
Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM 2019), o estado do Pará produziu 670 mil kg de mel em 2019, o que corresponde a 65% da produção desse produto em toda a região Norte. A atividade é desenvolvida majoritariamente pela agricultura familiar e movimentou cerca de R$ 9 milhões no estado durante o período. Tendo em vista o potencial da produção de mel no estado do Pará, o Sistema OCB/PA planeja o Projeto de Acompanhamento Técnico para Cooperativas Produtoras De Mel, que está em fase de desenvolvimento.
O principal objetivo da proposta é realizar, por meio de consultoria contratada, atuações de acompanhamento técnico e capacitações voltadas para a produção de mel dos cooperados paraenses. O projeto surge como uma forma de apoiar a cadeia produtiva de mel no estado, uma vez que o produto possui um alto potencial no mercado, necessitando de suporte e organização para se consolidar.
“Inicialmente, a proposta é trabalhar com o desenvolvimento da produção de mel por meio de capacitações e acompanhamento técnico que será executado por consultores especialistas. A partir da consolidação da produção, paralelamente, buscaremos abrir mercado pensando, principalmente na verticalização e certificações que poderão alcançar inclusive o mercado internacional”, explica Deivison Pinheiro, Analista de Cooperativismo e Monitoramento do Sistema OCB/PA.
Atualmente, o projeto está em fase de desenvolvimento da metodologia e planejamento. A princípio, farão parte da programação as cooperativas que já atuam com a fabricação de mel e posteriormente as que almejam esse tipo de produto. Dentre as que já são produtoras, a Cooperativa de Trabalho dos Agricultores Familiares do Município de Primavera (COOPRIMA) será uma das contempladas. A presidente da cooperativa, Joelma Nunes, teve um papel fundamental no desenvolvimento do projeto, ao apresentar os consultores que estão acompanhando as cooperativas e que executarão as ações planejadas.
“Em 2020, foi possível observar que, com a alta do dólar, o mel brasileiro se tornou um atrativo ao mercado internacional, elevando a exportação brasileira do mel natural. Considerando o potencial do produto, pretendemos aumentar a produção de mel com certificações e aumentar a comercialização deste produto pelas cooperativas. Dessa forma, O Sistema OCB/PA atuará como instituição fomentadora do projeto, para potencializar a participação das cooperativas nesse mercado em ascensão", afirma Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.

O planejamento das ações é um dos diferenciais da agricultura familiar organizada por meio de cooperativas. A COOPASMIG, por exemplo, promoveu encontro com os cooperados em São Miguel do Guamá com o objetivo de elaborar de forma participativa um Plano de Ações para o desenvolvimento das suas atividades. Entre as ações levantadas junto aos cooperados, os pontos primordiais para o crescimento da cooperativa estão relacionados à produção e comercialização.
Para a modalidade de produção, os cooperados levantaram a necessidade da realização de compras coletivas de insumos agrícolas e assistência técnica. Já para a comercialização, os cooperados abordaram principalmente a temática de contratos realizados e futuras chamadas públicas, além da potencial participação no mercado privado.
“A reunião foi importante para envolver a participação dos cooperados no planejamento estratégico da cooperativa, que muitas vezes fica a cargo exclusivamente da diretoria. A partir desse engajamento, os cooperados conseguem compreender melhor as dificuldades enfrentadas, não só na sua propriedade como nas relações do empreendimento coletivo, podendo então se comprometer ainda mais com o desenvolvimento sustentável da cooperativa”, destaca Maria Santos, presidente da COOPASMIG.
Como resultado da reunião, que teve como base os apontamentos dos cooperados, a diretoria da COOPASMIG irá desenvolver o Plano de Ações para os temas levantados. O plano será apresentado e validado durante a Assembleia Geral Ordinária da cooperativa, que tem previsão de ocorrer no dia 14 de março.
“Na reunião, a OCB/PA contribuiu com o planejamento da metodologia para a elaboração do Plano de Ações e na condução da reunião. Também iremos acompanhar o desenvolvimento da planilha metodológica do Plano e participar da AGO, que, entre outras pautas, apresentará o resultado dessa programação. Também serão propostas ações coordenadas pela área de Desenvolvimento de Cooperativas do Sistema OCB/PA”, afirmou Deivison Pinheiro, Analista de Cooperativismo e Monitoramento do Sistema OCB/PA.
A cooperativa, assim como os empreendimentos agropecuários, não parou suas atividades de produção. No entanto, com a paralisação das aulas durante o período de pandemia, a cooperativa teve a sua comercialização prejudicada, uma vez que ela é pautada principalmente em contratos de mercados institucionais, como o PNAE.
“A cooperativa passou por grandes desafios no período da pandemia. Dessa forma, a principal meta para a organização da retomada do crescimento da COOPASMIG é desenvolver a produção dos cooperados para assim conquistar novos canais de comercialização. Para a conquista dessa meta, a cooperativa poderá contar com todo o apoio da OCB/PA, pois juntos trabalhamos para o desenvolvimento do cooperativismo paraense”, afirma Ernandes Raiol, presidente da OCB/PA.

