Neste final de semana, as cooperativas da agricultura familiar tiveram um destaque especial no jornal Diário do Pará. Isso porque, por meio da articulação do Sistema OCB/PA com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e Pesca (Sedap), os produtores paraenses, organizados em cooperativas, terão acesso a laboratório credenciado para classificação de farinha. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) será a primeira entidade credenciada para realizar esta classificação.
A matéria completa está no Diário do Pará deste domingo (25/08) ou pelo link: http://paracooperativo.coop.br/noticias/791-laboratorio-da-adepara-classificara-farinha-de-cooperativas.
Chorume, poluição e proliferação de pragas são alguns problemas decorrentes do descarte incorreto de lixo orgânico nos aterros sanitários e que têm preocupado a população de Vigia, região nordeste do Pará. Para minimizar esses impactos, a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Vigia de Nazaré (Recicron) está expandindo as atividades para o reaproveitamento do material orgânico por meio da produção de adubo.
Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a fração orgânica contribui com aproximadamente 52% do volume total dos resíduos. A Recicron vê nesse material um imenso potencial de geração de emprego e renda para a região, aliado à sustentabilidade.
“Atualmente o material orgânico está sem destinação, sem gerar renda, sem perspectiva nenhuma de contribuição econômica para o município. E isso é um grande desperdício, porque esse material pode ser reaproveitado através da compostagem, que é o processo biológico de decomposição e de reciclagem da matéria orgânica contida em restos de origem animal ou vegetal, formando um composto rico em nutrientes, empregando e gerando renda para os cooperados”, explica Damiana Silva, diretora da Recicron.
A diretora destaca ainda que essa expansão irá distribuir o adubo e assim estimular os agricultores urbanos a produzir alimentos para abastecer cooperativas parceiras como a Cooperativa Agropecuária do Salgado Paraense (Casp), promovendo a integração e gerando renda para o município.
A Recicron já tem uma história de 8 anos de contribuição para Vigia. São coletados todos os meses cerca de 80 toneladas de resíduos sólidos, além de 24 toneladas de ossos bovinos e 4 mil litros de óleo, que são comercializados com indústrias e empresas de dentro e fora do Estado. A cooperativa faz a coleta seletiva e orienta a população acerca das melhores práticas ambientais de tratamento de lixo.
“A Recicron é um exemplo de cooperativismo, aplica os princípios de interesse pela comunidade e intercooperação. Isso valoriza ainda mais o seu o belo trabalho. O Sistema OCB/PA apoia esse tipo iniciativa. Estamos estudando a melhor maneira de contribuir para essa nova fase da Recicron e fortalecer esses laços de intercooperação”, enfatiza Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
Curralinho, Melgaço, São Sebastião da Boa Vista, Castanhal, Parauapebas e Limoeiro do Ajurú serão alguns dos municípios atendidos pelo Sistema OCB/PA durante esta semana. Além de visitas técnicas, palestras e cursos de capacitação, o destaque é o 12º Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Cooperativismo e Economia Solidária, que ocorre a partir de amanhã em Castanhal.
Fique por dentro das nossas atividades. Veja a programação do seu município!
#ocbsescooppa #capacitandoparacrescer
A iniciativa transformará a realidade de pequenos produtores familiares em nove municípios paraenses, ampliando significativamente o potencial de produção, armazenamento e comercialização das cooperativas associadas. O objetivo é a melhoria no posicionamento de mercado. Em reunião na última quarta (21), a comissão de constituição aprovou a minuta do estatuto social, que será apresentado em assembleia geral extraordinária em cada cooperativa participante. A Assembleia de constituição deve ocorrer no dia 1º de outubro.
Estão participando do processo e podem compor a Central as cooperativas COOPRIMA de Primavera, CASP de Vigia, COOPABEN de Benevides, AMAZONCOO de Castanhal, COOMAC de Curuçá, COOPASMIG de São Miguel, D’IRITUIA e COAPEMI de Irituia, CAMTA de Tomé-Açu e CCAMPO de Santarém. Após a pré-aprovação do estatuto social, cada cooperativa reunirá os cooperados e se definirão as singulares que realmente farão parte da Central.
