Partindo de uma pré-diagnose, as cooperativas da região Sul e Sudeste puderam se enxergar e construir uma agenda de trabalho a ser desenvolvida pela Vale e pelo Sistema OCB/PA, junto a demais parceiros. Os principais eixos serão Gestão, Organização Social, Mercado e Verticalização Produtiva. As propostas constituem uma Matriz da Cooperação, documento assinado pelos gestores no Workshop de Governança Cooperativa ocorrida no último dia 29, em Marabá.
Na avaliação de cenário, foram entrevistadas 14 cooperativas as quais abrangem 1.900 cooperados. Destas, nove estão filiadas à Central das Cooperativas de Produção Familiar da Região Amazônica (CUIA), a primeira do ramo no Estado. São cerca de 670 cooperados dos municípios de Marabá, Conceição do Araguaia, Redenção, São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, São João do Araguaia, Itupiranga, Parauapebas, Nova Ipixuna e Tailândia.
Sobre a estrutura de verticalização, identificou-se que 35% das cooperativas possui produção individualizada, o que não agrega valor para a própria cooperativa, nem escala expressiva. Destes, 15% terceiriza a verticalização e 15% possui unidades simplificadas. A Cooper, por exemplo, possui duas unidades de beneficiamento. A de Parauapebas utiliza 90% de sua capacidade com a produção de 400t de polpas e, a de Maraba, 50%. Sobre certificação, 44% não possui qualquer tipo de registro com órgãos fiscalizadores, 22% possuem selos estaduais e, 22%, federais.
“Em relação à produção orgânica, 56% usa defensivos agrícolas. O perfil do mercado sobre a preocupação com meio ambiente valoriza a certificação orgânica. No PNAE, por exemplo, produtos certificados agregam um valor 30% maior. É uma tendência que nossas cooperativas precisam se adequar”, afirmou Andreos Leite, gestor da NÓS consultoria, responsável pela diagnose.
Sobre a participação em programas de aquisição de alimentos, 78% trabalha com o PNAE, 11% com o PAA e 11% nunca participou de qualquer um. Deste total, 67% acessam o mercado institucional, 22% feiras e eventos locais, 22% supermercados locais e 11% empresas regionais e nacionais. Em relação às principais dificuldades que desafiam o trabalho das cooperativas, 56% destas apontou a gestão como a maior demanda, 22% apontou a necessidade de verticalização da cadeia produtiva e, 11%, organização social.
Sobre a variedade de produção, 60% trabalha com fruticultura, 45% com horticultura, 25% com lácteos, 15% com grãos, 15% com derivados da mandioca, 10% com derivados do cacau, 10% com produtos de origem animal, 5% com produtos da biodiversidade e 5% com insumos.
Plano de Trabalho
Após a apresentação das dificuldades, o Sistema OCB/PA elencou soluções alternativas. Em relação ao mercado, Vale e Sistema OCB/PA farão o diálogo com as prefeituras municipais para sensibilização acerca da obrigatoriedade de compras da agricultura familiar. Sobre capital de giro, a alternativa é a aproximação com as cooperativas de crédito para concessão de empréstimos e financiamentos.
“As cooperativas farão o levantamento das necessidades de capital de giro de cada singular e das garantias que possuem. A partir disso, marcaremos agenda com as cooperativas Sicredi, Sicoob e com o Banco da Amazônia. Já a Vale articulará reunião com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD)”, afirmou o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.
Sobre ampliação dos canais de distribuição, o Sistema OCB/PA e a VALE articularão com a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). Serão elaboradas estratégias de estudo de mercado com potenciais canais para escoamento em cima dos produtos das cooperativas, como polpa de frutas, mel, chocolate e castanha. As singulares farão um diagnóstico produtivo com cada cooperado para se ter noção de potencial para apresentar ao mercado.
“Precisamos de produtos com valor agregado, assim como os da Camppax, para ganhar mercado. Faremos esforço enorme neste sentido, pois a produção das cooperativas precisar ser conhecida pelo mundo inteiro. Temos orgulho do que é produzido aqui e estamos à disposição para apoiar essas iniciativas. O Workshop foi um grande início”, afirmou a analista de sustentabilidade da Vale, Renata Veloso.