No último sábado (22), cooperados da Cooperativa Agropecuária do Salgado Paraense (CASP) realizaram visita técnica a uma fazenda que trabalha com processos produtivos diferenciados de leite, localizada no município de Paragominas. O intercâmbio ocorreu em parceria com a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), por meio do Programa de Residência Profissional Agrícola, instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A programação contou com o apoio e suporte do Sistema OCB/PA. É importante destacar que a visita foi dividida em estações, nas quais, cada uma delas contava com a orientação de diversos profissionais de várias áreas sobre como funciona a tecnologia utilizada na fazenda.
“Durante a visita, conhecemos os processos da utilização de alta tecnologia de confinamento, bem-estar animal, além do trabalho realizado com toda a cadeia produtiva desde a contenção do material genético para a produção dos indivíduos, até a ordenha mecanizadas das vacas”, afirma Deivison Pinheiro, Analista de Cooperativismo e Monitoramento da OCB/PA, que esteve presente durante a visita.
Os cooperados conheceram também a parte da fazenda destinada para o reaproveitamento de rejeito, no qual o rejeito que sai dos currais é utilizado para gerar energia, o que possibilita diminuir os custos para a fazenda.
“A parceria com a UFRA vem como uma importante ferramenta para o desenvolvimento do cooperativismo paraense. Na visitação realizada com a CASP, foi possível trazer para o cooperado a ideia de trabalhar com tecnologias ainda não utilizadas dentro da cooperativa”, declara, Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
O PROGRAMA
O Programa de Residência Profissional Agrícola apoia projetos de residência elaborados e coordenados por Instituições de Ensino. No programa, os beneficiários são inseridos no ambiente real de trabalho, por meio de treinamento prático, orientado e supervisionado, proporcionando o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao exercício profissional. Com o programa, cooperados recém-formados em cursos de ciências agrárias e afins realizaram pesquisas em alguns empreendimentos voltados para a agricultura.
Dessa forma, a UFRA realizou a aplicação de vários projetos para participação no programa, nos quais a universidade solicitou indicações do Sistema OCB/PA para a inserção de cooperativas. No total, três projetos enviados pela UFRA foram aprovados.
Um dos aprovados conta com a participação da CASP, cooperativa que tem como um dos seus carros chefes a venda de laticínios. A visita à fazenda Diana, em Paragominas, foi um dos desdobramentos do programa.

O ano de 2021 foi de muitos avanços para a Federação das Cooperativas dos Garimpeiros do Pará (FECOGAP). A federação buscou realizar diversas ações com o objetivo de proporcionar suporte técnico, estratégico e político para que as cooperativas minerais pudessem se fortalecer, profissionalizar suas atividades e praticar os princípios cooperativistas, promovendo a melhoria das condições de vida de seus associados, de forma consistente e estruturada. No total, a FECOGAP atuou na defesa das 12 (doze) Cooperativas filiadas.
Em 2021, a federação realizou ações como a entrega de demandas das cooperativas filiadas para Brasília e a elaboração do Projeto Integração Digital, que tem como objetivo auxiliar os filhos da classe garimpeira. A federação também auxiliou na legalização das cooperativas, interveio sobre interesses do ramo cooperativo junto aos órgãos que atuam na área como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (SEMEDE), Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), a Agência Nacional de Mineração (ANM).
Além disso, a FECOGAP realizou uma solicitação para o Senador José da Cruz Marinho de um maquinário para auxiliar na recuperação de áreas degradadas. A ação faz parte de um projeto da Cooperativa CGL (no garimpo do Mamoal) junto a instituições como GEOCONSULT, COOPERTRANS, AESA, FECOGAP, CAMISBRA, IBGM, Sistema OCB/PA, ANORA, GARIMPO 4.0.
“Com a atuação da FECOGAP, podemos observar uma federação que busca atuar na defesa dos direitos dos garimpeiros e de suas cooperativas, realiza articulações para o desenvolvimento da atividade minerária em todos os poderes, busca parcerias com entidades públicas e privadas para desenvolvimento de projetos, além de ter uma participação ativa junto à ANM para solução das problemáticas de processos minerários. Todo esse trabalho desenvolvido pela FECOGAP é fundamental para o progresso das cooperativas minerais do estado do Pará”, afirma Ernandes Raiol, presidente do Sistema OCB/PA.
No ano de 2021, a federação esteve presente na assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a OCB, o SESCOOP e a ANORO. O acordo tem como objetivo implementar o Projeto Garimpo 4.0 nas cooperativas minerais situadas na Amazônia Legal, com foco na mineração responsável. O Projeto Garimpo 4.0 é uma importante iniciativa para auxiliar os garimpeiros a atuarem de forma organizada, sustentável e com boas práticas comerciais, ambientais e trabalhistas, buscando sempre o aproveitamento mineral responsável de forma legal e sustentável.

