A grande pergunta que a COP 30 na Amazônia busca responder é: Como gerar riqueza, mantendo a floresta de pé? A resposta está na socio bioeconomia. Ao invés de explorar os recursos naturais de forma predatória, o modelo econômico valoriza a biodiversidade e os conhecimentos tradicionais, transformando-os em bens e serviços que geram renda e bem-estar para as comunidades locais.

É nesse contexto que a Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (COOPAFLORA) se destaca, mostrando que é possível gerar renda e bem-estar, enquanto se protege a Amazônia para as futuras gerações. Fundada em 2019, a Coopaflora tem como missão promover o fortalecimento da agricultura familiar e do extrativismo sustentável na região da Calha Norte, no Pará.

A cooperativa reúne diferentes comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas e assentados, que buscam alternativas econômicas sustentáveis, com destaque para o comércio de produtos como castanha-do-pará, óleo de copaíba, andiroba, pimenta indígena, artesanatos e sementes. O objetivo principal é garantir o desenvolvimento econômico dessas comunidades sem comprometer a preservação ambiental da região amazônica.

Com a comercialização de produtos não madeireiros, como sementes de cumaru, a COOPAFLORA contribui diretamente para a preservação da biodiversidade local. Em 2023, mostrando a imponência para a região e para a economia do estado, a coop destacou a colheita de Cumaru, que alcançou 651,082 quilos, resultando em um valor total de R$ 10.285, que beneficiou 60 famílias. Assim como a castanha que somou 1.787,8 quilos, gerando um valor total de R$ 123.735,50, impactando positivamente 100 famílias. Já a copaíba, com 959,45 quilos, rendeu R$ 52.327,20, beneficiando mais de 60 famílias.

Esse modelo de negócio não apenas incentiva a economia local, mas também promove práticas de manejo sustentável, reduzindo o impacto da atividade humana na floresta e mantendo a saúde dos ecossistemas florestais.

A cooperativa contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa ao incentivar o uso de recursos da floresta de maneira sustentável, sem recorrer ao desmatamento. Seguindo o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, ao adotar práticas que preservam a floresta, a COOPAFLORA também fortalece a resiliência das comunidades locais, ajudando-as a se adaptarem às mudanças climáticas, e promove um modelo de desenvolvimento que equilibra a conservação ambiental e a geração de renda.