As cooperativas agropecuárias poderão ampliar sua relação comercial com o mercado consumidor israelense. Isso porque a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão promovendo uma Missão de Negócios das Cooperativas do Mercosul a Israel. A viagem será entre os dias 25 e 29 de novembro e contará com a participação de dirigentes cooperativistas e representantes dos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. As inscrições seguem até o dia 31 de agosto.
Além de visitas técnicas para conhecer as tecnologias utilizadas, a delegação participará da Feira Internacional Israfood, a maior do segmento de alimentos do país. A Israfood reúne em seus espaços ampla oferta de produtos alimentícios exportados pelas cooperativas brasileiras, como carnes, frutas e café. O grupo vai conhecer também o setor leiteiro israelense a fim de elaborar estratégias que estimulem a exportação de leite para além do Mercosul.
“A qualidade dos produtos das nossas cooperativas têm tudo para se destacar ainda mais no mercado israelense, que já exporta frutas e outros insumos do país. A troca de experiências com outras cooperativas do Brasil e dos países do Mercosul também vai ser fundamental para o desenvolvimento do cooperativismo paraense”, enfatizou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
As cooperativas paraenses têm abraçado o objetivo da Missão e veem no projeto uma oportunidade para expandir seus negócios. “Iniciativas como essa ajudam a fazer com que o mercado externo conheça a qualidade do que é produzido na Região Amazônica. Acreditamos no potencial ainda do açaí e outras frutas tropicais, como o taperebá, o bacuri e o cupuaçu, que através dessa plataforma podem expandir seu mercado e contribuir para o fortalecimento da produção cooperativista”, afirmou o presidente da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), Alberto Oppata.
A Iniciativa
A parceria da OCB com o governo brasileiro visa, além da promoção dos negócios internacionais, estimular a troca de experiências entre os movimentos cooperativistas do Mercosul. A ideia é que a Embrapa e o Instituto Nacional de Pesquisas da Erva Mate da Argentina se tornem parceiros na busca por alternativas de produção de maior valor agregado.
Esta será a segunda missão conjunta organizada no âmbito da Reunião Especializada de Cooperativas do Mercosul, entidade que integra as cooperativas do bloco econômico. Em 2018, uma Missão Comercial de Cooperativas foi organizada à África do Sul, Botsuana e Namíbia, países membro da União Aduaneira da África Austral, organismo internacional com o qual o Mercosul possui um acordo de livre comércio.
Custos da Participação
Cada participante deverá se responsabilizar pelas despesas de viagem, hospedagem e alimentação. O Ministério da Agricultura do Brasil providenciará o serviço de transporte terrestre e tradução simultânea durante as reuniões em Israel. Já o Pavilhão Brasil na Israfood contará com estrutura completa, incluindo recepcionistas bilíngues, catálogo institucional e mobiliário para preparação e exposição de produtos, bem como para reunião com os potenciais compradores.
Serviço: Inscrições podem ser feitas no e-mail
A partir da mudança dos ramos prevista para o dia 1º de janeiro de 2020, o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (OCB-PA) fará uma chamada pública voltada para as cooperativas. O objetivo é ouvir as demandas, sugestões e definir em conjunto a melhor forma de modernizar o estatuto da Organização. As cooperativas terão até 15 de dezembro para enviar suas demandas a OCB-PA.
Também será organizada uma agenda de reuniões para discutir as propostas na sede em Belém. Para o interior, a Organização inseriu no Programa “OCB-PA Itinerante” momentos de debate sobre essa reformulação do estatuto. “Sabemos da dificuldade que é chegar em Belém. Por isso, abrimos esse momento para discutir e tratar desse assunto que de interesse de todo o cooperativismo do Pará”, explica Nelian Rossafa, assessora jurídica do Sistema OCB-PA.
O Programa “OCB-PA Itinerante” leva presencialmente os serviços e uma programação especial definida junto às cooperativas para esclarecer sobre o cooperativismo e atender às agendas de cursos das singulares já existentes no local. Para este segundo semestre, estão previstas mais duas edições do Programa, uma em Tucuruí, de 21 a 25 de outubro, e outra em Santarém, de 2 a 6 de dezembro.