Outra ação que também merece destaque foi a participação da FECOGAP no Festival Salve o Rio Jamanxim em Novo Progresso - Pa, no qual a federação atuou como patrocinadora. O evento teve como objetivo conscientizar a população sobre a preservação do Rio Jamanxim, promovendo também o recolhimento do lixo às margens do rio. Durante o festival foram soltos no Rio Jamanxim cerca de 60 mil alevinos da espécie Tambaqui.
“O ano de 2021 foi muito produtivo para a federação e em 2022 pretendemos continuar defendendo e auxiliando as cooperativas de garimpeiros e seus cooperados, além de disponibilizar cursos profissionalizantes na área de mineração. Além disso, estamos trabalhando para a criação de uma Confederação, junto a outras Federações. Também buscamos realizar a construção de uma sede própria para a Federação, desenvolver programas ambientais e de recuperação de áreas degradadas e auxiliar o poder público para benefício da classe garimpeira”, destaca Amaro Rosa, presidente da FECOGAP.

A Cooperativa Agroindustrial Frutos da Amazônia (COAFRA) realizou no último domingo (23), em Castanhal, a sua primeira Assembleia Geral Ordinária. Na AGO foram abordados assuntos como o balanço anual, as atividades realizadas em 2021 e o plano de trabalho para 2022. Apesar de ter apenas 6 meses de constituição, a COAFRA já apresenta bons resultados, como a contratação de mais de R$ 1 milhão no mercado institucional.
“Foi possível observar ótimos resultados da COAFRA, principalmente envolvendo um assunto que a gente tem debatido bastante com as cooperativas do ramo agropecuário, que é sobre a compra de insumos de forma coletiva. Os insumos são fundamentais para aumentar a produção do cooperado, no entanto, esse tipo de produto teve um significativo aumento de valor, causando custos elevados para os cooperados. Mas a COAFRA conseguiu amenizar tais problemas por meio das compras coletivas de insumos", destaca Deivison Pinheiro, Analista de Cooperativismo e Monitoramento da OCB/PA.
Durante a AGO da COAFRA foram apresentados os seguintes assuntos: O balanço anual; um resumo das atividades desenvolvidas em 2021; o plano de trabalho para 2022; a proposta de alteração do valor da cota parte de novos cooperados; a inclusão de C’NAES no CNPJ da COAFRA e a renovação jurídica da cooperativa.
Na assembleia, foi debatido ainda a aquisição de materiais para estruturar o escritório da cooperativa. Além disso, foram apresentados os resultados de comercialização, no qual a COAFRA conseguiu fechar 3 contratos. Entre os contratantes têm-se a Prefeitura de Castanhal e o IFPA de Castanhal. Os contratos foram conquistados mas ainda não executados.
“É muito bom ver uma cooperativa recém-constituída já com ótimos resultados. No caso da COAFRA, podemos observar que apesar de serem novos eles já estão se tornando referência para algumas cooperativas da região. Dessa forma, a OCB/PA está disponível para oferecer qualquer tipo de apoio que a cooperativa necessitar, para trabalharmos juntos desenvolvendo o cooperativismo paraense”, expõe Ernandes Raiol, presidente da OCB/PA.
A cooperativa do ramo agro já conta atualmente com 114 cooperados e além da comercialização de produtos, a COAFRA também realiza a comercialização de insumos. É importante destacar que, a cooperativa também busca oferecer para os seus cooperados assistência técnica e outros serviços relacionados ao desenvolvimento da atividade agrícola.
“Para o futuro da cooperativa, pretendemos verticalizar a produção da farinha de mandioca e derivados, que é o carro chefe da nossa cooperativa, para que possamos inserir esse produto tanto nos mercados institucionais como nos atacarejos e nos grandes mercados da região. Além disso, buscamos realizar a expansão do portfólio de produtos da cooperativa, principalmente envolvendo a questão de insumos, que também é um dos grandes destaques da cooperativa. Dessa forma, pretendemos realizar a comercialização de insumos direto da fábrica para o cooperado, além de ampliar a questão de insumos, embalagens e tudo o que o cooperado agricultor precisa para desenvolver a sua atividade na agricultura e na pecuária”, afirma Joel Linhares, presidente da COAFRA.