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Turiarte é selecionada entre as três iniciativas destaque do Prêmio Nacional do Turismo e reforça a força da Amazônia no cenário nacional
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A Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta — Turiarte, localizada no território Arapiuns, em Santarém, foi selecionada entre as três iniciativas de destaque do Prêmio Nacional do Turismo 2025, na categoria Economia Criativa e Produção Associada ao Turismo. O reconhecimento evidencia a potência das iniciativas que nascem da floresta, dos territórios amazônicos e das comunidades que transformam saberes tradicionais em oportunidade, renda e protagonismo.
Para a coordenadora e presidente da cooperativa, Natália Viana, a indicação tem um significado profundo para as comunidades envolvidas. “Estar entre as três iniciativas de destaque do Prêmio Nacional do Turismo, especialmente numa categoria que é a produção da nossa cultura, é muito simbólico pra gente. Traz visibilidade para nossos territórios, para as mulheres que produzem, e mostra ao Brasil que as comunidades tradicionais também são espaço de empreender.”
O case selecionado, “Tecendo rendas e conectando saberes na Amazônia com turismo de base comunitária” , nasceu do movimento das próprias comunidades para assumirem o protagonismo sobre sua produção e seu território. Natália explica que, antes da formalização da cooperativa, havia iniciativas externas tentando explorar o turismo local. A formação da Turiarte, portanto, foi um ato de autonomia. “A gente se organizou como cooperativa, trabalhou gestão, organização, cooperativismo. O objetivo era trazer visibilidade e fazer com que o próprio comunitário fosse o protagonista. Hoje, o turismo gera renda, cria oportunidades para jovens, mulheres e adultos que escolheram permanecer no território.”
A proposta integrou duas forças fundamentais da região, o artesanato feito da palha do tucumã, produzido majoritariamente por mulheres, e o turismo de base comunitária, que valoriza a cultura, a floresta e o modo de vida tradicional. Para Natália, a principal potência amazônica que a Turiarte leva para o Brasil é a coletividade. “A maior força é fazer negócio através do cooperativismo, que é economicamente viável e socialmente justo. Todos os 180 cooperados são donos do próprio negócio. Trabalhamos juntos, preservamos o meio ambiente e mantemos viva nossa cultura.”
Registrada no Sistema OCB/PA, a Turiarte tem fortalecido sua atuação a partir de formações, apoio institucional e participação em eventos estaduais e nacionais. Natália destaca que esse suporte tem sido decisivo para o crescimento da cooperativa. “A gente não chegou até aqui sozinha. Esse apoio vem principalmente do Sistema OCB Pará. Eles nos ajudam com cursos de cooperativismo, gestão, planejamento financeiro, nos apoiam em feiras, eventos e oferecem formações que melhoraram muito nossa organização.”
A presidente reforça que esse acompanhamento ampliou a capacidade da cooperativa competir no mercado, estruturar processos internos e entrar em novas agendas, como o Projeto Piloto de Turismo do Sistema OCB/PA, do qual a Turiarte é uma das iniciativas selecionadas.
Para o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, a conquista da Turiarte simboliza a força do cooperativismo amazônico como modelo de desenvolvimento sustentável. “A Turiarte mostra ao Brasil que a Amazônia é feita de soluções, talento e inovação comunitária. O cooperativismo transforma territórios porque nasce das pessoas e retorna para elas. Ver uma cooperativa do Pará entre as melhores iniciativas do país é motivo de orgulho e uma confirmação de que estamos no caminho certo.”
A cerimônia do Prêmio Nacional do Turismo ocorrerá no dia 3 de dezembro, reunindo iniciativas de referência de todo o Brasil. Para Natália e a Turiarte, independentemente do resultado final, o reconhecimento já representa uma vitória coletiva das comunidades amazônicas, da economia criativa e do cooperativismo que brota da floresta.