O Sicoob Coimppa está com um projeto para beneficiar os mais de 2 mil cooperados por meio do incentivo da produção de energia renovável. A ideia é criar uma nova cooperativa que irá fornecer energia por meio de placas fotovoltaicas. Os estudos ainda estão em fase inicial. Por conta disso, na tarde desta quarta-feira (07/03), o presidente do Sicoob Coimppa, José Melo da Rocha, reuniu com Raphael Vale, presidente da primeira cooperativa de energia renovável do Brasil, a Coober, e com Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA, que representa as cooperativas no Estado.
Há mais de 20 anos, José Melo da Rocha, utiliza placas fotovoltaicas na Ilha do Marajó. À época, era algo impensável expandir a produção de energia a mais pessoas por conta do alto custo. Hoje, o cenário é mais favorável. O cooperativismo voltado para a produção de energia conquistou alguns benefícios, a tecnologia está melhor, mais acessível, e há muito mais interessados.
“Penso que melhorar a vida das pessoas deve ser uma constante que devemos ter como foco para melhorar o nosso trabalho. A questão da produção de energia pode facilitar e colaborar tanto com uma mentalidade genuinamente sustentável como acelerar o processo de desenvolvimento do nosso Estado”, afirmou José Melo da Rocha.
Em novembro de 2015, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) alterou a Resolução 687, permitindo a formação de cooperativas para atuar em sistema de geração distribuída e de compensação de energia renovável injetando energia direto na rede elétrica. Em 2016, a Coober inaugurou em Paragominas uma usina solar fotovoltaica com capacidade de 75KWp, que beneficia diretamente 23 cooperados com energia limpa, ilimitada e de baixo custo de produção.
“Hoje nossos cooperados da Coober são ‘prosumidores’ de energia renovável em geração distribuída, que significa ser produtor e consumidor de energia ao mesmo tempo. Isso está mudando a visão do consumidor residencial que antes tinha papel passivo de apenas receber e consumir a energia. O setor elétrico brasileiro está passando por mudanças o que também traz muitas oportunidades”, enfatizou Raphael Vale.
Gargalo
Apesar dos avanços, a legislação ainda estabelece de maneira inflexível o pagamento de demanda contratada de usinas puras (aquelas que apenas produzem energia, injetam energia na rede para e compensação e sem carga instalada) igual a de uma usina com carga instalada para abastecer e manter uma indústria ou um comércio.
“Esse é uma discussão que precisamos levar em frente porque pode mudar para melhor a nossa relação com a geração de energia e abastecer vários setores cooperativistas ou não. O mundo já acordou para isso. É preciso que nos apropriemos disso e façamos aqui, no Pará, na Amazônia, o exemplo todo o Brasil”, finalizou Ernandes Raiol.
As cooperativas surgiram da necessidade de se unir, de se cooperar e contribuir para um bem comum. A razão de ser do cooperativismo é promover estes valores, que devem ser multiplicados para toda a sociedade ao entorno. O Dia de Cooperar, movimento de voluntariado promovido pelo Sistema OCB/PA, é a grande oportunidade para as cooperativas mostrarem o seu diferencial, que é fazer negócios e crescer juntos. Reúna os cooperados de sua singular e articule uma ação alusiva à campanha com o compromisso de promover responsabilidade socioambiental. As comunidades paraenses esperam por nossa cooperação!
O grande desafio do Dia C continua sendo estimular o desenvolvimento de projetos contínuos que possam gerar benefícios constantes para as comunidades onde as cooperativas estão inseridas. Para isto, o programa vai buscar abraçar integralmente os ODS, que são 17 propostas e 169 metas com o objetivo de melhorar a vida ao redor do planeta. As cooperativas, como agentes de transformação social, podem se alinhar a esta agenda, por meios de ações e projetos transformadores.
“Convocamos, desde já, todas as singulares do Estado a aderirem à essa corrente do bem. Não existe sensação melhor do que estender a mão e contribuir para fazer alguém feliz. Esse é o espírito que nos move todos os dias. Se queremos mudar o mundo, só conseguiremos quando começarmos a olhar para as pequenas realidades ao nosso redor. Se cada um fizer a sua parte, tornaremos o Pará em um lugar melhor para se viver”, reitera o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Mais informações:
(91) 32264140 / 993604665
E-mail:
Site: diac.somoscooperativismo.coop.br

Depois de 30 anos de atuação do Sistema OCB no Pará, as cooperativas paraenses terão um espaço exclusivo dedicado ao fortalecimento do setor. A entidade oficializou acordo para a aquisição da nova Casa do Cooperativismo junto ao Sicoob Central Unicoob, que vendeu sua antiga sede para a operacionalização das atividades cooperativistas. O negócio foi confirmado no final de 2017 e a inauguração ocorre no dia 16 de abril com a participação de todas as singulares do Estado. O novo endereço é na Avenida Conselheiro Furtado, número 1693.