“A ideia é ouvir as cooperativas até metade de dezembro e apresentar uma proposta mais azeitada para o Conselho de Administração em janeiro de 2020. Em abril, durante a nossa Assembleia Geral, queremos apresentar as sugestões levantadas junto a todas as cooperativas”, explica Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB-PA.
Ramos
Em março, durante a Assembleia Geral Ordinária da OCB Nacional, foi aprovada a reorganização do número de ramos cooperativistas a fim de ampliar as ações de representação dos interesses do cooperativismo. Até em então, o cooperativismo distribui-se nos seguintes ramos: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer. Com a aprovação dessa nova classificação, as quase sete mil cooperativas brasileiras passam a integrar apenas sete: Agropecuário; Produção de Bens e Serviços; Consumo; Infraestrutura; Saúde; Transporte e Crédito.
Segundo a OCB Nacional, nada muda na rotina das cooperativas e que essa mudança na forma de organizar os ramos é necessária para promover o fortalecimento e dar maior representatividade para alguns segmentos de cooperativas.
Para Raiol, isso representa um ganho para todo o cooperativismo. “Ao reorganizarmos os ramos econômicos estamos nos adequando a esse novo cenário social, econômico e tecnológico. O Brasil que criou essa estrutura organizacional está se tornando uma lembrança. É preciso atualizar, modernizar e criar mecanismos para facilitar o nosso trabalho junto ao desenvolvimento das cooperativas”.
Serviço: As sugestões para alteração do estatuto da OCB-PA devem ser enviadas até o dia 15 de dezembro para o e-mail
O XII Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Cooperativismo e Economia Solidária (SICOOPES) foi realizado durante esta terça no Instituto Federal do Pará (IFPA) – Campus Castanhal. O evento é uma referência internacional de produção de conhecimento e tecnologias agroalimentares socialmente justas, economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis. Cerca de 2.300 pessoas participaram de toda a programação, batendo o recorde de 2018, em que foram 1.200 inscritos.
A edição 2019 foi especial porque comemorou a expansão das parcerias interinstitucionais. A primeira ocorreu há 10 anos com a Universidade de Alicante (Espanha), que abriu as portas para o intercâmbio de conhecimento, experiências e expansão humana. Hoje, o IFPA Castanhal também tem parceria com a Universidade de Le Man (França), Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) (Portugal), USP, UFAP, UFPA, UFRJ, UFSCAR e Universidade Central do Equador.
“Este evento é muito especial para nós, porque pudemos ver o quanto nossa parceria cresceu, o quanto isso dá frutos e o quanto o trabalho em cooperação, seja nacional ou internacional, nos ajuda a crescer mutuamente. Tenho certeza que vou aprender ainda mais neste grande evento”, afirmou Daniel Gomez Lopez, professor e diretor de Pesquisa Internacional de Cooperativismo, Desenvolvimento Rural e Empreendimentos Solidários na União Europeia e na América Latina da Universidade de Alicante, da Espanha.
Para o diretor geral do IFPA Castanhal, Adebaro Alves dos Reis, o maior bem que as parcerias trazem é a formação de seres humanos versáteis, com pensamento crítico e capazes de reestruturar a própria realidade com propostas coletivas e integradoras. “O nosso objetivo maior é pensar em um ambiente rural melhor, que apresente novas propostas, novas ideias, que se dedique à inclusão, com pensamento crítico, conhecendo o nosso povo e outros povos. Um povo que conhece a realidade de outros povos e nações aprende a conhecer e reconhecer a si mesmo”, explicou.
Para se ter uma ideia do quanto isso é importante, real e concreto, no início do mês, a convite do professor Daniel Lopes, o Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (Sistema OCB/PA) esteve em Quito, Equador, para compartilhar experiências do cooperativismo paraense. O Equador é rico de alimentos, sabores pouco conhecidos e muito nutritivos. Também possui cultura alimentar genuína com muito potencial para um mercado gastronômico qualitativo.
