Empatia, postura e eficiência são algumas das características que diferenciam simples motoristas e condutores de pessoas. Os associados à Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Pará (Fecootranspará) assimilaram todos esses princípios para o aprimoramento e profissionalização das suas atividades, recebendo certificação obrigatória ao segmento. A primeira turma do Curso de Condutor de Passageiros foi finalizada, no último mês, através da parceria entre o Sistema OCB/PA e Centro Amazônico de Ensino Profissionalizante (CAEP). Nesta quarta (05), os 28 cooperados concluintes receberam os certificados na Casa do Cooperativismo.
Cerca de 65% das cooperativas de transporte do Estado operam com a condução coletiva de passageiros, o que demanda qualificação para um serviço eficiente e seguro. Tal necessidade foi regulamentada na resolução 168 do CONTRAN, através da qual o motorista é obrigado a ter o curso específico de condução. Em articulação com o Centro Amazônico de Ensino Profissionalizante (CAEP), o Sistema OCB/PA negociou desconto de 50% para a capacitação de todas as singulares registradas.
A Carga horária do curso é de 50 horas. No conteúdo programático, foram trabalhados quatro módulos com os temas: legislação de trânsito específica, direção defensiva, noções de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e convívio social e relacionamento interpessoal.
“Foi um curso muito importante para as nossas cooperativas. Agradecemos à OCB/PA por proporcionar essa oportunidade, dando-nos todo o suporte necessário para que se tornasse realidade. É um passo fundamental, pois credencia nossos cooperados a atuarem dentro da legalidade, buscando sempre o aperfeiçoamento”, afirmou o presidente da Fecootranspará e da cooperativa Cootransalt-Tur, Clemente Monteiro.
A intenção, de acordo com Clemente, é ampliar o número de associados capacitados. Nesta primeira turma, participaram ntrês singulares: COOPTRANSALTO de Outeiro, COOTRANSALT TUR e COTRACBEL de Icoaraci. “Grande parte dos cooperados também já foram qualificados pela parceria anterior com o SEST-SENAT. Os demais que faltam, como os de Mosqueiro, organizaremos outra turma com a OCB/PA. O resultado está sendo tão positivo que há mais procura até de cobradores que querem fazer a capacitação específica. Precisamos nivelar esse conhecimento”, conclui o presidente.
Todas as cooperativas de transporte, seja alternativo ou intermunicipal, com capacidade superior a sete passageiros são obrigadas a participar. O profissional não habilitado com as informações na carteira de motorista, se for fiscalizado por qualquer órgão regulador, sofrerá multa por desenvolver a atividade sem ter o treinamento exigido por norma. “Trabalhar na legalidade é uma obrigação cumprida pelo cooperativismo paraense. Somente assim, conseguiremos levar o ramo transporte a novos patamares de desenvolvimento socioeconômico. Creio que estamos no caminho certo”, comenta o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Ampliando o portfólio de produtos financeiros para os seus associados, a cooperativa Sicoob Cooesa iniciou operações de exportação e importação. Já foram fechados contratos no segmento de gêneros alimentícios no primeiro mês de atuação, sendo oferecidas vantagens diferenciadas em relação às instituições convencionais e comodidade no fechamento do contrato de câmbio.
Os contratos foram fechados na modalidade de Câmbio Pronto de Exportação, permitindo o recebimento do pagamento antecipado de vendas por exportação. O adiantamento é liberado após o embarque da mercadoria, a partir da emissão de uma ordem de pagamento feita pelo importador.
“Foram as nossas primeiras operações, abrindo uma porta e conseguimos nos antecipar para que nossos associados, sejam empresas ou cooperativas, tenham um canal aberto para a exportação, fomentando o fortalecimento da economia no Pará. Várias empresas já estão se habilitando para poder operacionalizar conosco, o que mostra a grandeza desse mercado. Estamos à disposição para concorrer nesse segmento com soluções diferenciadas”, enfatizou a presidente da cooperativa, Francisca Uchôa.
Ao solicitar o crédito, o associado é credenciado pela cooperativa na Gerência de Cambio da Central Sicoob Unicoob. A Gerência faz a intermediação direta com o exportador ou despachante habilitado para realizar o fechamento e o crédito entra na conta do associado, de forma bastante simplificada. Um dos diferenciais é o custo reduzido para o exportador.
“Além das tarifas convencionais inerentes à operação, a taxa de corretagem, que é cobrada pelo fechamento do câmbio, representa um terço em relação ao que as instituições financeiras cobram. Isso representa uma economia significativa para os nossos associados. Oferecemos todo o suporte de forma que ele se sinta tranquilo com as melhores condições do processo”, explicou o gerente regional do Sicoob Cooesa, Joselito Tsunemitsu.
