Debater sobre cooperativismo, investimentos produtivos e criar plano de trabalho para o desenvolvimento agropecuário paraense foram algumas das oportunidades que os participantes do II Seminário Internacional do Cooperativismo Agropecuário Paraense puderam realizar. Durante os dias 14 e 15 de junho, o evento contou com palestras internacionais da Universidade de Alicante, da Espanha, e da Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV), da Alemanha, e de instituições brasileiras. O Seminário também celebrou a assinatura do Protocolo de Intenções, que tem o objetivo de fortalecer o movimento cooperativista no estado do Pará.
Com a presença de 130 pessoas e 60 cooperativas e instituições, o evento reuniu produtores rurais de produtos orgânicos frutíferos, vegetais, laticínios e de origem animal, agricultores familiares, empreendedores do ramo agrícola e pecuário, integrantes de cooperativas, pesquisadores acadêmicos e membros de empresas públicas e privadas. O Seminário é uma realização do Sistema OCB/PA em parceria com o SESCOOP/PA, a Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV) e a Universidade de Alicante, na Espanha.
O evento ofereceu a oportunidade de capacitação sobre gestão, governança e produção para a exportação para o mercado internacional. Para desenvolver o aprendizado, a Cooperativa Agrícola de Callosa d'En Sarrià (Espanha) apresentou as palestras sobre “Gestão de sistemas de qualidade agropecuária” e “Comunicação Cooperativa”.
“O cooperativismo é uma força que temos em comum, esta união mostra a força do cooperativismo do Pará, da Espanha e viemos contribuir com os princípios cooperativos de intercooperação, gestão democrática e formação educacional dos cooperados”, afirmou José Daniel Gómez López, professor da Universidade de Alicante.
A abertura do II Seminário Internacional do Cooperativismo Agropecuário Paraense contou com a assinatura do Protocolo de Intenções pelo Instituto Federal do Pará (IFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). a assinatura do protocolo tem o objetivo de apoiar o movimento cooperativista paraense com ênfase no ramo agropecuário e prioridade para o desenvolvimento da agricultura familiar.
O Protocolo de Intenções tem o papel fundamental de aproximar as instituições interessadas em desenvolver o cooperativismo paraense para criar o Acordo de Cooperação Técnica. Esta é uma forma de somar esforços institucionais para a divisão dos mecanismos de produção cooperativa, e para debater em conjunto políticas públicas e modelos de cadeia de valor para o Estado do Pará, com ênfase na organização social para empreendimentos, produção, gestão, agregação de valor e verticalização de cadeia e mercado.
“O cooperativismo ganhou seu espaço e entrou numa rota de progresso. Com o Protocolo de Intenções, podemos fazer diagnóstico com as cooperativas, certificar produtos e organizar a gestão para que os nossos produtos sejam os melhores do mercado brasileiro. Este Seminário é muito importante porque possibilita que gestores, empresários e pesquisadores possam ouvir quem realmente faz e transformar as demandas cooperativas em pautas processuais e botar o desenvolvimento em prática”, enfatizou Jesus Sena, superintendente federal de agricultura, pecuária e abastecimento do Pará.
Dessa forma, o Seminário desenvolveu o produtor para avançar na intercooperação a partir das relações cooperativistas, criando elos de produção entre os cooperados e ampliando o crescimento agropecuário em parceria com instituições públicas e privadas. Isto proporciona o crescimento em campos estratégicos como o produtivo, acadêmico, tecnológico e social por meio do cooperativismo para evoluir a produção e profissionalizar a população do estado.
“É um momento muito importante para o Sistema OCB/PA estar alinhado com as cooperativas para atender as demandas locais e fazer parte do desenvolvimento das cadeias produtivas do estado do Pará. O cooperativismo visa o aprendizado coletivo por meio do compartilhamento de informações e práticas, por isso garantimos uma programação diversa com participação de instituições estratégicas Nacionais e Internacionais”, afirmou Ernandes Raiol, Presidente do Sistema OCB/PA.
Com o objetivo de incentivar a vida financeira sustentável, a Sicredi Norte realizou a formação do Programa "Cooperação na Ponta do Lápis” com integrantes da COOSTAFE (Cooperativa Social De Trabalho Arte Feminina Empreendedora), projeto que visa reinserir as detentas no mercado de trabalho. O encontro foi realizado no dia 9 de junho, na sede do Centro de Reeducação Feminino (CRF), em Ananindeua.
A COOSTAFE é a primeira cooperativa de mulheres custodiadas do Brasil e reúne internas para trabalharem com artesanato. As produtoras confeccionam quadros, bolsas, bonecas e artigos de decoração. Como essa é uma oportunidade de negócio para as mulheres em ressocialização, a SICREDI NORTE e a COOSTAFE fizeram uma parceria para levar Educação Financeira com o Programa Cooperação na Ponta do Lápis, que tem o objetivo de auxiliar as empreendedoras a transformarem o talento em um negócio rentável.