“Nossa expectativa não é de hoje. Estamos trabalhando com essa ideia há um bom tempo, pois reconhecemos a sua importância para a mudança do patamar do ramo agro. Sem essa união, não teremos como atingir os grandes mercados da região metropolitana. Precisamos ampliar a intercooperação para alavancarmos os rendimentos das nossas cooperativas”, reiterou o presidente da CASP, Antônio Alcoforado.
A Central fará o beneficiamento, armazenamento e comercialização da produção de suas associadas a varejo e atacado, a nível nacional e internacional promovendo o desenvolvimento da fabricação de conservas de frutas, sucos concentrados, hortaliças e legumes. Na área de comércio varejista, abrangerá hortifrutigranjeiros, mel, laticínios e frios, doces, balas, bombons e produtos alimentícios em geral.
Na área de comércio atacadista, trabalhará com frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos, mel, pescados e frutos do mar, leite e laticínios e mercadorias em geral, com predominância de insumos agropecuários, defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo. A Central também terá serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias, fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates, produção de mudas e outras formas de propagação vegetal certificadas.
A criação da Central está seguindo o cronograma de um mapa estratégico. Concomitantemente às assembleias internas, será feito o levantamento do potencial produtivo que as cooperativas terão juntas. O foco é a região nordeste, por conta de mercados específicos que pretende atuar como prefeitura de Belém, SEDUC, bares e restaurantes. No entanto, algumas cooperativas de outras regiões já demonstraram interesse em participar, como a CCAMPO do oeste paraense.
Para a presidente da COOPABEN, Eulina Duarte, a Central dará maior estabilidade para a comercialização, especialmente em períodos sazonais de queda na procura do mercado. “Nosso principal mercado é a merenda escolar. Janeiro, fevereiro e julho, por exemplo, são meses caóticos, pois não se tem pra quem vender e perdemos produção. Com a Central, já não teremos o prejuízo de produtos, porque sempre teremos escoamento”.
Já a presidente da COOPRIMA de Primavera, Joelma Nunes, vislumbra a possibilidade de alcançar até mesmo mercados externos. “Na nossa cooperativa, temos um mix de produtos no hortifrutigranjeiro e estamos migrando para a estação de óleos vegetais. Creio que o crescimento no volume produtivo agregado às demais cooperativas possibilitará até mesmo a exportação para o mercado nacional e internacional. Por isso, abraçamos a causa e convocamos as demais cooperativas para que se unam a nós neste desafio”.
A CENTRAL
A Central das Cooperativas de Agricultura Familiar do Estado do Pará (Agro-Amazônia) terá por objetivo contribuir no fortalecimento do cooperativismo ligado à produção familiar, na representação política em defesa de seus interesses sociais, assistenciais e econômicos, contribuindo com diversas ações.
“Além da área comercial, a Agro-Amazônia será muito importante para a representação da produção familiar, fixação com qualidade de vida do agricultor em sua propriedade e para o desenvolvimento de uma agricultura familiar ecologicamente sustentável, economicamente viável socialmente justa e culturalmente aceitável. Continuaremos acompanhado esse processo, entendendo que a união é o caminho mais promissor para o crescimento dos pequenos produtores”, explicou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Nesta quinta-feira (22), o Sistema OCB/Ro e a Confederação Alemã de Cooperativas (DGRV) realizam um workshop sobre a Constituição de Cooperativas de Geração Distribuída por Energia Solar Fotovoltaica, em Ji-Paraná, Rondônia. O evento será no auditório do Maximus Hotel e é aberto a cooperativas e demais interessados na temática. O objetivo é elucidar sobre o uso da energia solar – uma fonte limpa e renovável – como uma alternativa ambientalmente sustentável para a geração de energia elétrica.
O presidente e fundador da Coober, Raphael Vale, apresentará o case sobre a história, os desafios e nova realidade da geração distribuída no mundo. Fundada em fevereiro de 2016 com 23 cooperados distribuídos no Pará, Ceará e Brasília, a Coober é a primeira cooperativa de energia renovável do Brasil e é referência no mundo sobre essa experiência.
Mais informações: https://www.sescoop-ro.org.br/
Texto: Fernando Assunção