“A realidade equatoriana é muito parecida com a nossa aqui do Pará, com a riqueza de sabores saudáveis e com potencial mercadológico. Por isso o professor Daniel nos convidou para ir lá e compartilhar como trabalhamos aqui, onde já superamos alguns gargalos, e eles (no Equador) ainda estão começando a se organizar em cooperativas, estão conhecendo o cooperativismo e suas possibilidades”, ressaltou Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
Outro aspecto dessas parcerias é o carácter prático das ações. Uma delas é com o próprio Sistema OCB/PA, com quem mantém um Mestrado Profissional voltado para o desenvolvimento de empreendimentos agroalimentares. Na quinta (29), o painel temático 9 abordou o tema: Cooperativismo, Desenvolvimento Rural e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com a participação do Superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra, os consultores da OCB/PA, Andreos Ramiro Pinto Leite e Camille Benchimol; o professor da UFRA, Dr. José Sebastião e o mediador do painel, Prof. Dr. Adebaro Alves dos Reis do IFPA.
Para ir de Altamira até Parauapebas, por exemplo, o usuário de transporte público em empresas convencionais precisa descer em outros municípios polo, como Marabá, comprar outra passagem, esperar o horário de saída e só depois chegar ao destino final. Agora com as singulares da Central das Cooperativas de Transporte do Estado do Pará (CENCOPA), o usuário pode emitir a passagem direta para o destino. Mais agilidade, eficiência e comodidade para o passageiro!
O projeto de conexões, idealizado pela CENCOPA, integraliza todas as cooperativas filiadas de acordo com as rotas já realizadas por cada singular. Anteriormente, as conexões existiam apenas entre os associados da própria cooperativa.
O usuário de Altamira, por exemplo, pode emitir passagem direta pela Cooperativa de Transporte Rodoviário de Passageiros (COOTAIT) para Dom Elizeu, Rondon, Araguatins, Parauapebas e demais regiões onde a Central atua. Chegando em Marabá, já passa direto para o veículo da Cooperativa Mista dos Transportadores de Passageiros e Cargas do Sul do Pará (COPASUL) e se encaminha ao destino.
“Ganha o passageiro que não perde tempo, tem maior segurança e eficiência. Também ganham as nossas cooperativas, que aumentam sua rentabilidade e acabam fidelizando o usuário. Esse é o nosso objetivo, integralizando a CENCOPA e a região Sul e Sudeste como um todo. Ficamos felizes em ver esse projeto atingindo uma proporção cada vez maior. Ressalto a importância do vice-presidente da COOTAIT, Fabinho, que tem nos ajudado no planejamento e execução das conexões”, explicou o vice-presidente da CENCOPA e presidente da COPASUL, Tarley Carvalho.
Atualmente, a Central possui 20 filiadas. As singulares estão pulverizadas em pontos estratégicos que fazem uma integração no Estado, tais como a COMASPA (Tucuruí), COTCAP (Pacajá), COOTAIT (Altamira), COOPTTAIL (Tailândia), COOROVAN (Rondon do Pará), COODEVAN (Dom Elizeu), TRANSJAC (Jacundá), COONTRANSULPA (Redenção), COOPERTASP (Xinguara), COPASUL (Marabá), COOMTAGP (Marabá), TRANSUL (Marabá) COOPERTRANS (Itaituba), COOCANVULP (Parauapebas), COOPERVARMI (Marabá), CINCOTRAN (Altamira) e COOPERMAG (Marabá).
“Nesse momento de crise, estamos nos reinventando. Não adiantar lamentar. Precisamos melhorar cada vez mais os nossos serviços e já conseguimos competir de igual para igual com outras empresas, levando vantagem na logística de viagem. Com a Central, o passageiro pode ter noção exata de saída e chegada no destino. Essa agilidade é fundamental”, explicou o presidente da CENCOPA, Valdemar Rodrigues.
As conexões já estão funcionando normalmente. A Central ainda está ajustando horários e rotas de alguns trechos, mas os serviços de transporte intermunicipal ocorrem diariamente em todos as cidades pertencentes ao raio de atuação das cooperativas. A projeção da CENCOPA é ampliar o número de filiadas para 25, chegando entre 1.200 e 1.500 associados até 2020.
