De diferentes tamanhos, das barras rústicas às refinadas, produtos orgânicos e diferenciados, a variedade da produção cacaueira genuinamente paraense é um dos grandes destaques da 6ª edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau da Amazônia. A programação é promovida pelo Governo do Estado com a parceria do Sistema OCB/PA entre os dias 19 e 22 de setembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. No total, 10 cooperativas irão expor seus produtos no espaço do Cooperativismo.
A proposta do Festival é promover a cultura regional, sustentabilidade, turismo, gastronomia, cooperativismo e agricultura familiar, assim como abrir novos negócios e perspectivas de mercados. O evento é uma realização da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEDEME) e da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca.
Atualmente o Estado lidera a produção nacional de cacau, chegando a 132 mil toneladas por ano. As cooperativas são um dos destaques no polo cacaueiro da Transamazônica, região que concentra 75% da produção estadual. Também estarão representadas no Festival. Participarão com stands as cooperativas D’IRITUIA, de Irituia; COOPRIMA, de Primavera; CAMPPAX, de São Félix do Xingu; COOPERCAU, de Novo Repartimento; COOPERTUC, de Tucumã; CAMTA, de Tomé-Açu; CASP, de Vigia; CART, de Tailândia; COOPOAM e COOPATRANS, de Medicilândia.
Além de atestar a qualidade dos produtos para o público, estimado em 60 mil pessoas, as singulares irão orientar sobre meios de fabricação ambientalmente sustentáveis. “Destaque até mesmo no cenário internacional, a produção cooperativista de cacau é um dos nichos de negócio em que mais temos investido, posto que o potencial do Estado é gigantesco. Recentemente, ultrapassamos a Bahia e a tendência é manter o crescimento. Precisamos apenas trabalhar para agregar valor à essa produção, estimulando a verticalização”, explicou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
PROGRAMAÇÃO
Nesta edição, o tema do evento será “Encantos de Origem e Biodiversidade” com uma programação variada. Além da feira com exposição de marcas de chocolate, haverá expositores de flores tropicais cultivadas na Amazônia, ciclo de palestras, rodadas de negócios, workshops, concursos, desfile de joias fabricadas no polo joalheiro do Pará, atrações culturais, circuito ecológico, atividades para crianças e ainda um circuito gastronômico com alguns dos melhores restaurantes de Belém.
Serviço: Festival Internacional do Chocolate e Cacau – 19 a 22 de setembro no Hangar Centro de Convenções.
As próprias cooperativas poderão utilizar a nova plataforma participativa
A recente aproximação com as esferas do poder público, tanto do executivo quanto do legislativo, aumentou o interesse pelos dados socioeconômicos do cooperativismo paraense, o que demanda constante atualização. Durante este mês, a equipe técnica do Sistema OCB/PA estará contatando as cooperativas via e-mail e ligação telefônica para a coleta dos dados mais recentes, considerando aspectos financeiros, administrativos e contábeis.
A ferramenta reúne dados estratégicos do segmento. Além da atualização dos números apresentados pelo último diagnóstico, a grande novidade para esta edição é a criação de uma plataforma participativa no Google onde as próprias cooperativas terão acesso e poderão inserir os seus dados que forem sendo modificados ao longo do tempo. Com isso, a população paraense poderá conferir a evolução do cooperativismo no Estado através de gráficos demonstrativos atualizados em tempo real.
“Entramos em uma nova fase do setor. Uma fase de maior maturidade e também de maior responsabilidade. Com essa aproximação, as cooperativas ganharam maior destaque para com o Governo e isso aumenta nosso dever de promover um ambiente favorável de negócios, gerando as informações necessárias para aplicação de políticas públicas efetivas”, reiterou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
As singulares deverão disponibilizar informações gerais, como número de cooperados e empregados, capital social da cooperativa, fundos obrigatórios, rentabilidade ao longo do ano, acesso aos mercados, produtos, geração de empregos diretos e números em relação ao faturamento. A ideia é traçar um perfil a partir da nova configuração dos ramos, que agora serão reorganizados em sete segmentos econômicos. A mudança alterou o parâmetro de análise dos segmentos.