Mercado
O Pará teve um crescimento de 30% nas exportações efetuadas em 2017, com destaque para a mineração e o agronegócio. O valor total nessas operações foi de R$14, 4 bilhões de dólares. “A solução apresentada pela Sicoob Cooesa é uma notícia extraordinária, não apenas para as cooperativas de crédito, mas para as dos demais ramos. O setor vive um momento ímpar de expansão dos horizontes comerciais e o crédito é uma necessidade evidente para viabilizar todas essas pretensões. Agora, todos estes segmentos podem contar com mais essa facilidade no cooperativismo de crédito”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
De acordo com o Diagnóstico do Cooperativismo Paraense de 2016, as singulares financeiras possuem R$ 377 milhões de ativos com patrimônio líquido chegando a R$ 121milhões. Os números apontam perspectivas de futuro que serão discutidas no 2º Encontro do Ramo Crédito durante os dias 27 e 28 de setembro. “Panorama, Diretrizes e Reflexões nas cooperativas financeiras” é o tema da programação promovida pelo Sistema OCB/PA em parceria com o Banco Central do Brasil e Confederação das Cooperativas Alemãs (DGRV). As inscrições podem ser feitas no e-mail:
A novidade desta segunda edição é o formato mais participativo do evento. Serão abordados os temas: Mercado, Inovação, Eficiência, Governança, Regulação e Supervisão. No primeiro dia, haverá as apresentações técnicas das instituições parceiras e, depois, o talk show “Vetores de decisão e Eficiência”, com moderação de Silvio Giusti, participantes da plateia e comentários do Banco Central do Brasil. No segundo dia, após a abertura e rodada de nivelamentos, haverá discussão participativa com o talk show do Banco Central do Brasil. Podem participar Presidentes, Conselheiros de Administração, Conselheiros Fiscais (efetivos e suplentes) e Diretores Executivos de cooperativas de crédito.
A programação faz parte do próximo bloco de capacitação do Projeto OCB/DGRV, que novamente terá a destacada participação do BC. Com o propósito de fortalecer e desenvolver o cooperativismo, o evento terá 12 horas de duração. “Os desafios apresentados exigem das lideranças do cooperativismo de crédito a capacidade de leitura sobre as mutações do mercado, sabedoria nas tomadas de decisões e condução eficiente do negócio, sem se descuidar do cumprimento normativo e legal e, acima de tudo, garantindo os preceitos e propósitos cooperativistas”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
Apesar dos elevados obstáculos que se apresentaram para a economia nacional nos últimos anos, as cooperativas de crédito, por meio da capacidade de suas lideranças e com a força do quadro social, apresentaram mais um período de forte crescimento em 2017. Dados oficiais do Banco Central do Brasil retratam esta realidade. Houve evolução dos ativos do Sistema Financeiro Nacional que apresentaram 2,8% de crescimento em relação a 2016, enquanto que o segregado relativo ao cooperativismo financeiro apresentou 15,7% de crescimento.
“Mesmo com tal expressividade, os indicadores técnicos do Diagnóstico apontam a necessidade de abrirmos espaço para o estímulo a uma participação regional maior. Considerando o tamanho populacional do Estado e a carência de crédito diferenciado, há uma enorme fronteira aberta que precisamos explorar. Só conseguiremos com planejamento, discussão e reflexão. Estes são os objetivos do nosso Encontro. Por isso, todas as cooperativas paraenses do ramo estão convidadas a participar”, completa Raiol.
Com o objetivo de levantar perspectivas para a agropecuária do agora e do futuro, o XI Seminário Internacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Cooperativismo e Economia Solidária (XI SICOOPES) e a II Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação Social (II FECITIS) levantou a questão com participantes nacionais e internacionais, entre os dias 28 e 31, no IFPA de Castanhal. Participaram representantes da gestão municipal, Cooperação Internacional Espanha e França e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Pará e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Pará (Sistema OCB-PA). Cerca de 1.200 pessoas prestigiaram os eventos.
Atualmente, o XI SICOOPES e a II FECITIS são referência nacional e ganham cada vez mais espaço em âmbito internacional por conta das discussões, intercâmbios acadêmicos e qualidade das mostras científicas. Ambos organizados pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural e Gestão de Empreendimentos Agroalimentares (PPDRGEA), em cooperação internacional com a Universidade Le Mans (França) e Universidade de Alicante (Espanha).
Foram mais de 500 trabalhos científicos inscritos, um recorde para o evento. “A cada ano, este Seminário ganha mais importância e força. Nosso objetivo é repensar a agricultura para os próximos 10 anos, com uma educação diversa, entendendo e propondo um modelo de inclusão para os movimentos sociais e sociedade em geral. É imprescindível pensar em um tipo de pesquisa que saia dos muros da academia e vá direto para o problema das pessoas. Isso é possível quando se considera um foco de seleção, de inserção, de ensino, de pesquisa e de extensão”, enfatizou o coordenador do PPDRGEA, Adebaro Reis.
