do Outeiro (COOPTRANSALTO), o Sistema OCB/PA se reuniu com a professora Doutora em Engenharia de Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), Maísa Tobias, que hoje atua como professora do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Na reunião, discutiu-se sobre a situação atual de transformação do sistema de transporte público integrado em Belém, como será o processo inicial de operação e o papel das cooperativas nos sistemas a serem implantados de forma municipal e metropolitana. Alinhou-se as ideias e possibilidades para definir como a OCB/PA e as cooperativas irão se posicionar no sentido de contribuir para evolução do Sistema.
“O transporte público integrado é um assunto que interessa a todos os segmentos da região metropolitana, porquanto dá suporte a todas as outras atividades econômicas. Por isso, buscamos a UFPA e a professora Tobias, que é especialista no assunto, para termos essa reunião exploratória e podermos evoluir na discussão”, explicou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
A estratégia será elaborada e construída até março. Pontualmente, serão realizadas duas ações específicas: O Seminário do Ramo Transporte voltado para as singulares da Região Metropolitana de Belém, que terá a participação do governo do Estado para tratar sobre o BRT metropolitano, a prefeitura municipal para falar sobre o BRT em Belém e o Ministério Público. Serão apresentadas as atualizações da estruturação dos sistemas de transporte, assim como o plano de inclusão das cooperativas.
A segunda ação será uma reunião técnica de trabalho com todas as cooperativas do segmento na região metropolitana para discutir sobre os resultados do Seminário e sobre como o ramo se posicionará para enfrentar os processos licitatórios. Também estuda-se a possibilidade de acordo de cooperação técnica com a UFPA para contratação de bolsas de estágios supervisionados pela professora Maísa Tobias com o objetivo de fazer o acompanhamento técnico e operacional do Projeto.
Já na vertente profissional, o SESCOOP/PA implementará o Programa de Qualificação das Cooperativas de Transporte, que fará a capacitação dos cooperados. “Além de possibilitarmos a abertura de mercado, precisamos trabalhar o aprimoramento técnico das cooperativas para que não seja prestado um serviço qualquer. Precisamos evoluir em todas as áreas para que o ramo transporte mude de patamar e a população paraense nos reconheça pelo profissionalismo com que atuamos”, reiterou o presidente da COOPTRANSALTO, Itanael Lopes.
DADOS
Somente na Região Metropolitana, existem aproximadamente 135 cooperativas que operam nas modalidade de transporte de passageiros, cargas, fluvial, intermunicipal e taxistas. Destas, apenas 63 estão ativas, operantes e registradas no Sistema OCB/PA. O setor possui alta representatividade na prestação de serviços de transporte. De acordo com Lopes, as cooperativas transportam 278.150 passageiros por dia, gerando 487 empregos diretos e uma média de pró-labore de R$ 1.200 por pessoa.
“Belém é uma cidade de conformação geográfica que tem uma estruturação na qual o sistema cooperativista possui ampla abertura. São profissionais que atuam juntos para transportar a população partindo de locais onde o ônibus não chega. Portanto, há mercado a ser explorado, inclusive no sistema operacional convencional. Basta que nos organizemos”, explicou Maísa.