Esta é a terceira edição do Diagnóstico. Desde 2016, o documento passou a ser uma importante fonte para orientações mercadológicas e estabelecimento de políticas públicas. Visa fomentar o desenvolvimento integrado para os diversos ramos cooperativistas. Com o levantamento do panorama geral de acordo com as especificidades existentes no Estado, foi possível visualizar as prioridades de cada atividade, buscar alternativas para um trabalho mais eficaz e estratégico, assim como aplicar os recursos do Sistema com maior eficiência.
“Convocamos nossas cooperativas a contribuir com a elaboração desse documento que é estratégico para o nosso posicionamento no cenário regional. A partir dessas informações, tanto as singulares como os agentes públicos poderão tomar decisões mais assertivas para o desenvolvimento do nosso Pará, por meio da geração de renda e emprego”, enfatiza Raiol.
O Governo do Pará, através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (SEDAP), recebeu documento produzido pelo Sistema OCB/PA que contém dados sobre as principais necessidades das cooperativas agro em relação à infraestrutura. O objetivo é canalizar emendas parlamentares através da Secretaria que, junto com o Sistema, fará articulação política com deputados estaduais e senadores.
O produto “Qualificação de Demandas Cooperativistas para Emendas Parlamentares” foi uma iniciativa solicitada pela própria SEDAP por ocasião da Feira de Negócios do Cooperativismo (FENCOOP), quando as singulares paraenses expuseram o potencial de seus produtos e serviços. Foi feito o levantamento do que cada singular necessita para o fomento de suas atividades com foco na verticalização produtiva.
O documento consolidado foi apresentado e entregue na última terça (10) para o titular da SEDAP, Huego Suenaga. A Secretaria avaliou as informações e acrescentará os dados em seu edital de licitação no sistema de registro de preço, que será publicado até o final do ano. A partir de então, os parlamentares interessados em contribuir com o desenvolvimento do setor poderão liberar os recursos de suas emendas para, por meio da SEDAP, fazer a aquisição dos maquinários solicitados que constarem no sistema.
“Como os parlamentares não podem demandar recursos diretamente para instituições privadas, a SEDAP se disponibiliza em auxiliar nesse processo de maneira assertiva. O documento produzido pelo Sistema OCB/PA é bem substanciado de informações e direcionado a empreendimentos com viabilidade para geração de trabalho, emprego e renda. O procedimento licitatório já estará encaminhado até o final do ano e começaremos o aparelhamento das cooperativas em 2020”, explicou Hugo Suenaga.
No total, foram entrevistadas 31 cooperativas de todas as regiões paraenses. Levantou-se os focos prioritários para o desenvolvimento, levando se em consideração critérios como impacto tecnológico gerado, aumento produtivo, agregação de valor, poder de verticalização da cadeia produtiva, potencial de replicação regional e estadual, resultado prático no cotidiano social do município, região e no Estado.
As principais demandas ressaltadas foram a aquisição de indústria própria, veículos para transporte da produção, revisão de plano de manejo e da unidade da flona, câmara frigorífica para armazenagem das mercadorias, diferimento fiscal, certificação e envasamento dos produtos.
“Nossa finalidade é apoiar na assertividade dos poderes legislativo e executivo do Pará na destinação de recursos públicos que visem aprimorar as atividades desempenhadas pelos produtores, auxiliando na agregação de valor à produção cooperativista. Neste sentido, o apoio do Governo do Estado, em especial da SEDAP, é fundamental para a transformação da realidade do cooperativismo paraense. Já iniciamos as articulações com deputados e senadores e intensificaremos a partir de agora”, explicou Ernandes Raiol.
