
Em busca de maior profissionalismo e do cumprimento das normas legais, singulares do ramo Transporte estão requisitando o processo de registro no Sistema OCB/PA. Na última semana, a COOPTTAIL, de Tailândia, recebeu a equipe técnica da entidade para a fase de análise in loco do negócio e da base operacional pertencente à cooperativa. O processo foi deferido. Além dela, as singulares COOMTAGP, TRANSUL e TRANSJAC também solicitaram o registro, que é uma das exigências para se filiar à Central das Cooperativas de Transporte do Estado do Pará (CENCOOPA).
O primeiro diálogo foi feito em Marabá, na Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Central. O presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol e o analista Jamerson Carvalho foram até a sede da Cooperativa de Transporte, Fretamento e Turismo da Região Norte e Nordeste do Estado do Pará (COOPTTAIL) para identificar se os procedimentos da cooperativa correspondem aos dados preliminares repassados, assim como identificar suas necessidades e demandas no município. Todos os cooperados estão regulares junto aos órgãos de regulamentação da atividade do transporte complementar de passageiros, com concessão outorgada pela Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (ARCON) para operar na linha Tailândia-Goianésia.
“Uma das demandas que percebemos, de maneira geral, é o aumento do nível de competitividade junto às maiores empresas do mercado. Como são empreendimentos sociais, coletivos, não possuem o mesmo aporte financeiro de melhoria para, por exemplo, renovar a frota. Com outras parcerias políticas e através da Central, poderá se chegar a este patamar. A Lei versa que o veículo tenha, no máximo, 10 anos de uso e ultrapassar este limite pode acarretar na perda da concessão. Por isso é importante trabalhar neste sentido”, afirmou Jamerson Carvalho.
A partir do registro, as cooperativas entram no radar do Sistema OCB/PA para o processo de monitoramento através de ferramentas como o Programa de Acompanhamento da Gestão (PAGC), que traça um panorama da base legal e dos futuros negócios. Uma das ações prioritárias é promover cursos de capacitação com o embasamento doutrinário cooperativista, sensibilizando acerca da dinâmica do setor.
“Nosso papel é promover o desenvolvimento e crescimento das singulares diante do mercado. Porém, muitos dos envolvidos com o cooperativismo não possuem o entendimento pleno do que este significa, nem sobre o funcionamento de uma cooperativa, os princípios que regem o setor, seus aspectos legais, os direitos e deveres, assim como a noção de empreendimento coletivo e solidário. Os cursos de capacitação servem justamente para esclarecer os sócios, empregados e gestores acerca dessas dúvidas”, complementa Ernandes Raiol.


Apesar da crise que as singulares de táxi enfrentam com a chegada dos novos aplicativos de transporte, a Cooperativa Mista de Transporte de Passageiros e Cargas do Estado do Pará (COOPERTRANS) acessou um financiamento de aproximadamente R$1milhão para renovação de toda a sua frota de veículos. A conquista foi alcançada através da intercooperação com a Sicredi Marabá, que abriu uma linha de crédito com opções mais acessíveis. No total, foram adquiridos 64 novos veículos para atender a população e parceiros estratégicos, como a VALE do Rio Doce.
A renovação foi finalizada em novembro, após um processo gradual de compra dos carros feita mensalmente desde junho. Na parceria de crédito com o Sicredi, cada cooperado entrou com 20% do valor do financiamento e a cooperativa financeira arcou com o restante. Em alguns casos, os proprietários pagaram mais de 20%, porém, 80% dos sócios pagou apenas os 20%.
“Foi uma negociação bastante vantajosa. Em 2012, já havíamos comprado a frota através do Sicredi que financiou 25 carros e é muito importante poder contar com essa parceria. No início, as instituições bancárias não queriam nem nos receber, mas hoje até ligam para marcar conversa. Isso mostra o quanto crescemos em qualidade e credibilidade no serviço. Depois de muita luta, com o acompanhamento do presidente da OCB/PA, Ernandes Raiol, conseguimos essa conquista”, afirmou o presidente da COOPERTRANS, José Silva.