Sobre a legalização das cooperativas, será feita consultoria para orientar sobre as adequações necessárias exigidas pelos órgãos reguladores. Uma possível proposta é estabelecer relação com universidades para auxílio de empresas junior, como a Ufra e a própria Unifesspa.
Sobre organização social, as cooperativas não filiadas à OCB/PA oficializarão registro para se promover cursos de sensibilização acerca do cooperativismo. Sobre o eixo Gestão, Vale, Sistema OCB/PA e Uniefesspa farão a profissionalização dos dirigentes. Será uma formação continuada de lideranças dividida em seis módulos: Organização social - seus desafios e conquistas; Modelos de desenvolvimento do Agronegócio e Cooperativismo; Gestão dos empreendimentos, contabilidade controle e viabilidade econômica; Mercados - acessibilidade/licitação, organização, marca única e desafios; Procedimentos para registro da agroindústria de beneficiamento dos produtos.
“Finalizada essa primeira etapa, ficou evidente que precisamos aliar dois fatores essenciais para o crescimento das cooperativas: trabalhar a gestão e as pessoas. Os associados precisam acreditar que a cooperação pode mudar sua realidade, assim como os gestores precisam dar segurança para os sócios de que o negócio está sendo conduzido com visão. Ambos os objetivos serão alcançados apenas com formação profissional. Esse será o nosso foco”, reiterou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Marabá, cidade polo do Sul paraense, terá uma nova alternativa de crédito. A cooperativa Sicoob Transamazônica está viabilizando a inauguração de uma agência no município. Para marcar a chegada da cooperativa, o Sistema Sicoob reuniu autoridades e empresários em evento ocorrido nesta sexta (30), no Centro de Convenções Carajás. A Associação Comercial e Industrial de Marabá (ACIM) já garantiu aporte de R$ 900mil.
Na mesa oficial de abertura, participaram o Presidente do Conselho de Administração da Sicoob Transamazônica, Antônio Henrique, o diretor presidente da Central Sicoob Unicoob, Marino Delgado, o superintendente do Instituto Sicoob Edson Feltrin, o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra, o presidente do conselho de administração Central Sicoob Unicoob, Jeferson Nogaroli e o vice prefeito de Marabá, Tony Cunha.
Foram apresentadas palestras sobre o cenário do mercado financeiro, a participação das cooperativas nesse cenário e como contribuem de forma protagonista no comportamento do mercado. “Preço, propósito social de pessoas, mercado, portfólio são alguns dos argumentos que comprovam nossa importância. É uma economia compartilhada com as localidades. Em 250 municípios, apenas o Sicoob está presente", reiterou o presidente do Conselho da Central Sicoob Unicoob, Jefferson Nogaroli.
Também foram apresentados os números do Sicoob. A Central está presente em 6 Estados, com 262 pontos de atendimentos e 307mil cooperados. Em 2018, foram movimentados 3 bilhões de operações de créditos, ativos de 6 bilhões de ativos, resultado de 150 milhões de sobras.
“O Pará é um projeto de várias mãos. É uma região riquíssima formada por um povo trabalhador e que precisa de estrutura de capital para fomentar seus negócios. Queremos proporcionar essas soluções financeiras aos marabaenses. Começamos na Transamazônica e estamos expandindo para as demais regiões. Chegamos para ficar”, enfatizou Antônio Henrique Gripp.
Na ocasião, foi feita a assinatura de um termo de cooperação comercial com a ACIM. O Sicoob destinará um valor inicial de R$ 3milhões para capital de giro voltado a micro e pequenas empresas com taxas e créditos facilitados. Foi criada uma linha de crédito especial com taxas a menos de 1% com 24 meses para pagar. A associação fará o aporte de R$ 900 mil.
“Esses são os diferenciais práticos do cooperativismo. Além de vantagens financeiras, as cooperativas cumprem a função social de aplicar o capital integralmente na Região onde estão, gerando desenvolvimento econômico e social. Estamos muito orgulhosos da evolução que a cooperativa obteve. Disponibilizamo-nos a auxiliar no que for necessário para a continuidade desse processo", concluiu o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Contribuindo com a defesa do setor no Congresso Nacional, encabeçada pela Frente Parlamentar do Cooperativismo (FRENCOOP), o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol, visitou a bancada paraense nesta semana junto com assessor político/institucional da entidade, Haelton Costa. A Agenda Política foi apresentada aos seis parlamentares que representam o Estado em Brasília: o deputado federal eleito Eduardo Costa (PTB), e os reeleitos: Joaquim Passarinho (PSD), Eder Mauro (PSD), Edmilson Rodrigues (Psol) e Hélio Leite (DEM). O objetivo foi incluí-los na FRENCOOP.