Segundo o representante da Universidade de Alicante, José Daniel López, ao se pensar em conjunto e trocar experiências com objetivo comum de desenvolver um modelo cooperativista que ajude nas demandas sociais e econômicas das pessoas, está-se colaborando para um modelo de vida mais sustentável e humano. “Precisamos pensar formas de ajudar as populações rurais a permanecerem em seus lares com qualidade de vida, acesso à educação, formação cidadã e política. As pessoas precisam entender a própria realidade e isso é básico para todas as nações”, afirmou López.
Sobre as necessidades e gargalos que enfrenta a agricultura na França, François Larrent, representante da Universidade Le Mans (França) destacou a importância de se pensar em processos, técnicas e recursos de maneira simples. “É preciso ter em mente que os recursos são escassos em todos os lugares. Queremos coisas simples, que possamos fazer e reproduzir. Não adianta pensar em algo tão complexo e infactível. É isso que o mundo busca”, ratificou.
O cooperativismo é uma boa alternativa para isso. Na Europa, existem cooperativas seculares, que nasceram de uma necessidade comum e união de forças. “No Pará, temos apenas uma cooperativa com mais de 80 anos e algumas com 30 ou 20 anos. Portanto, é uma experiência relativamente recente e que tem gerado resultados palpáveis. Somos 200 mil pessoas envolvidas direta e indiretamente com o cooperativismo. Participar de um espaço como esse, em que se discute de maneira séria, levanta-se soluções viáveis e se dissemina a cultura da cooperação é para nós o modelo ideal de desenvolvimento: a academia dentro da cooperativa, dentro da realidade e a cooperativa usufruindo do conhecimento acadêmico. É nisso que nós acreditamos”, finalizou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
As micro e pequenas empresas (MPEs) respondem por 97% do total de negócios e por 34% dos empregos formais no Estado do Pará. Em contrapartida, a participação do segmento nas exportações estaduais corresponde a apenas 0,8%. Para discutir as possibilidades e as soluções para que o setor conquiste o mercado mundial, o Centro Internacional de Negócios (CIN) do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) realizou gratuitamente ontem o seminário “Internacionalização: Mundo dos Negócios”, em parceria com os Correios, Governo do Estado e Sebrae/PA. O cooperativismo teve destaque na programação como uma solução para viabilizar resultados mais positivos no câmbio comercial paraense.
O crescimento do segmento neste mercado passa por vários fatores como criação de cooperativas e grupos de empresas de um mesmo setor, conhecimento sobre os serviços oferecidos para os pequenos e adesão a projetos inovadores. De acordo com a coordenadora do CIN, Cassandra Lobato, uma dificuldade grande que os empresários enfrentam no Brasil é a falta de informação para saber os procedimentos para exportar. Um dos projetos que visa dar suporte para os empresários é o Rota Global.
“O Rota Global surge como modelo de atendimento para informar aos empresários que se perguntam sobre como chegar no Chile, no EUA, na Europa, na Ásia. Ele te dá a rota de uma maneira planejada e programada. A rede CIN tem o objetivo cirúrgico que é poder levar uma orientação para o empresário de maneira customizada”, explicou.
O diretor de desenvolvimento da indústria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Sérgio Menezes, apresentou como o cooperativismo pode ajudar as micro e pequenas empresas como uma estratégia de mercado. Menezes enfatizou que as cooperativas têm um papel importante na organização e dinamização dos setores produtivos. Uma solução apresentada pela Sedeme foram os Arranjos Produtivos Locais (APL).
“Se você for estudar casos de sucesso de arranjos produtivos de micros e pequenas empresas, seja na Itália, no Japão ou em Santa Catarina foi assim. Todo mundo conhece a Aurora. Ela é uma federação de cooperativas. Hoje eles são gigantes e estão baseados no cooperativismo. O APL proporciona pela aglomeração que estas empresas atinjam a produtividade e competitividade”, destacou.
Um dos gargalos para a exportação de produtos é a logística e o preço do frete para os micro e pequenos empresários. Os Correios apresentarão as soluções disponíveis para quem exporta ou quer iniciar a exportação de produtos e serviços. Segundo o consultor do Exporta Fácil da região Norte, Mauro Rodrigues, qualquer empresa independente do porte pode fazer exportação pelos Correios. Para a empresa exportar são necessários poucos documentos como a nota fiscal da empresa, a fatura comercial (nota fiscal internacional), e um documento intitulado AWB que é um formulário de postagem preenchido nos Correios.
“Qualquer produto pode ser enviado, mas a linha de comésticos e alimentação são os mais comuns, assim como de vestuário. Percebemos que os produtos com apelo regional têm aceitação no mercado externo muito grande”, destacou. Atualmente, três modalidades de Exporta Fácil estão disponíveis a diferença é o preço e a velocidade de entrega.
Informações: Jornal O Liberal