A cooperativa foi constituída em 1982 e hoje conta com 136 taxistas e 22 motoristas de vans. As rotas realizadas são: Marabá-São Geraldo, Marabá-Carajás, Marabá-Tucuruí e Marabá-Carne de sol. De acordo com João, o fator determinante para a COOPERTRANS não sentir os efeitos da crise que atividade enfrenta são as parcerias com as grandes empresas. Os sócios assinaram convênio para transporte dos funcionários da VALE do Rio Doce, além de outros pequenos contratos com a Eletronorte, Celpa e TAM linhas Aéreas.
“Procuramos sempre prestar serviços de táxi com muita qualidade. Temos um trabalho constante de reforçar o profissionalismo dos motoristas e a qualidade da frota. No total, 70% dos taxistas possuem certificação RAC 2, que é um treinamento de segurança, primeiros socorros e direção defensiva. Por isso temos o reconhecimento dessas grandes empresas, o que nos deu maior equilíbrio para continuar os nossos serviços. Se não fosse por este motivo, por certo sentiríamos a crise. O montante pago em impostos chega a custar 60% do faturamento de um táxi, mas os motoristas do Uber não precisam pagar por isso. É uma injustiça”, explica o presidente.

Os produtos da agricultura familiar possuem um novo canal de comercialização, prospectado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater/PA). O Parque Shopping inaugurou a “Quitanda do Parque”, espaço cedido para fortalecer os produtores rurais, muitos dos quais organizados no modelo cooperativo. A Cooperativa Agropecuária do Salgado Paraense (CASP) está expondo seus produtos de quarta a sexta. Na semana seguinte ao carnaval, serão incluídas mais três cooperativas: D´Irituia, COOPABEN e COOPRIMA, que estarão nas segundas e terças.
A Quitanda foi uma conquista fruto da parceria entre a Emater/PA, Ceasa e Parque Shopping na qual não se demandou contrapartida das cooperativas. Os produtores apenas arcarão com os custos da logística para trazer a produção. Barracas de frutas, hortaliças, tubérculos, folhagens, frutos, plantas medicinais e ornamentais, peixes, camarões, mexilhão, galinha caipira, ovos, temperos, mel, tucupi, tapioca, farinha, produtos artesanais, dentre outros produtos, estão no local.

“Reunimos com o gerente de feiras da Emater/PA, Sinval Paiva, sensibilizando acerca de agregar mais cooperativas e entendeu-se que a proposta era interessante. Planejamos as ações e, na próxima segunda após o carnaval, teremos mais três singulares expondo seus produtos para venda no varejo aos consumidores que transitam no shopping”, afirmou o gerente do Sistema OCB/PA, Vanderlande Rodrigues.
O destaque é a produção orgânica das cooperativas. Os preços estão em média 20% menores do que os praticados no mercado varejista da Região Metropolitana de Belém, de acordo com a assessoria do Shopping. A Quitanda também vai contar com o Programa Ceasa Saúde, que realiza ações de orientação nutricional a respeito dos benefícios de frutas, legumes e verduras, de forma a incentivar hábitos saudáveis, além de oferecer degustação de sucos e frutas.
“Essa é uma oportunidade muito propícia para as cooperativas ligadas à agricultura familiar, pois serve de posto de evidenciação deste trabalho até para outros empreendimentos ao entorno que podem adquirem em quantidades maiores. É uma referência de escoamento da produção. Neste momento, essas 4 singulares terão um incremento financeiro vantajoso e temos a expectativa de conseguir, posteriormente, incluir mais cooperativas”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.

Serviço: Quitanda do Parque, de Segunda a Sexta.
Hora: 10h às 22h
Local: 1º Piso, em frente a C&A.