Na ocasião, também foi apresentado documento sobre as demandas qualificadas para o exército. O objetivo é identificar as oportunidades de mercado para as cooperativas e elevar o entendimento junto ao exército, alinhando suas demandas qualificadas de alimentos para redação de editais com maior assertividade no que se refere aos produtos realmente produzidos na região. As cooperativas também terão atendimento técnico do Sistema OCB/PA para melhorias nos processos produtivos e comerciais, embalagem e logística.
“Já temos cases de cooperativas que conseguiram acesso a esse mercado, mas que ainda precisa ser melhor explorado. Só no próximo edital do exército teremos quase R$ 8 milhões que podem ser acessados pelos agricultores organizados no modelo cooperativo. Por isso é tão importante esse auxílio estrutural para que tenham condições de ampliar a escala produtiva”, reiterou Raiol.
RECURSOS
Em julho, o Sistema OCB/PA articulou audiência pública com o secretário Hugo e a COOSAFRA, cujo resultado foi a definição da verba a ser repassada para a aquisição de equipamentos para o processamento de frutas. Sediada no maior município produtor de abacaxi do Brasil, a cooperativa tem na fruta o seu carro-chefe. A iniciativa surgiu há 10 anos e foi responsável por quatro milhões de frutos dos 300 milhões de abacaxis exportados no ano passado.
Encontrar mercados alternativos para o escoamento da produção de iogurtes é um desafio enfrentado pela Cooperativa Agropecuária do Salgado Paranse (Casp) durante o período de férias escolares. A produção da cooperativa é voltada principalmente para o atendimento das escolas do município. Pensando nisso, estudantes do IFPA Castanhal desenvolveram um projeto para encontrar novos mercados para a singular. O projeto foi premiado no 12º Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Cooperativismo e Economia Solidária (SICOOPES).
Entendendo que um dos primeiros passos para a inserção de um produto em um novo mercado é o conhecimento da aceitação de compra pelos consumidores, a metodologia utilizada na pesquisa foi a chamada “análise sensorial”. A ferramenta consiste em estudar as sensações e reações do consumidor sobre as características do produto, incluindo sua aceitação ou rejeição.
No caso dos iogurtes da CASP, as características analisadas pela pesquisa foram: aroma, textura e sabor, em que cada um dos 103 provadores convidados atribuiram uma nota de 1 a 9 para cada qualidade. A pesquisa ocorreu no Laboratório de Análise Sensorial do Instituto Federal de Castanhal, e as amostras degustadas foram as de sabor abacaxi, milho verde, coco e cupuaçu. Em seguida, numa escala de 1 a 5, os participantes indicaram sua intenção de compra.
RESULTADO
Os resultados da pesquisa mostraram, no geral, uma boa aceitabilidade dos produtos da cooperativa. Os sabores abacaxi, coco e cupuaçu foram os grandes destaques, estando entre 68,9 e 84,4% na intenção de compra dos provadores. Isso mostra o alto potencial mercadólogico dos produtos cooperativistas e a oportunidade de abrir um novo mercado para a CASP.
Para o Presidente da CASP, Antônio Alcoforado, a parceria com os estudantes do IFPA têm gerado bons frutos para a cooperativa. “Esse projeto é resultado de um relacionamento de longa data com o IFPA, onde tanto a Casp quando o Instituto só tem a ganhar. As portas da cooperativa estão abertas para os estudantes e já estamos avaliando, sim, a melhor forma de aplicar o projeto”, disse o Presidente.
PREMIAÇÃO
O projeto foi premiado durante o 12º Sicoopes. Na ocasião, o projeto levou a certificação no eixo de Engenharia de Alimentos, Tecnologia Agroalimentares e Sustentáveis pela contribuição dada ao cooperativismo.
Para Leandro Mindelo, estudante do curso de Engenharia de Alimentos do Instituto Federal e um dos idealizadores do projeto, o reconhecimento é um incentivo à produção de conhecimento científico voltado para a agricultura familiar e o cooperativismo. “É gratificante poder ser reconhecido pelo trabalho desenvolvido junto à Casp. Como graduando, isso proporciona trocar conhecimentos e vivenciar as realidades dos cooperativas de agricultura familiar e desenvolver trabalhos juntamente com esses empreendimentos”, enfatiza.