Após o processo de reorganização administrativa do Sistema OCB/PA, uma das metas estipuladas no segundo mandato do presidente Ernandes Raiol foi a compra da nova sede. Ao longo desses 30 anos, a entidade precisou realizar diversas mudanças, o que impedia a criação de uma identidade própria. “Nossas cooperativas mereciam ter um local fixo, onde pudessem recorrer à entidade que é a representação máxima do setor, de acordo com a Lei Estadual 7.780. Por isso, eu e minha equipe trabalhamos bastante para concretizar esse sonho”, afirmou o presidente Ernandes Raiol.
O resultado veio após negociações com a Sicoob Central Unicoob, que já pretendia vender a sua sede. As singulares pertencentes ao Sistema foram incorporadas à Central do Paraná em 2015 e o espaço ultrapassou as demandas estruturais necessárias com o compartilhamento das atividades. “Conversamos com os membros das cooperativas de crédito que compõem a Central no Pará e entramos em acordo que o prédio deveria permanecer a serviço do cooperativismo. Foi uma conquista muito grande de cada singular e não gostaríamos que fosse simplesmente vendido. Por isso, as lideranças do SICOOB se mobilizaram para que a representante de todas as cooperativas do Pará, a OCB, fosse o comprador. Também deliberamos com a Central no Paraná que aprovou a transação”, afirmou o presidente da cooperativa SICOOB UNIDAS, Carlos Edilson.
A sede comportará todas as atividades de rotina do Sistema OCB/PA, compreendendo as ações da área meio, atendimentos na área finalística, reuniões estratégicas da diretoria executiva, assim como as aulas teóricas do Programa Aprendiz Cooperativo. Para isso, a estrutura possui três andares, conta com espaço para estacionamento, amplo auditório e mais de 10 salas. O lugar estava avaliado inicialmente em R$ 4,3 milhões, valor acima da viabilidade de aquisição do Sistema OCB/PA. Entretanto, a Central reavaliou e ajustou para R$1,8 milhões.
“Agradecemos a consciência que o Paraná teve neste sentido em valorizar a permanência da sede e ajustar o valor para a realidade do Sistema. Destacamos o esforço do Diretor Presidente, Marino Delgado e do presidente do Conselho de Administração, Jefferson Nogaroli que tiveram vontade política para manter esse empreendimento do SICOOB com as cooperativas, não só do ramo crédito, mas de todo o setor”, explicou a Diretora da OCB/PA, Vera Almeida, que também faz parte do Sistema SICOOB.
Apresentando conformidade nos aspectos contábeis e tributários, assim como todas as certificações necessárias para operar com madeira de origem legal, a Cooperativa da Indústria Moveleira e Serradores de Parauapebas (COOPMASP) recebeu monitoramento do Sistema OCB/PA. O objetivo é aprimorar os processos internos de gestão e governança. Uma das ações de desdobramento do diagnóstico é a realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO), que ocorre no próximo dia 28.
Na visita técnica para aplicar o monitoramento, se verificou as formas que o Sistema pode contribuir no processo de reorganização social da COOPMASP. Um dos aspectos positivos é a estrutura de negócio da cooperativa que, por ter a experiência de 20 anos no mercado, já conhece o cenário em que atua. Também possui todas as certificações referentes ao desenvolvimento da atividade, como a da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) e do IBAMA.
“Toda a matéria prima que passa pela cooperativa, no caso a madeira, vem através das áreas de manejo da Vale, que explora as áreas e, por não utilizar madeira, faz o repasse para beneficiamento. É tudo documentado para que se possa ter o controle legal da madeira e liberação dos demais órgãos competentes que regularizam a atividade. Os cooperados estão totalmente aptos para comercializar com segurança”, afirmou o analista de desenvolvimento de cooperativas do Sistema OCB/PA, Jamerson Carvalho.