Foto: Sidney Oliveira (Agência Pará)
Não são apenas as paisagens paradisíacas que encantam os turistas em Santarém. O artesanato tapajônico, eleito um patrimônio artístico e cultural do Estado, também é uma das fortes atrações que vêm movimentando o comércio local. A Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (Turiarte), por exemplo, está se estruturando para ampliar a participação no mercado através do Programa de Aprimoramento da Gestão Cooperativista (GESCOOP), aplicado pelo Sistema OCB/PA. Um dos objetivos é a exportação. Ainda neste mês, outro grupo artesãos unidos em associação está se organizando para constituir uma nova cooperativa no município, também visando fomentar o comércio da atividade.
Em janeiro, o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol e o Analista Diego Andrade acompanharam a reunião da Diretoria Executiva da Turiarte. A cooperativa está planejando ações estratégicas para potencializar a venda de artesanatos. Para isso, também está definindo a contratação de funcionário com fluência em inglês, com a finalidade de receber os turistas e negociar os produtos para fora do Brasil.
“A Turiarte surgiu com interesse de fazer turismo nas bases comunitárias, realizando roteiros voltados a grupos ou viajantes independentes. Oferece a oportunidade de encontrar o povo ribeirinho da Amazônia, conhecer sua cultura, suas tradições e seu modo simples de viver em harmonia com a natureza. A partir destes roteiros, os cooperados inserem o artesanato, que já está intrínseco no turismo local. Em contrapartida, a atividade acabou tendo importância maior do que o projeto inicial. Os produtos apresentam muita saída, sendo direcionados até para países da Europa. Isso criou uma abertura de um novo cenário ao qual é preciso se adaptar. Neste sentido, estamos auxiliando a estruturação da cooperativa”, afirmou Diego Andrade.
A singular oferece atualmente um catálogo de artigos em fibra de tucumã, tingidos com pigmentos naturais da região, produzidos por mais de 50 artesãs de 5 comunidades. Distribui seus produtos para uma rede de revendedores em diferentes cidades do Brasil, comercializa diretamente pela internet para os consumidores finais e vende em sua sede em Santarém e nas comunidades. Eventualmente participa de exposições e eventos, diretamente ou por meio de parceiros.
ASSOCIAÇÕES
Na visita à Santarém, o presidente do Sistema OCB/PA ainda esteve com outro grupo que solicitou orientação para constituição de cooperativa. Atualmente trabalham de forma individualizada, muitos até em comunidades ribeirinhas que confeccionam seus produtos e levam apara o Centro de Artesanato de Santarém Cristo Rei, onde comercializam a produção. Peixes empalhado, biojoias feitas com sementes e caroços de frutas, instrumentos musicais, artesanato a partir do retalho de panos e sobras de material da natureza são alguns dos produtos comercializados.
Muitas associações estão envolvidas no Centro. No entanto, o grupo sentiu a necessidade de se organizar no formato cooperativista para melhorar os resultados das vendas, já que o espaço fica localizado em uma área de pouco movimento. Se está construindo a minuta do estatuo social junto com equipe jurídica e, após arquivamento dos documentos na Junta Comercial do Pará (JUCEPA), se procederá o registro da nova singular no Sistema OCB/PA.
“O grupo deseja ampliar a participação e comercialização no mercado local e até exportar para fora do país. É um produto da Amazônia que, por si só, já possui grande valor agregado ao utilizar insumos da natureza. Só que os artesãos não podem ficar reféns de atravessadores. A cooperativa será um meio direto de venda. Eles entenderam que podem realizar esse processo, desde que se especializem e estamos aqui para auxiliá-los conforme nossas diretrizes”, afirmou Ernandes Raiol.

A forte expressividade econômica e as promissoras cooperativas da região sudeste do Pará apontam para uma necessidade de descentralização do Sistema OCB/PA, que vem avançando nas articulações políticas neste sentido. Na última sexta (02), a Presidência recebeu o titular da Secretaria de Desenvolvimento (SEDEN) de Parauapebas, Isaias Queiroz, que tratou acerca de termo de cooperação técnica para abertura do Escritório Regional do Sistema OCB/PA no município. O objetivo é organizar melhor as cooperativas, tornando-as mais fortes e competitivas. A minuta do termo está sendo analisada e finalizada para definição da data de lavratura do termo.