QUALIDADE
Para aprimorar ainda mais a qualidade do serviço de suas filiadas, a diretoria da CENCOPA está articulando diversos projetos, captaneados pelo presidente Valdema pelo diretor administrativo Tarley Carvalho e pelo diretor financeiro Paulo Rogério. Dar-se-á continuidade no Programa de Profissionalização do Ramo Transporte do Sistema OCB/PA, com curso sobre as novidades normativas da ARCON para alinhamento e conscientização de todos os cooperados.
Outra novidade será o projeto de inserção de um atendimento diferenciado às pessoas surdas e mudas, que atualmente não possuem essa atenção das empresas e cooperativas. A falta os leva a enfrentar diversas limitações e dificuldades na contratação e uso dos serviços de transporte.
“Acompanhamos de perto a evolução que a CENCOPA tem obtido, especialmente sob a gestão da nova diretoria que está trabalhando para destravar as amarras históricas deste segmento. As ações estão fluindo e o resultado já está sendo colhido a partir da união de todos os cooperados. Estamos À disposição para auxiliar nesse desenvolvimento”, reiterou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Como forma de estimular a segurança alimentar e manter um estilo saudável, a comunidade europeia tem aumentado significativamente o consumo de alimentos orgânicos ou que sigam os padrões biológicos estabelecidos pela União Europeia (UE). Para se ter uma ideia dessa expansão, em 2016 só de produtos orgânicos foram vendidos 33,5 bilhões de euros, segundo dados divulgados em 2018 pela “The World Organic Agriculture, Emerging statistcs and trends 2018”. Outro aspecto que chama a atenção é que 90% dessa produção é realizada por agricultura familiar. Isso demonstra que, assim como no Brasil, é a agricultura familiar que abastece a mesa da população no velho continente.
O Brasil ocupa o 12º lugar em produção de orgânicos entre os principais produtores e 5ª na posição entre os países emergentes, atrás de Uruguai e Argentina, segundo o Centro de Inteligência em Orgânicos, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). A área plantada chega a 750 mil hectares. Para se ter uma ideia do quanto este número é promissor, o milho orgânico, por exemplo, até 2018 possuía uma área de 3,3 mil hectares, o que corresponde a 0,018% das lavouras ocupadas por cereais no país.
Em média, o mercado de orgânicos cresce 20% ao ano no Brasil. Em 2016, a venda alcançou a marca de R$2,5bilhões. Só de possuir a certificação de “alimento orgânico” o valor agregado aumenta também em 20%.
Outro aspecto importante é diversidade de alimentos brasileiros. O mercado europeu está aberto a gama de sabores, cheiros e riquezas nutricionais de nossos vegetais, em especial frutas e hortaliças. “Há muitos alimentos inéditos para nós aqui na Amazônia. É preciso que vocês estejam atentos a esse mercado que o acordo entre o Mercosul e a EU irá possibilitar”, afirma Daniel Gomez Lopez, diretor de Pesquisa Internacional de Cooperativismo, Desenvolvimento Rural e Empreendimentos Solidários na UE e na América Latina da Universidade de Alicante, da Espanha.
Familiar
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 90% das propriedades agrícolas mundiais são geridas por famílias. Essas propriedades são responsáveis por 75% de todos os recursos agrícolas globais. Isso representa 80% dos alimentos em todo o planeta, o que significa que as estratégias de desenvolvimento sustentável ambiental, social e econômico passam, necessariamente, pela agricultura familiar.
No Brasil, de cada dez alimentos que abastecem a mesa dos brasileiros, sete vêm de propriedades pequenas, as quais empregam cerca de 5 milhões de famílias e geram um faturamento de US$55 bilhões. Como forma de incentivar e valorizar esse segmento produtivo, a legislação brasileiras determina que 30% da merenda escolar seja proveniente de agricultura familiar.
Estratégia
Para alcançar mais mercados, a organização em cooperativas tem se mostrado cada vez mais promissora. Informações do Sindicado e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará (Sistema OCB/PA) apontam que 98% das cooperativas agropecuárias são compostas por produção familiar.
“Ao unir os produtores em uma cooperativa é possível estabelecer uma série de ganhos administrativos e de competitividade de mercado, a exemplo dos mercados tanto da merenda escolar quanto da UE e dos países do próprio Mercosul. Estamos com a fronteira cada vez mais aberta, mas é preciso estarmos prontos”, enfatiza Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.