"Já nos diz a ciência política que as instituições estão diretamente ligadas aos comportamentos da sociedade, no momento em estabelecem regras que incentivam a uma determinada conduta. No cenário político, as leis, os marcos regulatórios e a legislação em geral conduzem em uma direção ou em outra e podem incentivar um modelo econômico. A expansão do cooperativismo passa por uma maior articulação do movimento cooperativismo no Congresso Nacional, buscando promulgação de marcos regulatórios que incentivem as mais 6,6 mil cooperativas atuante no Brasil", explicou Raiol.
A FRENCOOP é quem realiza a identificação de emendas constitucionais de interesse do Sistema cooperativismo. Entre os projetos de interesse direto do cooperativismo no Congresso Nacional está o Projeto de Lei (PL) 3748/2015, que altera a Lei Geral das Cooperativas (Lei 5.764/71). Este é um passo importante pois vai permitir que as cooperativas representem seus associados em processos judiciais referentes a operações de mercado, dando mais autonomia no mercado às cooperativas.
O homem do campo pode, e deve, agregar profissionalismo à sua experiência no meio rural. Esse é o papel social com que a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) pretende contribuir em parceria com o Sistema OCB/PA. A partir de conversas iniciadas no Workshop de Governança realizado ontem, as entidades estão idealizando um curso de extensão sobre cooperativismo voltado para empreendimentos rurais. A iniciativa será desenvolvida com um alto nível técnico e vivência prática.
O professor Dr. em economia José Otávio Pires, o professor Dr. em agronomia, Fabio Araújo e o superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra discutiram formas de implementar um curso de extensão através da Universidade. As entidades celebrarão um termo de cooperação técnica. Definiu-se um prazo de até o final de janeiro para se remarcar reunião com o objetivo de definir as grades de capacitação, demandas e público alvo. O conteúdo será construído com base na estrutura idealizado pelas próprias cooperativas da Central CUIA, apresentado na programação de ontem.
“Essa parceria agrega muito à OCB/PA , pois é a marca de uma instituição de ensino referência na Região. Passamos a ter um respaldo maior. Iremos encaminhar a minuta do termo de cooperação técnica para termos um mapa bem definido do que iremos articular", afirmou o superintendente.
Além do curso, planeja-se fazer um projeto de pesquisa sobre a expressividade humana e socioeconômica do cooperativismo no Estado. A proposta é fazer um grande estudo para o acompanhamento da sensibilidade das pessoas no ganhos vindos pelas cooperativas.
“Acredito que o futuro da economia do país depende da agricultura familiar. O exemplo dos países de primeiro mundo prova que o desenvolvimento no campo só pode vir através da Cooperação. Até mesmo as grandes empresas compreenderam essa estratégia de mercado. Por isso, estamos muito entusiasmados com essa parceria", enfatizou Otávio.
O Sistema Sicoob já possui 17 agências com estrutura completa e moderna para atender os associados no Estado. Para comemorar esse sucesso, será realizado o lançamento do projeto de expansão do Sicoob nas Regiões Sul, Sudeste do Pará e Transamazônica, evento que ocorre na próxima sexta-feira (30), às 19 horas, no Carajás Centro de Convenções em Marabá - PA (localizado na rodovia BR-222, Folha 30, bairro da Nova Marabá).
O Sicoob é um dos maiores sistemas financeiros cooperativos do país, com 4,2 milhões de cooperados e mais de 2,8 mil agências distribuídas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. Com sede em Maringá (PR), o Sicoob Unicoob é uma das cooperativas centrais do sistema e possui mais de 300 mil cooperados atendidos em 166 municípios do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará e Amapá.
Na ocasião, apresentaremos às lideranças regionais os diferenciais e benefícios do cooperativismo financeiro, bem como as oportunidades oferecidas pelo Sistema Sicoob, encerrando a agenda com um coquetel de relacionamento.
O Sistema solicita confirmação de presença até o dia 09 de novembro (sexta-feira) pelo e-mail