Os bons resultados do cooperativismo paraense estão conquistando cada vez mais adeptos. Um deles é o Deputado Federal Eduardo Costa (PTB). Após conhecer um pouco mais sobre os dados do setor, o parlamentar viu uma oportunidade para investir na geração de renda e emprego para a população paraense. Em reunião com o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, Eduardo recebeu documento sobre as demandas cooperativistas para emendas parlamentares.
Para ele, o empreendedorismo está na veia dos paraenses, só que é preciso investir em modelos sustentáveis econômica e socialmente viáveis. A organização em cooperativas é uma das estratégias mais proeminentes neste momento e pode abarcar vários segmentos produtivos, como a dos produtores rurais, trabalhadores autônomos e prestadores de serviço.
“Ao incentivar a organização em cooperativas aos moldes em que o Sistema OCB/PA está fomentando no Estado, os nossos empreendedores terão condições de se unir e se fortalecerem para integrar um empreendimento cooperativista mais sólido e competitivo. É isso que precisamos agora”, enfatizou Costa.
Diagnóstico
Os números são promissores. Segundo o Diagnóstico do Cooperativismo, em 2016, havia 174 cooperativas e 65.881cooperados. Em 2018, esse número saltou para 215 cooperativas e 93.547cooperados. Um acréscimo de 23,56% no número de cooperativas e 41,99% no número de cooperados.
No ranking paraense, destaque para o segmento Transporte em número de cooperativas: com 75 cooperativas, seguido do ramo Agropecuário, 62 e – em terceiro lugar - o Trabalho, com 25 cooperativas. Em relação ao número de cooperados, o Mineral lidera com 47.281, depois o Crédito - com 30.136, e – em terceiro - o Agropecuário, com 6.083 cooperados.
“Quando se fala em cooperativismo, deve-se ter o raciocínio em cadeia. No segmento agro, por exemplo, uma cooperativa que congregue 70 cooperados, beneficiaria diretamente 210 pessoas, se considerarmos uma família com 3 indivíduos. Há também a questão que cada uma dessas famílias irá movimentar a economia de sua localidade no que tange a alimentação, vestuário, transporte e insumos produtivos. Portanto, só esse empreendimento já movimenta toda uma cadeia social e econômica”, explica Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
Localizado a 44 km de Abaetetuba, na Ilha do Marajó, o município de Muaná tem como principal base econômica a pecuária e o extrativismo, principalmente no cultivo de açaí, laticínios e óleos a partir da criação de búfalos. Mas é o plantio do patauá, uma espécie de palmeira amazônica, que vem dando destaque para um grupo de pequenos produtores da comunidade ribeirinha Valéria do Alto Rio Atuá. O Sistema OCB/PA e a Secretaria Municipal de Agricultura acompanham a iniciativa.
O patauá tem um fruto comestível de alta qualidade, rico em proteínas. O óleo extraído da árvore pode substituir o azeite de oliveira e é utilizado na medicina tradicional para aliviar a tosse e a bronquite. Além disso, é um poderoso agente de hidratação e no tratamento de queda de cabelos. Suas propriedades cosméticas foram reconhecidas pela Natura, que desenvolveu uma linha de produtos a partir do fornecimento de patauá encontrado na comunidade.
A organização, apoio mútuo e cooperação já fazem parte da realidade desses produtores. Agora, a partir de articulação do Sistema OCB/PA e Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri), o próximo passo é se organizar em uma cooperativa. No último dia 24 de outubro a OCB/PA esteve na comunidade organizando a palestra “Como constituir uma cooperativa” para cerca de 20 produtores que já constituíram a comissão de formação da singular.
“Estamos À disposição para dar todo amparo e assistência técnica para a formação da cooperativa dos agricultores da região do Alto Rio Atuá. Os valores do cooperativismo já são vistos na comunidade, agora é organizar para maior visibilidade no mercado. O Sistema OCB/PA vê um grande potencial no Marajá e vai seguir acompanhando esse processo”, enfatiza Edilson Oliveira, analista de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB/PA.