Texto: Fernando Assunção
Cooperativas de todas as regiões paraenses estarão no centro político do Estado no próximo dia 20. A Assembleia Legislativa do Pará (ALEPA) recebe o setor para instalar a Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo Paraense (FRENCOOP). Na sessão especial promovida pela deputada estadual Nilse Pinheiro, em Belém, serão apresentados os deputados que farão parte da FRENCOOP, o Conselho Estadual do Cooperativismo e as principais demandas políticas do segmento.
A deputada Nilse Pinheiro foi a autora do projeto de resolução que retomou as atividades da FRENCOOP no Pará, apreciado em agosto na ALEPA. A sessão será o momento de apresentação oficial dos parlamentares que demonstraram apoio ao segmento. “Estamos fazendo a mobilização dos deputados. Serei a presidente da Frente e assumirei a responsabilidade de, junto com meus pares, contribuir para o desenvolvimento desse modelo econômico tão relevante para a inclusão social e geração de trabalho, emprego e renda”, enfatizou professora Nilse.
O desafio da FRENCOOP é ampliar o espaço das cooperativas em políticas públicas, levando em conta a importância do empreendedorismo coletivo, em tempos de crise, para a inclusão social e desenvolvimento regional. Serão desenvolvidos projetos que trabalharão no sentido da segurança jurídica para o transporte alternativo, participação igualitária em processos licitatórios, ações de divulgação sobre a importância do cooperativismo, entre outras demandas a serem levantadas pelas cooperativas.
Dentre essas matérias, a principal iniciativa de fomento ao cooperativismo é a Lei Estadual n° 7.780/2013, que estabelece as políticas públicas para o fomento à atividade no Pará. A Lei já foi aprovada pela ALEPA em 2013 por unanimidade. No mesmo ano, o Governo sancionou o normativo que, na teoria, promove incentivos financeiros, econômicos e fiscais. No entanto, o poder executivo não regulamentou diversos pontos necessários para a aplicação da Lei.
O Conselho Estadual do Cooperativismo será o grande responsável por apoiar e direcionar as políticas do governo voltadas para o segmento. O grupo, que também será apresentado na sessão do dia 20, terá a composição de representantes das secretarias SEDEME, SEDAP e SEDUC, assim como da ALEPA e de cooperativas. O objetivo será coordenar as políticas de apoio, acompanhar a elaboração da proposta orçamentária do Estado para o setor e promover estudos visando à criação do Fundo Estadual do Cooperativismo.
“A instalação da FRENCOOP é muito importante para iniciarmos as atividades com o Conselho. Há muito para ser feito. Para tanto, é fundamental que as cooperativas participem de todo o processo, inclusive da sessão especial na ALEPA onde nossos deputados poderão ver a dimensão representativa de quem somos. Representamos mais de 100 mil paraenses envolvidos com o cooperativismo”, reiterou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
PROGRAMAÇÃO
Além das instalações da FRENCOOP e do Conselho Estadual, as cooperativas paraenses farão uma exposição de seus produtos e serviços na entrada da ALEPA para os parlamentares conhecerem o que é produzido no setor, entre artesanatos, cosméticos, hortifrútis, chocolates, laticínios, castanhas e derivados da mandioca.
Na programação, o Sistema OCB/PA apresentará os pontos de regulamentação, entre eles o Fundo Estadual de Cooperativismo (FUNCOOP) e os assentos nas secretarias de Estado, em especial na Junta Comercial do Pará (JUCEPA). Também será feita a apresentação das demandas do ramo agro à Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (SEDAP), que solicitou esse produto. O levantamento norteará as ações da pasta em prol do desenvolvimento das cooperativas na aquisição de equipamentos para a verticalização produtiva.