No último mês, a cooperativa completou 20 anos. É a única singular que trabalha no ramo dentro da Região Norte. Através dela, se criou o polo moveleiro de Parauapebas com os cooperados que formam 96 movelarias instaladas em uma área de 250mil metros. A cooperativa presta serviços na parte de gerência do polo, garantindo acesso a infraestruturas básicas e organizando o licenciamento dos cooperados. O principal produto é a serragem da madeira para o moveleiro a preço de custo. Os cooperados produzem móveis rústicos e coloniais.
No aspecto fiscal, a COOPMASP adquiriu um sistema contábil próprio para ter um controle econômico e financeiro de suas operações. “A prestação de contas que não possui informações elaboradas por equipe de contabilidade pode fragilizar a administração da cooperativa. Portanto, essa aquisição permite que cumpram a legalidade e se direcionem ao mercado da melhor maneira possível”, completa Jamerson.
Por ter passado um período inadimplente e sem o amparo do Sistema OCB/PA, a cooperativa ainda precisa realizar alguns ajustes para se regularizar como organização social coletiva nos moldes do cooperativismo. Com o apoio em monitoramento, a partir do Programa de Acompanhamento da Gestão das Cooperativas (PAGC), se gerou um índice de conformidade geral cooperativista e um diagnóstico com informações para se elaborar um plano de melhorias. A medida permitirá que a COOPMASP tenha o cumprimento pleno da legislação e se regularize documental e organizacionalmente.
“O primeiro passo após a aplicação da ferramenta é a realização da AGO. A principal pauta será a prestação de contas e eleição do Conselho Fiscal. Será um trabalho contínuo, por isso, também participaremos da Assembleia, contribuindo no direcionamento legal e na elaboração da ata de acordo com o que a legislação exige. É importante para garantirmos a prática democrática da cooperativa por ocasião da AGO, também deixando encaminhado o próximo passo de arquivamento para homologação e validação na Junta Comercial do Pará”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
"Foi fundamental o diagnóstico para conhecermos nossa realidade para, a partir dai, estabelecer uma meta e fazer com que a cooperativa possa andar legalmente, não somente em relação a documentos, mas também ao cooperativismo e suas leis", conclui o presidente da COOPMASP, Sérgio Neto.
O cooperativismo é uma rede de negócios que congrega vários ramos. Os aprendizes da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA), por exemplo, recebem os salários através da conta que possuem na cooperativa de crédito SICREDI VERDE. Na última semana, eles visitaram a sede da singular sediada em Quatro Bocas com o objetivo de promover um intercâmbio de informações. A iniciativa foi promovida pelo Sistema OCB/PA.
A finalidade da programação foi proporcionar ao aluno, acostumado com as atividades que envolvem o setor agropecuário, uma melhor compreensão do funcionamento, dinâmica de trabalho e da realidade de uma cooperativa de outro ramo. A SICREDI foi escolhida para representar o cooperativismo financeiro. “É uma singular que atua bem próximo à CAMTA, o que facilitou o deslocamento dos alunos. Além disso, é uma das grandes referências no Estado no que tange a boas práticas de gestão”, afirmou a coordenadora do Programa Aprendiz Cooperativo, Rafaela Menezes.
No total, participaram 12 jovens aprendizes que puderam visitar todos os setores da SICREDI, até a parte administrativa. Os alunos tiraram todas as suas dúvidas acerca das diferenças do empreendimento em relação aos bancos convencionais. Ainda receberam palestra sobre como funciona o Sistema Sicredi em âmbito nacional.
Um dos assuntos ressaltados na oportunidade foi a intercooperação e como é operacionalizada, em especial nas linhas de financiamento para o produtor rural que pode recorrer às singulares de crédito. A CAMTA, inclusive, já buscou o apoio financeiro do Sicredi em muitos negócios. Os próprios aprendizes recebem pela conta que a cooperativa possui na cooperativa de crédito.
Outra característica que chamou a atenção dos participantes foi o modelo de gestão da cooperativa que valoriza a preservação do meio ambiente. “Ficou evidente que eles priorizam práticas de educação ambiental, de modo que os funcionários a exercem tanto no ambiente interno de trabalho como na sua própria casa. Alguns dos projetos implementados é o recolhimento de pilhas, de papeis que podem reutilizar, além de não gastarem papeis desnecessariamente e de confeccionarem os copos dos funcionários para não se usar copos descartáveis. Enfim, foi uma experiência muito positiva”, explicou a professora do Programa, Alessandra Souza.