Texto: Fernando Assunção
Acompanhe a agenda do cooperativismo paraense. Essa semana, seguimos com qualificações e reuniões! Destaque para o seminário internacional do cooperativismo, que ocorre na Espanha até 06 de novembro, com participação da turma de Mestrado em Desenvolvimento Rural e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares, do IFPA Castanhal e SESCOOP/PA. ?✍?
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A relação entre a crise econômica brasileira e o crescimento do cooperativismo é tema da pesquisa de pós-doutorado do Professor Anderson Pires, vice-diretor do curso de Contabilidade da UFPA. O projeto “Pesquisa e a publicação científica em cooperativismo no Brasil: definindo categorias e catalogando tendências” está em fase de execução e pretende investigar cerca de 365 trabalhos acadêmicos sobre o segmento para traçar as projeções para o próximo período.
Segundo o Sistema OCB/PA, entre 2016 e 2018 o Estado registrou um crescimento de 23,56% no número de singulares e 41,99% no número de pessoas que se associam a esse tipo de sociedade. No mesmo período, a economia do país retraiu. Empresas de diversos setores fechavam as portas e a taxa de desemprego superava os 10%. Para o pesquisador, essa resistência está embasada teoricamente. Os mais de dez anos de contribuição acadêmica, teses de doutorado e dissertações de mestrado sobre o assunto deram suporte para a consolidação das cooperativas.
“Por trás da firmação do cooperativismo existe uma base teórica. Isso a gente confirmou no Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo que ocorreu em outubro em Brasília. Lá foram demonstradas diversas pesquisas de desenvolvimento e desempenho das cooperativas. Seja uma análise que trabalhou a melhoria do solo, da semente ou no tratamento do gado, sempre tem uma pesquisa para dar suporte para o cooperativismo. E a partir disso, a gente quer investigar quais são as tendências”, explica o professor.
Anderson tem uma longa trajetória de estudo em cooperativismo. É doutor em Ciências Contábeis pela UNB, mestre em Administração pela UFRN e graduado em Ciências Contábeis pela UFPA. Possui MBA em Gestão de Cooperativas de Crédito e Desenvolvimento e o cooperativismo foi tema de sua pesquisa de mestrado. É professor do curso de Contabilidade do Terceiro Setor e Cooperativas e Coordenador do Projeto de Extensão Educação Cooperativa e o Princípio da Adesão Voluntária e Livre nas Cooperativas de Crédito de Belém.
“O interesse pelo cooperativismo surgiu em 2002, quando participei do programa de pesquisa e extensão da UFPA Incubadora de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários. Lá tive contato com o segmento e me apaixonei. Abri mão de trabalhar com a questão mais empresarial e voltei a minha pesquisa para o cooperativismo, que é uma sociedade com outros princípios e fins”, finaliza.
O Sistema OCB/PA está auxiliando o projeto no contato com as cooperativas e na disponibilização de dados. Cooperado da COOPERUFPA, Anderson também recebeu apoio logístico para o deslocamento até a UFRN, onde desenvolve o trabalho de pós-doutorado.
“Acreditamos muito no potencial dessa pesquisa na contribuição prática ao cooperativismo paraense, promovendo o desenvolvimento, expansão e aprimoramento técnico. Ao mesmo tempo, enriquecerá a biblioteca acadêmica sobre o assunto. Isso ampliará a visibilidade às atividades desenvolvidas pelas cooperativas”, enfatiza Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
Texto: Fernando Assunção
Em uma matéria especial de 21 minutos, as cooperativas paraenses produtoras de cacau e chocolate foram destaque no programa Globo Rural, da TV Globo. O programa é líder de audiências no segmento há décadas. Quem também figurou nos veículos de grande circulação da capital paraense, foi a Cootpa em que foi beneficiada por uma gincana ecológica e a Cooimpa, que está com nova diretoria.???♂
O intercâmbio intercooperativista Pará-Mato Grosso também foi destaque da coluna do Mauro Bonna, no Jornal Diário do Pará. Em Santa Izabel, ocorreu o Encontro Estadual do Cooperjovem, evento já tradicional que discute as práticas e os avanços do programa no Estado. ???
“Esse crescimento na grande impressa demonstra o quanto nosso sistema cooperativista está cada vez mais sólido e conquistando novos espaços”, enfatiza o Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB-PA.✍?
Veja matéria completa do Globo Rural: http://twixar.me/F33T