A parceria entre o SICREDI NORTE e a COOSTAFE surgiu da busca pela capacitação das artesãs cooperadas e fortalecimento intercooperativo entre as singulares. “A demanda de educação financeira surgiu da dificuldade das produtoras em precificar seus produtos. Essa é nossa forma de contribuir com a cooperativa para a promoção de uma vida financeira sustentável e progressiva”, afirmou Priscila Fonseca, coordenadora de Desenvolvimento do Cooperativismo da SICREDI NORTE.
O Programa “Cooperação na Ponta do Lápis” é composto por ações planejadas de modo que atendam às necessidades de jovens, crianças e adultos. A iniciativa busca levar educação financeira para as regiões em que a instituição financeira cooperativa atua, apoiando diretamente os associados e as comunidades locais. Na formação com a COOSTAFE, 26 cooperadas receberam uma formação interativa sobre o tema.
O Programa foi criado e está sendo implementado de maneira conjunta entre as cooperativas, centrais e a Fundação Sicredi, aproveitando todo o conhecimento e experiência dos profissionais da instituição sobre o tema. Por meio de uma metodologia própria, a iniciativa fornece subsídio para nortear a realização de ações de educação financeira em toda a área de atuação do Sicredi, que hoje está presente em mais de 1,4 mil municípios em 23 estados e no Distrito Federal.
O Museu do Amanhã, um dos principais pontos turísticos da “Cidade Maravilhosa”, apresentou um pouco do que há de melhor no cooperativismo paraense. Reunindo produtos de diversas regiões do Estado do Pará, o Empório Cooperativista teve estande exclusivo na Feira de Exposição "FRUTUROS - Tempos Amazônicos", que ocorreu na última semana no Rio de Janeiro. Também participaram as cooperativas TURIARTE e COOPATRANS (CacauWay).
A participação do Empório Cooperativista na Feira “FRUTUROS” teve o objetivo de difundir os produtos amazônicos e iniciativas econômicas sustentáveis da região Norte. “Muitos empreendedores, comerciantes e empresários buscaram o contato das cooperativas a partir do momento que conheceram o Empório”, afirmou Alessandra Ribeiro, técnica de operações do SESCOOP/PA e coordenadora do Empório Cooperativista.
A Feira do Futuro beneficiou diversas cooperativas por meio da divulgação presencial e virtual da OCB/PA e expandiu os produtos cooperativos para todo o Brasil. Foram apresentadas farinhas, farofas, cachaças e licores regionais, geleias, mel de abelha, óleos medicinais, xaropes de ervas naturais, abacaxi em compotas, chocolates de 30% a 100% de cacau, produtos artesanais, biojoias, castanhas, queijos, manteigas, iogurtes, sorbê, doce de leite, polpas de frutas, biojoias e ecobags.
Além disso, o Empório Cooperativista recebeu novos produtos a partir do êxito da 2° Feira de Negócios do Cooperativismo Paraense e segue em expansão. Com a entrada de novas cooperativas, atualmente 29 cooperativas fazem parte do Empório.
Os novos produtos que entraram para venda e exposição foram os óleos medicinais de andiroba e a copaíba da COOPAFLORA, queijos e derivados do leite da AGROMEL e do Empório da Vaquinha, farinha de tapioca da COAFRA; licor de cacau, licor de cacau com canela geleias de cacau, gengibre e pimenta da COPAINFRO e polpas de frutas da COASAFRA.
“Convidamos as cooperativas para conhecerem o local e também divulgá-lo como um ponto de exposição e venda do seu produto em Belém. Acredito que teremos avanços importantes no próprio reconhecimento da sociedade sobre quem somos e, assim, conquistar espaços ainda maiores para o cooperativismo paraense”, comentou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.
Inaugurou nesta terça, dia 7 de junho, no bairro do Marco em Belém do Pará, a primeira farmácia do Brasil pertencente à uma Cooperativa de Farmacêuticos. O empreendimento é fruto da Coofarmi, cooperativa de farmacêuticos que é integrante do Sistema OCB/PA, se tornando inovação em atendimento, preço e metodologia de trabalho. Dirigida e financiada pela cooperativa e seus cooperados, a Unipharmi é a materialização do desenvolvimento do cooperativismo farmacêutico no Pará e no Brasil.
A Coofarmi, foi constituída em maio de 2017 e nasceu com o objetivo de proporcionar melhorias para o trabalho dos profissionais farmacêuticos, além de ampliar o acesso ao mercado de trabalho para seus sócios cooperados. A cooperativa iniciou com 21 cooperados, que planejavam realizar atividades como clínicas farmacêuticas, clínicas de estéticas, laboratório de análises, consultorias em gestão farmacêutica e uma rede própria de farmácias. Atualmente a Coofarmi congrega 245 profissionais farmacêuticos, que atuam na prestação serviços em hospitais, drogarias, clínicas e agora irão desenvolver suas atividades em sua farmácia própria.