A Prefeitura irá fornecer o espaço físico e um funcionário público que esteja disponível para fazer o relacionamento com as cooperativas. O Sistema OCB/PA fará o processo de qualificação da mão de obra, de modo que esteja apto para realizar o atendimento em Parauapebas, sendo um ponto de referência na região. Através deste, se fará o levantamento das necessidades das cooperativas, o que possibilitará um número maior de ações de monitoramento, promoção social e formação profissional a partir dos programas disponibilizados pela entidade.
“Nestes 8 anos de mandato, tenho rodado o Estado e percebemos as regiões com maior potencial do segmento cooperativo, assim como os prefeitos interessados em fazer parceria conosco. Em Parauapebas, tivemos um Seminário em 2017 produzido pela Secretaria de Agricultura que incluiu o Sistema visando organizar a produção do município em cooperativas. A partir de então, surgiram as negociações e, na última semana, o Secretario veio até nossa sede. Tivemos a honra de recebe-lo. Foi surpreendente e bastante animador”, afirmou o presidente do Sistema OCB/PA, Ernandes Raiol.
A Prefeitura está estruturando o Espaço do Empreendedor, que abrigará, além do Escritório do Sistema OCB/PA, diversas entidades responsáveis pelo desenvolvimento de negócios em Parauapebas, como o SEBRAE/PA e a Junta Comercial do Estado do Pará (JUCEPA). A proximidade com os parceiros, inclusive, facilitará a execução de ações em conjunto para o processo de melhoria das cooperativas. Será um núcleo integrado de apoio interno para os empreendimentos locais.
O município tem o maior número de cooperativas no sudeste do Pará, mas singulares de outras cidades próximas também serão beneficiadas com a descentralização do Sistema OCB/PA, tais como Marabá, Eldorado dos Carajás, Curionópolis e Canaã dos Carajás. Na Região, destacam-se os ramos Agropecuário e Transporte. Apesar disso, o conhecimento acerca da legislação cooperativista ainda não é bem difundido, o que gera dificuldades na adesão às boas práticas de gestão e governança.
“É necessário estar mais presente no dia-a-dia das cooperativas, muitas das quais até estão irregulares com a OCB/PA e demais entidades reguladoras por falta desse acompanhamento. O nosso técnico irá esclarecer as necessidades dessa normatização para que possam se submeter a qualquer processo, como os da Vale do Rio Doce, que é uma das principais compradoras e que exige uma documentação mínima para fechar negócio”, explica o Superintendente do Sistema OCB/PA, Júnior Serra.
A intenção é agregar outros parceiros estratégicos para fortalecer a parceria, como a Secretaria de Agricultura, através da qual se iniciou o diálogo para instalação da Unidade Descentralizada. A Secretaria de Transporte também será fundamental pela presença de diversas singulares e da CENTRAL do ramo, assim como a Secretaria de Economia do Município, pela geração de postos de trabalho e arrecadação de impostos. A Vale do Rio Doce, pelo incentivo à organização social das comunidades dos produtores, e a Estratégia Consultoria, pelo trabalho de anos voltado à orientação contábil no setor cooperativista, também têm muito agregar.
Na reunião, o Sistema OCB/PA entregou a minuta de cooperação técnica impressa para ser avaliada pela Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento, que também já encaminhou para a procuradoria municipal. Após a devolutiva, se marcará outra reunião a consolidar a abertura do Escritório. “Nos primeiros mandatos do prefeito de Parauapebas, Darcir Lermen, já tínhamos contato. O Prefeito é um grande cooperativista e, inclusive cooperado da COOPER. Em dezembro do ano passado conversamos e ele se mostrou bastante interessado. Como tem entendimento da importância do cooperativismo na economia local e no desenvolvimento da sociedade, a expectativa é muito boa”, conclui Ernandes Raiol.