A cooperativa com apenas 5 anos de constituída, já conseguiu realizar muitos dos objetivos planejados em 2017, entre eles, o mais recente foi a inauguração de sua primeira farmácia própria. E tem como compromisso promover o bem estar de pacientes e clientes de maneira personalizada, oferecendo-lhes atendimento e serviços de alta qualidade com amplo profissionalismo e transparência.
A inauguração contou com a presença do Presidente do Conselho Federal de Farmacêuticos, Walter Jorge João, que destacou a importância da iniciativa na otimização dos serviços e assistência que a farmácia irá oferecer, bem como a valorização dos farmacêuticos. “Uma farmácia formada inteiramente por farmacêuticos é o que nossa categoria precisa para receber de fato o valor que merece. Luto constantemente contra as propostas de lei que desvalorizam nossa profissão e meu compromisso é de lutar por um piso salarial adequado. Espero que esta seja apenas a primeira Unipharmi, acredito que este sonho ainda irá crescer cada vez mais'', afirmou.
O presidente da Coofarmi, João Roberto agradeceu aos cooperados e destacou a importância do apoio dos conselheiros federais e regionais. “Só se constroem bons profissionais quando existe um objetivo e pessoas importantes que gerem suporte e deem bons conselhos, obrigado a todos os que fizeram, fazem e farão parte deste projeto lindo que é a Unipharmi. O ponto principal que fez com que este projeto desse certo foi que todos tivemos humildade e nos disponibilizamos a aprender cada vez mais.”
O presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, destaca o ineditismo do empreendimento no cooperativismo farmacêutico brasileiro. "O estado do Pará é pioneiro em diversas atividades econômicas realizadas por meio de cooperativas. O desenvolvimento das atividades farmacêuticas por meio do cooperativismo é uma delas e agora ter a primeira farmácia do Brasil pertencente à uma cooperativa de farmacêuticos, nos faz ter a certeza de que é possível sim empreender de forma coletiva em qualquer segmento de mercado. A Unipharmi vem com o propósito de prestar serviços de qualidade, garantindo maior segurança no atendimento de seus clientes. E o Sistema OCB/PA estará sempre à disposição de todos aqueles que desejam empreender de forma coletiva por meio do cooperativismo".
A Unipharmi está localizada da Travessa Alferes Costa, 2656, esquina com Avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, em Belém.
Texto: Júlia Ramos
Os beneficiários selecionados pelo Projeto Floresta+Amazônia receberão o pagamento de, no mínimo, R$ 400,00 por hectare de excedente de vegetação nativa por ano. Pequenos produtores, proprietários e possuidores de imóveis rurais dos nove estados da Amazônia Legal podem se inscrever até o dia 30 de junho na chamada pública da modalidade Floresta + Conservação. O projeto é uma parceria entre o Ministério do Meio do Ambiente e o PNUD, com recursos do Fundo Verde para o Clima.
A chamada pública selecionará beneficiários e beneficiárias sem infração ambiental e que tenham vegetação nativa conservada além do mínimo exigido por lei. Produtores e produtoras também precisam estar com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) validado pelo órgão competente, além de cumprir com os demais critérios previstos na chamada pública para serem elegíveis.
Conforme o Termo de Adesão for assinado pelos selecionados, os pagamentos serão iniciados no ano em que o beneficiário for selecionado e estarão condicionados ao cumprimento de todas as obrigações previstas no Termo. Os recursos serão disponibilizados diretamente aos produtores que forem aprovados na seleção.
Para realizar a inscrição, é necessário preencher o formulário eletrônico no site https://www.florestamaisamazonia.org.br/chamada-publica/. Devem ser informados no formulário dados pessoais e informações de contato (telefone e/ou email). Após as análises das informações, o candidato será notificado sobre a finalização do cadastro e assinatura do Termo de Adesão. Somente após a assinatura do Termo e a confirmação que o potencial beneficiário foi selecionado é que a participação no projeto será validada.
Projeto Floresta+Amazônia
O Projeto Floresta+Amazônia recompensa quem protege e recupera a floresta e contribui para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Com o foco na estratégia de pagamentos por serviços ambientais, até 2026 a iniciativa reconhecerá o trabalho de pequenos produtores rurais e agricultores familiares, apoiará projetos de povos indígenas e de comunidades tradicionais, assim como ações de inovação com foco no desenvolvimento sustentável na Amazônia Legal. O projeto funciona por meio de quatro modalidades: Floresta+ Conservação; Floresta+ Recuperação; Floresta+ Comunidades; Floresta+ Inovação.
Acesse aqui o formulário de inscrição:
https://www.florestamaisamazonia.org.br/chamada-publica/